Morning Call 31/01

Por: Filipe Teixeira

Terça-feira começa com quedas generalizadas para mercados globais, na véspera de decisão do FED

A terça-feira começa com a notícia de uma queda generalizada nas ações asiáticas, com os futuros de ações dos EUA e da Europa trilhando a mesma direção, enquanto os investidores se posicionam antes das decisões sobre as taxas de juros aguardadas para esta semana nos EUA, Europa e aqui no Brasil.

Os benchmarks para China, Japão, Índia, Coreia do Sul e Austrália caíram, com pequenos ganhos iniciais em alguns mercados evaporando ao longo das sessões. Os movimentos deram sequência a uma sessão pesada em Wall Street, que arrastou o índice Nasdaq para seu pior dia desde 22 de dezembro.

Na Índia, a liquidação das ações do Grupo Adani continuou, com 10 das empresas do conglomerado vendo cerca de US$ 75 bilhões em valor de mercado indo por água abaixo, depois que a Hindenburg Research, vendedora a descoberto dos EUA, acusou a companhia de fraude na semana passada.

Já a Samsung Electronics caiu mais de 3,5% em Seul, depois de ver seu lucro cair devido à fraca demanda por semicondutores e vendas mais fracas que o previsto de seus smartphones.

Em Hong Kong, o declínio do Alibaba Group nesta semana atingiu cerca de 10% em meio à preocupação de que a recuperação do consumidor da China possa não atender às altas expectativas. Ainda assim, a queda do Alibaba e das ações chinesas em geral, mantém o índice Hang Seng com ganhos expressivos no acumulado do ano.

Um índice de ações globais também permaneceu em curso para um ganho de cerca de 6% em janeiro.

Os investidores vão se mostrando cautelosos antes das decisões do banco central e da divulgação de indicadores econômicos: os números do PMI vieram melhores do que o esperado na China, mas ainda assim não foram suficientes para se traduzir em ganhos para as ações.

Nos EUA, o rendimento dos Treasuries de 10 anos se manteve estável em torno de 3,54%. Todas as atenções se voltam agora para a decisão do Fed na quarta-feira, com o aguardado avanço de 25pb. A recuperação das ações neste mês de janeiro sugere que o mercado até agora ignorou o alerta de Powell sobre taxas mais altas por mais tempo.

Também na agenda da semana estão reuniões de políticas na Europa e no Reino Unido na quinta-feira, e o relatório de empregos nos EUA (payroll) na sexta-feira.

Por aqui, após receber o chanceler alemão, Olaf Scholz, o presidente Lula afirmou em entrevista que o Brasil tem interesse em entrar na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), mas negociando os termos. “O que queremos é saber qual seria o papel do Brasil na OCDE”, declarou o presidente no Palácio do Planalto.

“Nós estamos dispostos a discutir outra vez e queremos saber as condições”, acrescentou.

Em janeiro do ano passado, o processo para o ingresso do Brasil na entidade foi aprovado junto com os sul-americanos Argentina e Peru e os europeus Croácia, Bulgária e Romênia.

A OCDE nasceu no pós-guerra, com o intuito de organizar a ajuda financeira norte-americana à Europa. A partir dos anos 60, tornou-se um fórum de discussão de políticas públicas, incluindo países como Japão, Nova Zelândia, Israel e países do Leste Europeu e América Latina. Hoje a OCDE conta com 37 membros, que juntos, representam 80% do comércio e investimento mundial – além de 5 outros parceiros-chave, incluindo o Brasil.

 

 

 

 

 

 

Inscreva-se na newsletter

Fique por dentro das novidades



    Acompanhe nossas redes