As eleições se aproximando, o horizonte turbulento, como investir seu dinheiro?

Por: Renan Schaefer


Há alguns anos o Brasil passa por um momento bastante turbulento que têm se refletido também no retorno de nossos investimentos. Vimos a taxa de juros sair de patamares de 15%, chegando a 6,5%, levando os investidores a buscar alternativas de maior risco para alcançar as metas de retorno esperado das carteiras. Num horizonte bastante curto passaremos por mais uma eleição presidencial, governadores, senadores, deputados federal e estadual, onde teremos a chance de mudar o país e transformar o Brasil no país do presente, não mais o país do futuro. Dependendo dos resultados das eleições poderemos ver os mais diversos reflexos no mercado financeiro. Como que podemos nos preparar para estes próximos meses mais “turbulentos”?
O mercado acionário tende a antecipar os movimentos da economia e os sentimentos dos investidores. Ao ver a possibilidade de um governo mais propenso ao populismo, com menos interesse em viabilizar as reformas e mudar os rumos da economia, o mercado irá refletir estas possibilidades, provavelmente com a queda das ações, valorização do dólar perante o real, aumento do risco-país, queda dos investimentos, dentre outras possibilidades.
Neste sentido, ao olhar as perspectivas de crescimento econômico do Brasil, vemos uma queda nas expectativas do mercado, uma redução na confiança, que tem mostrado já seus reflexos no câmbio, que veio de um patamar de R$3,15, para próximo de R$3,60-R$3,70. Em momentos mais conturbados, vale a pena diversificar a carteira de investimentos, utilizando fundos de investimentos multimercados, que não possuem obrigatoriedade mínima de concentração em classes de ativos e podem diversificar as aplicações seja em câmbio, ações, juros, inflação, investimentos no exterior, imóveis, etc.
Com uma taxa de juros alcançando mínimas históricas, a renda fixa brasileira tem se tornado uma alternativa menos interessante. Existe por exemplo os Fundos de Investimentos Imobiliários, que possuem taxas de dividend yield bastante atrativas, além de possuir isenção de IR para investidores pessoa física. Neste momento, manter parte da carteira em FII’s, fundos multimercados, uma pequena parcela em fundos cambiais e um rebalanceamento da carteira de ações, trazendo ações com maior exposição ao dólar e menor potencial de impacto com as intempéries da economia brasileira pode ser uma boa opção para enfrentar os próximos meses sem maiores preocupações. Contudo, é necessário que o investidor e seu assessor de investimentos avaliem as melhores opções de acordo com cada perfil de investimentos, pois de nada adianta montar uma carteira para este período que se aproxima, mas que tenha um perfil diferente daquele do investidor. Nestas horas de maior incerteza, contar com assessoria de um profissional especializado para ajudar a montar uma carteira que mais se adeque com seu perfil, sendo esse acompanhamento para eventuais balanceamentos essencial na busca de uma melhor relação risco x retorno.
Neste cenário com eleições, e incertezas com os próximos governantes, uma carteira mais defensiva, com fundos multimercados, FII’s, fundos cambiais e uma exposição menor em ações pode ser interessante. Alguns títulos do Tesouro Direto já têm mostrados taxas bastante atrativos, com alguns títulos pré-fixados já apresentando taxas superiores a 10%. Contudo, dependendo do resultado das eleições, com uma aversão ao risco do mercado brasileiro, existe a possibilidade de estas taxas dispararem, motivadas pela venda dos títulos e desconfiança em relação aos próximos passos dos governantes.

Inscreva-se na newsletter

Fique por dentro das novidades



    Acompanhe nossas redes