Entendendo o cenário atual

Por: Eliseu Manica

Começamos o ano com o pé esquerdo? Diríamos que não. Na verdade, vínhamos ressaltando a postura de cautela e receio frente ao ano que se iniciava e janeiro resumiu bem o que esperávamos para o ano. Existem vetores diferenciados que afetam os preços dos ativos: a vertente econômica, a vertente política e a vertente financeira. Temos visto certo mal-estar dos investidores quanto à condução da política econômica, afetando o comportamento (behavioral) e decisões financeiras dos agentes. Nesse contexto é importante fazermos uma análise criteriosa do cenário, entendendo o atual momento e atento às pontuais oportunidades derivadas deste cenário. Neste relatório, de forma resumida, abordaremos o contexto macroeconômico, contexto de bolsa e contexto microeconômico.

Contexto Macro
ÉPOCA DE AJUSTES
A economia brasileira apresenta fadiga, no seu atual modelo econômico, e precisa de importantes ajustes para vislumbrar um
quadro econômico mais positivo.
– Contexto Externo – Complexo e de incertezas acima do usual. De um lado do globo, a maior economia do mundo
tenta desfazer suas operações de liquidez. Do outro, a segunda maior economia está em desaceleração. São dois
vetores que, em conjunto, atuam negativamente para a nossa atratividade no curto prazo.
– Contexto Doméstico – A disfunção econômica do atual modelo (baixo crescimento x inflação elevada) e as
persistências em políticas heterodoxas (abandono do “tripé econômico”) nos deixou em um equilíbrio frágil e sob alta
desconfiança dos mercados
NESSE CONTEXTO, O QUE ESPERAR PARA 2014: CAUTELA SIM, PESSIMISMO NÃO!
– Fomos levados para um equilíbrio frágil, em que qualquer choque pode perturbar nossa estabilidade. As margens de manobra
(econômica, financeira, política) estão cada vez mais restritas, ainda mais por se tratar de um ano atípico (eleições
presidenciais).
– Exposição acentuada para o período corrente, marcado inevitavelmente por alta volatilidade.
– Assim, entendemos que o período de maior ceticismo quanto a ativos domésticos não deve se desfazer tão cedo e deve ser
respeitado.
– Apesar de já acreditar que grande parte da reprecificação dos fundamentos domésticos/externos já tenha ocorrido, a
assimetria deve permanecer negativa.
– Ano eleitoral deve contribuir para a manutenção dos elevados prêmios de riscos
– Com isso, iniciamos 2014 com claros sinais de que o nível de incertezas permanecerá acima do usual, o que nos deixa com
alguma cautela quanto à alta exposição ao risco neste início.
– Por outro lado, acreditamos que o mês de janeiro já começou a proporcionar oportunidades interessantes de alocações táticas
em ativos domésticos, incluindo os de maior risco.
– Estamos aumentando nossa exposição com alguma parcimônia, pois entendemos que o cenário, não só externo, mas local,
permanece complexo e de baixa visibilidade.
– Olhando para frente, vemos espaço para aumentar esta exposição de maneira seletiva, visando ao aproveitamento das
rodadas de possíveis exageros pessimistas por parte do mercado.
– Entendemos que o ano de 2014 tende a proporcionar boas oportunidades de alocações direcionais compradas do que
vendidas.
William Alves
Eliseu Manica Junior
* Consultor de Investimentos , Diretor da Experato Ag. Aut. Investimentos (www.experato.com.br), Babson College – Babson International Program for Development of Entrepreneurs, Executives and Shareholders;Graduando POS-MBA/MASTER em Governança Corporativa e Valuation, pela BI International (São Paulo-SP); MBA em Mercado de Capitais pela FGV, aprovado pela Associação Nacional de Corretoras (ANCOR), Certificado de Especialista de Ativos – Anbima (CEA); CPA-20, Conteúdo Brasil (CB) e Conteúdo Técnico (CT) do Certificado Nacional dos Profissionais de Investimento (CNPI-T). Membro da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais.

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