Com quem eu devo investir?
Por: Eliseu ManicaEstá em curso uma mudança que alterará a maneira com que todas as gerações no Brasil irão investir e, mesmo, pensar sobre investimentos.
O modelo de investimento que já é comum em países que visitei, onde tive a oportunidade de presenciar essa revolução consolidada (Suíça, Liechtenstein, Itália e Alemanha, em 2015 e EUA, em 2017), começa a ganhar força no Brasil.
Cada vez mais os investimentos estão sendo feitos por profissionais do mercado financeiro, sem ligação direta com o investimento escolhido (bancos) e com total transparência, em um modelo conhecido como Shopping Center Financeiro.
Sendo assim, cada vez mais a pergunta virá a mente do investidor: com quem devo investir, se não sou um profissional do mercado financeiro?
Aqui estão os critérios, que eu, como investidor, observaria:
- Onde o profissional investe o seu próprio capital?
- Qual o nível de conhecimento do profissional que o ajudará a investir?
- Os interesses estão alinhados?
- Quando preciso tirar dúvidas, o profissional demonstra-se acessível?
Esses são os principais critérios que eu, observaria. Veja os detalhes a seguir:
Onde o profissional investe o seu próprio capital?
Sempre me perguntam: qual é o melhor investimento? O melhor investimento é aquele em que o retorno está adequado ao SEU nível de risco.
Se você está tranquilo com o investimento, o nível de risco está condizente e correto. Se você não é um profissional do mercado financeiro e precisa de um auxílio profissional, o ideal é saber onde esse profissional investe o capital próprio.
Ele, se tivesse um perfil de investimento parecido com o seu, teria uma atitude similar ao que vem orientando você a fazer?
Quando possível, opte por investir em veículos de investimentos em que o profissional aloque o seu próprio dinheiro. Isso significa que a mesma oscilação, em percentuais, que ele terá no capital dele, você terá no seu.
Qual o nível de conhecimento do profissional que o ajudará a investir?
Cada vez mais aquilo que fazemos com o grande número de informações que recebemos e são transformadas em conhecimento, em realidade e algo prático e empírico é que vai fazer a diferença. Não apenas em investimentos, mas em todas as áreas de trabalho.
Confesso que esse foi um dos maiores erros meus, no início da minha carreira: focar em certificações (fiz CPA-20, CNPI, CEA, CGA e CFA, onde alguns passei e outros ganhei experiência, o que faz parte do processo de aprendizagem) e esquecer a parte prática. Logo, consegui ver isso e corrigir, morando em Porto Alegre, São Paulo, Salamanca-Espanha e Flórida, visando ganhar conhecimentos práticos na área e atividades correlatas, como o empreendedorismo.
O profissional tem histórico de uma carteira de investimentos que possa mostrar e servir como base para você?
Qual foi o retorno do último ano? E do benchmark (algum conjunto de ações que serve como base de comparativo)?
Em algumas profissões, não é possível a assessoria. Mas naquelas que for possível, peça isso ao profissional que ele irá ajudá-lo.
Os interesses estão alinhados?
Alinhar os interesses significa que o profissional deve, SEMPRE, colocar os interesses do cliente em primeiro lugar.
Já tive inúmeras vezes em que a possibilidade de receber um fee (um repasse) maior, porém o investimento mostrado ao cliente não trazia boa rentabilidade. Obviamente, sempre opto pelo investimento que é melhor para o cliente. O foco deve ser o cliente sempre, linkando interesses de longo prazo com custo e retorno adequado, além de procurar minimizar o pagamento de imposto de renda, auxiliando na melhora do retorno no longo prazo.
Quando preciso tirar dúvidas, o profissional demonstra-se acessível?
Com a popularização da internet, é impossível um profissional não estar disponível e não retornar contatos e dúvidas ou estar acessível via whatsApp, e-mail e telefonemas.
Muitos profissionais atendem e têm clientes ao redor do Brasil. Também faço isso, mostrando-me disponível sábados e domingos, inclusive, para tirar possíveis dúvidas. Isso é importante e passa segurança para o investidor, mesmo sendo algo que exige bastante dedicação do profissional.
De maneira clara e objetiva, acredito que essas são algumas das perguntas que eu, como investidor, faria para o profissional que intermediasse e orientasse o capital que demorei meses ou anos para construir. O profissional deve procurar um retorno condizente com o risco que você está disposto a correr, ajudando-lhe a poupar tempo, que é o principal ativo que temos.
Um grande abraço e fico a disposição!
eliseu@experato.com.br