Renda Fixa: Descubra as Melhores Opções de Investimento

Por: Willian Porner

Para aqueles que procuram investimentos mais conservadores, podem encontrar boas opções de alocações na renda fixa.

Culturalmente, o brasileiro médio, apesar das mudanças nos últimos anos, ainda tem como principal destino para suas economias a tradicional caderneta de poupança.

Entretanto, nos últimos anos, à medida que há cada vez mais informações sobre finanças pessoais os poupadores já buscam alternativas a caderneta de poupança. Nesse sentido, é importante conhecer mais sobre a renda fixa e as opções de investimentos que você pode encontrar.

Renda fixa é um tipo de investimento em que o investidor empresta seu dinheiro a uma entidade, como o governo ou uma empresa, em troca de juros ou pagamentos periódicos predefinidos.

Os títulos de renda fixa incluem, por exemplo, títulos do governo, debêntures, CDBs (Certificados de Depósito Bancário), entre outros. O “fixo” na renda fixa se refere ao fato de que os pagamentos, em sua maioria, são previsíveis e seguem uma taxa de juros ou índice específico.

O que é Renda Fixa

A Renda Fixa é a principal modalidade de investimento destinada ao investidor que procura mais segurança.

Renda fixa é uma categoria de investimento que envolve a compra de títulos financeiros emitidos por governos, empresas ou instituições financeiras. Os pagamentos de juros e o retorno do investimento são preestabelecidos, ou seja, “fixos”.

A principal característica da renda fixa é a previsibilidade dos fluxos de pagamento. Isso a torna uma opção de investimento mais segura e estável em comparação com investimentos de renda variável, como ações.

Como funciona o rendimento e pagamento de juros nos investimentos de renda fixa?

Títulos Públicos do Tesouro Direto

Quando começamos a estudar sobre investimento e sobre títulos de renda fixa, uma das primeiras opções que nos deparamos são os títulos emitidos pelo governo, os títulos públicos.

Ou seja, nessa categoria de renda fixa, você tem a possibilidade de emprestar seu dinheiro para o Estado/Governo para que este possa financiar suas atividades. Normalmente, esses títulos são considerados como “mais seguros” no mercado.

O investidor consegue ter acesso aos títulos públicos por meio de uma plataforma chama Tesouro Direto, que permite verificar todos os títulos disponíveis no dia e suas respectivas taxas e precificações.

Há diversos tipos de títulos públicos, cada um com suas características e que contempla diferentes objetivos.

Importante pontuar aqui que títulos do tesouro direto possuem a incidência de imposto de renda de acordo com a tabela regressiva.

Tesouro Selic – LFT

A LFT, popularmente conhecido como Tesouro Selic, é um título de renda fixa emitido pelo Tesouro Nacional e que fica disponível no Tesouro Direto.

A principal característica do Tesouro Selic é que seu rendimento está atrelado à variação da Taxa Selic, que é a taxa de juros básica da economia brasileira. Portanto, quando a Taxa Selic sobe, a rentabilidade do Tesouro Selic também aumenta. Quando a Taxa Selic cai, a rentabilidade do título diminui.

Dentre os títulos públicos esse é a melhor opção dentre os títulos disponíveis para aqueles que buscam investir para o curto prazo.

Tesouro Prefixado – LTN

O Tesouro Prefixado é um tipo de título público brasileiro emitido pelo Tesouro Nacional como parte do programa Tesouro Direto.

Ao contrário do Tesouro Selic, cuja rentabilidade está atrelada à variação da Taxa Selic, o Tesouro Prefixado oferece uma taxa de juros fixa ao investidor desde o momento da compra do título. Isso significa que, ao investir em um Tesouro Prefixado, você já sabe qual será a rentabilidade do seu investimento no momento da aplicação, independentemente das variações na economia.

Tesouro IPCA – NTNB Principal e NTNB

As NTN-B e as NTN-B Principal são títulos de renda fixa emitidos pelo Tesouro Nacional no Brasil. Ambos os tipos de títulos são vinculados à inflação e têm como objetivo proteger o investidor da erosão do poder de compra causada pela inflação.

No entanto, eles têm algumas diferenças em termos de pagamento de juros e resgate.

Na NTNB Principal, o investidor recebe o principal mais o rendimento apenas no vencimento do título.

Já na NTNB, o investidor recebe o que chamamos de cupom. Esse cupom é pago semestralmente. Os pagamento ocorrem nos meses de fevereiro e agosto quando o vencimento do título é ano par e em maio e novembro quando o vencimento do título é ano ímpar.

A taxa do cupom é de 6% a.a., entretanto, a taxa que o investidor pode conseguir no título, varia de acordo com o mercado e o momento do investimento.

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CDB (Certificado de Depósito Bancário)

O que é o CDB e como funciona?

Os Certificados de Depósito Bancário (CDBs) são títulos de renda fixa, cujo os emissores são instituições financeiras, como bancos. Os bancos emitem com o objetivo de captar recursos junto aos investidores.

Os bancos realizam a emissão desses títulos com o intuito de financiar suas atividades e em oferecem aos investidores uma taxa de rentabilidade em uma das opções mais seguras de investimento do mercado.

Os CDBs entram na classe de ativos de renda fixa que são de Emissão Bancária.

Cada CDB possui um prazo de vencimento definido, que pode variar de alguns meses a alguns anos. Há opções também de CDBs com liquidez diária, que acabam sendo muito populares entre os investidores para alocar aquele recurso considerado como “reserva de emergência” ou até para objetivos de curtíssimo prazo.

No caso dos CDBs que não possuem liquidez diária, o investidor não pode resgatar o valor investido, a menos que a instituição ofereça um mecanismo de liquidez antecipada. É importante ficar atento, pois nesses casos é possível resultar em uma rentabilidade inferior a acordada na contratação.

Outro ponto, que costuma ser atrativo para a maioria dos investidores, principalmente para aqueles mais conservadores, é que os CDBs possuem a proteção do Fundo Garantidor de Crédito. Essa proteção é de até R$250 mil por CPF e conglomerado financeiro e limitado ao valor total de R$1 milhão

A rentabilidade dos CDBs pode ser pós-fixada, prefixada ou híbrida.

Os rendimentos dos CDBs estão sujeitos à tributação do Imposto de Renda (IR), seguindo uma tabela regressiva que varia de acordo com o prazo de investimento.

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LCI (Letra de Crédito Imobiliário) e LCA (Letra de Crédito do Agronegócio)

Como funcionam as LCIs e LCAs e seus benefícios fiscais

Outra classe de títulos de renda fixa são as Letra de Crédito ligadas ao Agronegócio e ao setor Imobiliários. As LCAs e LCIs vem se popularizando cada vez mais entre os investidores.

A LCA (Letra de Crédito do Agronegócio) é um tipo de investimento em renda fixa emitido por instituições financeiras com o objetivo de captar recursos para o setor do agronegócio.

Já LCI (Letra de Crédito Imobiliário), assim como a LCA é um título de renda fixa emitido por instituições financeiras, porém, aqui o emissor desse título busca captar recursos para emprestar para o setor imobiliário.

As LCAs e as LCIs assim como os CDBs, são ativos de renda fixa de Emissão Bancária.

Há pelo menos dois grandes motivos que fazem com que esses títulos se tornem as primeiras escolhas dos investidores, principalmente daqueles mais conservadores.

Sabemos que esse perfil de investidor, busca mais segurança na hora de alocar seus recursos. Nesse sentido, as LCAs e as LCIs são investimentos que podemos considerar de baixo risco pois contam com a garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) no valor de até R$ 250 mil por CPF e por conglomerado financeiro, limitado ao valor total de R$1 milhão.

Outro fator que podemos considerar como benefício é a isenção de imposto de renda. Essa é um dos principais benefícios desses títulos.

Essa isenção faz com que em o retorno líquido possa ser mais atrativo quando comparado com outros títulos de renda fixa com risco semelhante. É importante ressaltar que a isenção de IR só é válido para Investidor Pessoa Física.

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CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários) e CRA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio)

O que são CRIs e CRAs e como investir nesses títulos de renda fixa

CRI e CRA são siglas que representam dois tipos de ativos de renda fixa relacionados à securitização de dívidas. Assim como as LCAs e as LCIs, esses ativos estão ligados ao Agronegócio e ao mercado Imobiliário.

O CRI é um título de renda fixa lastreado em créditos imobiliários. Ele é emitido por securitizadoras e representa uma fração de um conjunto de créditos originados a partir de financiamentos imobiliários, residenciais, comerciais ou para construções, como também para contratos de aluguel de longo prazo.

Os detentores de CRIs recebem rendimentos com base nos pagamentos feitos pelos devedores dos financiamentos imobiliários que lastreiam o título.

O CRA, por sua vez, é semelhante ao CRI, mas é lastreado em créditos do agronegócio.

Ele é emitido por securitizadoras e representa uma parcela de dívidas oriundas de atividades do setor agropecuário, como financiamentos agrícolas. Assim como os CRIs, os CRA também geram rendimentos para os investidores com base nos pagamentos dos devedores agrícolas.

Os CRAs permitem que empresas do agronegócio e instituições financeiras captem recursos no mercado de capitais.

Uma das diferenças em relação as LCIs e LCAs, é que os CRIs e CRAs são títulos de renda fixa classificados como Crédito Privado. A emissão desses títulos é realizada por instituições não financeiras, diferente do que acontece nas LCIs e LCAs.

Riscos e vantagens dos CRIs e CRAs em relação a outras opções de renda fixa.

Ambos os ativos, CRI e CRA, são considerados investimentos de renda fixa porque oferecem retornos predefinidos, geralmente compostos por uma taxa de juros e, possivelmente, uma correção monetária, de acordo com as condições específicas de cada título.

Além disso, CRI e CRA possuem isenção de alíquota de imposto de renda sobre os rendimentos.

Eles são uma opção para investidores que desejam diversificar sua carteira e investir em ativos ligados ao mercado imobiliário ou ao agronegócio.

No entanto, é importante ressaltar que como qualquer investimento, esses títulos apresentam riscos, e os investidores devem considerar cuidadosamente sua adequação às suas metas financeiras e perfil de risco.

Aqui, o investidor não conta com a proteção do Fundo Garantidor de Crédito

 Debêntures

Explicação sobre as debêntures como opção de renda fixa

Debêntures são títulos de dívida emitidos por empresas como forma de captação de recursos no mercado financeiro. As debêntures entram no segmento denominado no mercado financeiro de crédito privado.

Os investidores que adquirem debêntures emprestam dinheiro para a empresa emissora em troca de uma promessa de pagamento de juros periódicos (cupons) e devolução do valor principal no vencimento do título. As debêntures são uma das maneiras que as empresas têm de financiar seus projetos e atividades.

Existem diferentes tipos de debêntures no mercado brasileiro, que possuem classificação com base em várias características

As debêntures são emitidas por sociedades anônimas de capital aberto ou fechado e utilizadas para financiar as atividades da companhia emissora, como projetos ou até mesmo para reestruturar dívidas da empresa.

Uma das vantagens dessa forma de financiamento pode ser em alguns casos a diminuição do seu custo médio de dívida. Além disso, é possível conseguir maior flexibilização com relação ao pagamento da dívida.

As Debêntures são títulos de renda fixa de Crédito Privado. Dito isso, é importante que o investidor saiba que esses títulos não possuem a proteção do Fundo Garantidor de Crédito.

As debêntures podem possuir a isenção de imposto de renda, caso o objetivo do recurso captado seja para investimentos em infraestrutura. Caso contrário há alíquota de IR conforme tabela regressiva.

As podem apresentar duas formas de emissão: nominativas e escriturais

As Nominativas são as debentures em que o registro dos investidores e das transferências de recursos são realizadas pela própria companhia emissora do título.

Já nas Escriturais, estas ficam sob custódia de uma instituição financeira que possua autorização da CVM. Portanto, nesse caso, é esta instituição financeira que realizar o controle das transferências e dos registros.

Por fim, esse tipo de renda fixa pode ser classificado como não conversíveis, conversíveis e permutáveis.

As Debêntures Não Conversíveis, são aquelas em que não há a possibilidade de converter os títulos em ações.

As Debêntures Conversíveis, por sua vez, possuem a possibilidade de conversão em ações.

E as Debêntures Permutáveis possuem alguma similaridade com as Conversíveis, entretanto, nesse caso as ações entregues são de outra companhia e não da empresa emissora.

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Fundos de Renda Fixa

Fundos de renda fixa são veículos de investimento coletivo que aplicam os recursos dos investidores em uma carteira diversificada de títulos de renda fixa, como títulos públicos, CDBs, debêntures e outros instrumentos de dívida.

Existem diferentes estratégias que podem ser adotadas por fundos de renda fixa, e a escolha de estratégia afeta o perfil de risco e o potencial de retorno do fundo.

É importante que os investidores compreendam a estratégia do fundo de renda fixa no qual desejam investir, uma vez que diferentes estratégias implicam diferentes níveis de risco e retorno.

Cuidados e Riscos da Renda Fixa

É de suma importância que o investidor saiba, que, apesar de estarmos falando sobre investimento em renda fixa, não necessariamente significa que não há risco nesse tipo de investimento.

Os títulos públicos e os títulos de crédito privado que mencionamos nesse artigo (Debentures, CRI e CRA), sofrem com aquilo que denominamos de marcação a mercado.

Isso significa que, até o vencimento, o título sofrerá com oscilações do mercado. Isso significa que ao longo do período é possível que o investidor tenha um “retorno negativo”, ou, até mesmo é possível que fique com um rendimento acima do contratado.

Essa precificação do título é diária e apresenta o valor que o investidor teria caso decidisse realizar a venda antecipada do título. Caso o investidor permaneça até o final, ele receberá o combinado.

No caso dos títulos de emissão bancária, o investidor não tem essa volatilidade diária nos seus investimentos. Entretanto, caso ele decida realizar um resgate antecipado de um título que possua carência, possivelmente o investidor sofrerá um deságio no seu título.

Risco de Liquidez

O risco de liquidez em renda fixa refere-se à dificuldade de comprar ou vender títulos de renda fixa no mercado secundário a preços justos e dentro de um prazo razoável. Esse risco ocorre quando os investidores têm dificuldade em encontrar compradores para seus títulos ou vendedores dispostos a fornecer os títulos desejados no mercado, levando a ajustes de preços ou atrasos na execução das transações.

Para mitigar o risco de liquidez em renda fixa, os investidores devem considerar a qualidade de crédito dos títulos, a maturidade, a demanda no mercado secundário e a situação econômica atual.

Risco de Mercado

O risco de mercado em renda fixa refere-se ao risco de que o valor dos títulos de renda fixa, como títulos do governo, títulos corporativos, debêntures, entre outros, possam flutuar devido a mudanças nas taxas de juros de mercado. Esse tipo de risco é mais proeminente em títulos com taxas de juros fixas. Isso ocorre uma vez que as mudanças nas taxas de juros afetam diretamente o valor presente dos fluxos de caixa futuros associados ao título.

Portanto, esse risco é especialmente relevante para os investidores que planejam vender seus títulos antes do vencimento. Nesse caso, o valor de mercado pode ser significativamente diferente do valor nominal do título.

Risco de Crédito

O risco de crédito em renda fixa, também conhecido como risco de default ou risco de inadimplência, refere-se ao risco de que o emissor de um título de renda fixa não cumpra suas obrigações de pagamento de juros e/ou principal no vencimento do título. Portanto, é o risco de que o emissor do título não pague o que prometeu aos investidores.

Esse risco está associado à qualidade de crédito do emissor do título. Os emissores de títulos podem ser empresas, governos ou outras entidades, e sua capacidade de cumprir com suas obrigações financeiras varia.

Conclusão

Você aprendeu nesse artigo, o que é a renda fixa e algumas das principais opções em renda fixa disponíveis no mercado brasileiro.

É de suma importância considerar a renda fixa como opção para alocação dos seus recursos. Possivelmente, pelo menos em algum momento especifico fará sentido para você alocar em títulos de renda fixa.

A renda fixa desempenha um papel importante em uma carteira de investimentos diversificada por várias razões, como: geração de renda, proteção contra inflação, diversificação de risco, liquidez, maior estabilidade de rendimento em momentos de crise o que permite reduzir a volatilidade da carteira como um todo, entre outros benefícios.

É claro, é imprescindível conhecer os riscos no momento de escolher um título de renda fixa.

Os detentores de títulos de renda fixa estão expostos a alguns riscos como o risco de mercado, o risco de liquidez e o risco de crédito.

É importante destacar que a composição ideal de uma carteira de investimentos dependerá dos objetivos, horizonte de investimento e tolerância ao risco de cada investidor.

Para qualquer dúvida relacionada ao assunto, procure um profissional da área que possa auxiliar você a tomar uma decisão mais clara e em linha com seus objetivos.

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