Tesouro Direto, um jeito mais seguro de investir!

Por: Lucas Maltzahn

Tesouro Direto, um jeito mais seguro de investir!

A busca por ativos seguros e que protegem o capital da inflação sempre foi algo muito visado no mercado financeiro e ganhou força com o aumento da inflação no último ano.

As pressões sobre os preços, que elevaram a inflação aos dois dígitos, aliada à instabilidade do mercado financeiro mundial, afetaram especialmente os ativos de maior risco (mercado acionário), ao mesmo tempo em que os investimentos atrelados à inflação e a renda fixa em geral, ganharam força, incluindo nesta cesta os títulos emitidos pelos governos.

Você já deve ter escutado no mercado a seguinte frase: “O tesouro direto possui a segurança soberana, é o ativo mais seguro do mercado pois a contra parte é o governo”

Mas afinal você sabe o que isso quer dizer?

Sabe como funciona o Tesouro Direto e qual a sua rentabilidade?

Nesse artigo você conhecerá tudo sobre o tesouro Direto e sairá sabendo como investir nele:

  • O que é Tesouro direto
  • Por que investir no tesouro
    • Características gerais dos Títulos Públicos Federais
  • Como funciona o Tesouro Direto
  • Tipos de Tesouros
    • Selic
    • IPCA
    • IPCA+
    • Pré-fixado
  • Marcação a mercado
  • Riscos
  • Como investir no tesouro
  • Considerações finais

O que é o Tesouro direto

Tesouro Direto é o nome dado ao programa da Secretaria do Tesouro Nacional desenvolvido em parceria com a B3 ( Brasil, Bolsa e Balcão) para vender Títulos Públicos Federais para pessoas físicas de forma 100% online.

Lançado em meados de 2002 o  processo tem como o objetivo democratizar a compra e venda de Títulos Federais de forma fácil e através da internet, assim, através da plataforma do Tesouro direto ou de alguma corretora ou banco o investidor pode adquirir investimentos a partir de R$30 reais.

Os títulos públicos federais são papéis emitidos pelo tesouro nacional, que representam uma forma de financiar a dívida pública.

Assim, o detentor do papel, o investidor, está “emprestando” dinheiro para o governo em troca de alguma rentabilidade atrelada ao valor investido.

É importante frisar que os títulos do tesouro possuem o que chamamos de segurança soberana no mercado financeiro. Como é o governo que realiza a contra parte desse investimento, consideramos que é o título mais seguro do mercado financeiro, pois basta o governo emitir mais moeda (ou mais dívida) para conseguir quitar o compromisso assumido junto aos investidores.

Aliás, essa prática tende a aumentar a inflação e desvalorizar a moeda, por isso não é de interesse do governo emitir papel moeda para honrar com as suas dívidas.

Por que investir no tesouro

O Tesouro Direto se tornou uma forma prática, fácil e mais segura de um investidor começar a sua jornada no mercado financeiro. Dentro do Tesouro o investidor encontra investimentos atrelados à Inflação e Selic, além de algumas opções pré-fixadas.

Ativos que podem compor a reserva de emergência, investimentos de médio e longo prazo, todos eles assegurados pelo governo.

O tesouro, por ter essas características, é a forma mais segura e tranquila do investidor entrar no mercado financeiro, mesmo quando ainda está em processo de estudo sobre investimentos.

Características gerais dos Títulos Públicos Federais

É importante salientar algumas características principais do tesouro, como:

  • Os investimentos não possuem a segurança do FGC (Fundo Garantidor de Crédito) como a renda fixa (CDB, LCI e LCA) possuem, pois como dito anteriormente a contraparte é o próprio governo.
  • Os Títulos possuem imposto de renda (IR) e IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
    • IR, o imposto segue a tabela regressiva do imposto de renda que parte de uma tributação, somente sobre o lucro, de 22,5% para investimentos de 0 (Zero) à 6 meses, 20% para investimentos de 6 à 1 ano, 17,5% para investimentos entre 1 à 2 anos e 155 para investimentos superiores a 2 anos.
    • IOF, já o imposto sobre operações financeiras é aplicado apenas nos primeiros 30 dias e sobre o lucro, partindo de 99% no primeiro dia até zerar no 30º dia.
  • A liquidação dos títulos públicos, na teoria é 24h por dia e 7 dias por semana, mas atenção, na prática funciona da seguinte forma:
    • Se a negociação do título for entre as 9:30h da manhã até as 18h da tarde, o valor do título é o dia dia
    • Se a negociação for entre as 18h da tarde até as 9:30h da manhã, ou finais de semana, o valor do título será o negociado na abertura do mercado do próximo dia Útil seguinte.
  • Os títulos do Tesouro Direto são Fundíveis, ou seja, a cada compra que você realizar, independentemente do dia e hora, irá tudo para o mesmo montante.

Como funciona o Tesouro Direto

Como dito anteriormente, o tesouro direto é uma forma do governo captar recursos para utilizar a seu favor, de forma a financiar a dívida pública. Assim, o detentor do título tem o direito de receber o seu capital emprestado ao governo, com uma correção do seu capital a uma taxa de juros contratada no dia de compra do título no vencimento do mesmo.

Quando o investidor compra o título público e assim empresta recursos ao governo, o governo se utiliza desse valor para executar as políticas públicas em educação, segurança, saúde, ciência da tecnologia como também pode se utilizar o valor para simples rolagem da dívida pública.

  • O que é Dívida Pública?

É a dívida que o governo contrai para financiar as despesas públicas que não são pagas com a arrecadação de impostos e tributos. Assim o estado para complementar essa diferença entre Despesas e Arrecadação emite títulos públicos e vende ao mercado.

De outra maneira a compra de títulos públicos é o único jeito do investidor financiar o estado e receber uma rentabilidade com isso.

Tipos de Tesouros

Existem vários Títulos Públicos a disposição dos investidores, para cada tipo ou categoria existem algumas características em especial. Basicamente podemos comprar investimentos do tesouro com 4 tipos de rentabilidade atreladas a ele como: atrelados a Selic, inflação, pré-fixados e os híbridos aqueles que possuem uma rentabilidade real, acima da inflação.

  • Tesouro SELIC

Tesouro Selic é um título atrelado à taxa básica de  juros da economia, a Selic.

É uma boa aplicação para quem busca baixo risco, alta liquidez e retornos médios ligados ao motor básico da renda fixa, que é a taxa Selic. Geralmente usado como investimento de reserva de emergência pelos investidores.

Esse tipo de título possui algumas características:

  • Rentabilidade pós fixada
  • Atrelado a taxa Selic
  • Alta liquidez
  • Segurança do governo

Observação: A Taxa da B3 para quem tem mais que 10 mil investido no Tesouro Selic é de 0,25%a.a

  • Tesouro IPCA

Tesouro IPCA é uma família de títulos que paga um juro anual acrescido da variação da inflação oficial do país.

Esse título serve para o investidor que quer proteger o seu capital da inflação, visto que sua rentabilidade acompanha o IPCA (Indicador oficial que mede a inflação no Brasil).

Cabe destacar, que esse ativo, por acompanhar o IPCA, em caso de deflação o título de rentabilizar igualmente.

Esse tipo de título possui algumas características:

  • Título pós fixado
  • Garante retornos conforme inflação
  • Possui a segurança do governo
  • Possui prazo definido na compra
  • Possui taxas definida na compra


  • Tesouro prefixado

Tesouro prefixado é um título que possui na sua origem, contratação, uma rentabilidade anual fixada e definida, ou seja p investidor sabe certamente o que esse título vai rentabilizar na data de vencimento,

Esse tipo de título possui algumas características:

  • Título pré-fixado
  • Garante retornos contratado no vencimento
  • Segurança do governo
  • Prazo definido na compra
  • Taxas definida na compra
  • Tesouro IPCA+

 O Tesouro IPCA + é um título parecido com o Tesouro IPCA, porém o IPCA + paga um retorno real (retorno acima da inflação), pelo fato de sua rentabilidade ser híbrida, parte atrelada à inflação e parte pré-fixada.

Esse ativo é muito requisitado pelos investidores de perfis conservadores e moderados, pelo fato de possuir a segurança do governo e ter a rentabilidade acima da inflação.

Esse tipo de título possui algumas características:

  • Título Híbrido
  • Garante retornos acima da inflação
  • Segurança do governo
  • Prazo definido na compra
  • Taxas definida na compra

Marcação a mercado

Marcação a mercado é a atualização diária nos preços de títulos de renda fixa (como Tesouro Selic e CDBs), incluindo fundos de investimento. Esse ajuste pode acontecer tanto para baixo quanto para cima.

A marcação a mercado é muito utilizada por aquele investidor que quer buscar um ganho a mais no mercado de renda fixa, porém atinge, de forma negativa, principalmente os investidores que, desavisados, fazem a saída antecipadamente dos títulos.

Como funciona a marcação a mercado?

A marcação a mercado leva em conta três fatores muito importantes: Contexto econômico como as taxas de juros, inflação, acontecimentos políticos, mercado interno e externo , o apetite dos investidores a risco e o valor dos novos títulos.

Assim, a oscilação desses fatores leva a alteração do valor unitário do título (PU), fazendo com que seu valor em um determinado momento, antes do vencimento, seja diferente a um momento futuro também antes do vencimento.

Imagine o seguinte, se um investidor comprar um título prefixado a uma remuneração de 13% ao ano no valor de R$1.000,00, tecnicamente esse é o valor unitário que o investidor pagou pelo título (R$1.000,00).

Após alguns meses a taxa de juros sobe e a emissão de novos titulos públicos começam a pagar mais no mercado. 

Nesse caso o investidor que sair antecipadamente do seu investimento para aproveitar uma rentabilidade maior que o mercado oferece, irá, provavelmente, sair com um deságio (prejuízo) devido a marcação a mercado.

O caso contrário também é verídico, ou seja, o investidor pode também ganhar dinheiro na saída antecipada do investimento, caso o mercado esteja a seu favor.

Riscos

Embora os títulos do tesouro direto contam com a maior segurança do mercado financeiro, que é o governo, esses investimentos possuem riscos sim.

Seu maior risco e basicamente o único, é a dita anteriormente marcação a mercado que faz com que o PU do seu título (preço unitário) varie com a oscilação da inflação e da taxa de juros no mercado financeiro.

Desta forma o investidor que sair antecipadamente pode perder dinheiro e inclusive assumir algum prejuízo, pois o PU do seu título pode estar menor no momento de saída do que no momento de entrada desse título.

Assim, o modo mais conservador de investir nos títulos do tesouro direto é comprar e esperar vencer a data do investimento, desta forma o valor a ser recebido é reajustado pela rentabilidade contratada.

Como investir no Tesouro

Investir no tesouro Direto é algo extremamente fácil para o investidor pessoa física, pois pelo fato dele ser 100% digital basta com que o investidor abra a conta investimento em alguma instituição financeira.

O investidor pode abrir conta no próprio site do Tesouro Nacional, em algum banco ou corretora. O procedimento é digital e muito fácil, basta seguir o passo a passo da abertura de conta da instituição desejada.

Após a abertura de conta basta com que o investidor preencha o formulário do perfil de investimentos e realize a transferência de algum valor para a compra dos títulos.

Então é muito importante alinhar os investimentos ao seu perfil de investidor e objetivos financeiros, para isso o investidor pode contar com ajuda de um assessor de investimento em alguma corretora.

Considerações finais

Levando em consideração os pontos citados e defendidos acima, o investimento no tesouro direto é uma ótima oportunidade do investidor financiar o governo e receber um rendimento por isso.

Além de se tratar de um título que possui o grau de investimento mais seguro do mercado financeiro, ele possui riscos relacionados à marcação a mercado.

Assim o investidor terá a rentabilidade contratada apenas no vencimento, caso haja uma saída antecipada ele pode perder parte do capital que foi investido.

Por isso é muito importante o investidor buscar ajuda de algum profissional que entenda de mercado e possa auxiliar na composição de sua carteira de investimentos.

O investidor que deseja ter acesso a esse profissional pode buscar ajuda em alguma corretora de investimentos, abrir a conta e investir por ela. Desta forma o assessor de investimentos passará a auxiliar o investidor com os ativos financeiros além de explicar as vantagens e riscos dos investimentos.

Então, busque uma orientação profissional, forme uma carteira alinhada ao seu perfil e objetivos e invista em títulos que te entregaram boas rentabilidades com segurança.

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