Por: Mateus Lippmann

Asset Allocation, o que é, e como utilizar?

Você já deve ter ouvido falar de Asset Allocation, ou alocação de ativos, em português, mas ficou sem entender do que se trata?

Nesse artigo vamos explicar melhor sobre o tema e mostrar quais são os benefícios obtidos com a estratégia de Asset Allocation.

Introdução.

Asset Allocation, ou Alocação de ativos, é uma forma de gerenciar os investimentos, de forma que distribuímos os recursos do investidor em diferentes classes de ativos, como ações, renda fixa, imóveis, commodities, moedas entre outros.

Com o objetivo de buscar mais retorno e juntamente diminuir os riscos associados aos investimentos, levando sempre em consideração o perfil de investidor, e o horizonte que a pessoa busca deixar seus investimentos alocados.

Existem inúmeras literaturas, principalmente em língua estrangeira sobre o tema, pode parecer algo complexo, e de fato, existem núncias que demandam técnica, cálculos e informações que muitas vezes o investidor comum acaba não tendo acesso, porem como esse artigo se trata de um conteúdo mais resumido, abordaremos alternativas para que o investidor iniciante consiga entender e eventualmente, colocar em pratica nos seus investimentos.

Benefícios

O Asset Allocation, entende que o risco e retorno da carteira de investimentos não depende unicamente de um ativo e sim, de uma carteira diversificada e sua interação entre ativos, como renda fixa e renda variável, visando entender a quantidade que otimiza a relação risco retorno de acordo com o perfil do investidor, mais conservador/moderado ou até mesmo os mais agressivos.

O Principal objetivo na construção de tal carteira, é buscar um retorno superior a um portfólio que é concentrado em alguma classe de ativo, e com risco similar ou menor.

Relação de Asset Allocation em fundos de investimentos.

A estratégia de Asset Allocation, é amplamente utilizada por gestores de fundos de investimentos, principalmente os multimercados, onde depositamos nosso dinheiro para que um gestor e sua equipe tomem a decisão de melhores classes de ativos para investir os recursos do fundo.

Ao investir em fundos de investimento, o investidor delega a gestão da carteira a um profissional, que tem a responsabilidade de escolher os ativos que farão parte do portfólio e ajustar a alocação de acordo com as condições do mercado, visando trazer um resultado acima de algum índice de referência, muitas vezes utilizado o CDI, que seria a taxa de Juros, ou até mesmo o IPC-A que consiste na inflação.

Porem, existe a possibilidade de o investidor pessoa física, construir uma asset allocation em sua carteira de investimentos, ou ao menos uma parte dela, através de alguma informações que corretoras ou até casa de analises disponibilizam,  iremos discutir formas de realizar tal alocação no decorrer do artigo.

Classe de Ativos.

Se fala muito em diversificar investimentos, não colocar todos os ovos em uma certa só, mas sendo direto, o que é diversificação, e quais as opções disponíveis que temos para diversificar nosso capital?

No Brasil, as principais classes de ativos e suas subdivisões são:

Renda Fixa

Consistem em títulos públicos, como o Tesouro Direto, e títulos privados, como as debêntures, CRA e CRI que são os recebíveis do agronegócio e imobiliários respectivamente, havendo também a parcela de bancários que são os Certificados de Depósito Bancário (CDB) e LCI e LCA, letras de crédito Imobiliária e Agronegócio respectivamente.

Essa classe de ativos é considerada menos arriscada do que as demais, pois oferece uma rentabilidade previsível, porem existem riscos de crédito que devem ser levados em consideração, ou seja, a capacidade do emissor de honrar com as dividas emitidas.

Dentro de renda fixa, podemos optar por opções atreladas a taxa de juros, Selic, taxas definidas no momento da contratação, ou seja, pré Fixado, e títulos atrelados ao IPC-A que seria a inflação divulgada mensalmente.

Renda Variável

Consideramos aqui, investimentos no brasil que inclui investimentos em ações negociadas na Bolsa de Valores, Derivativos, ETFs, entre outros.

Essa classe de ativos oferece uma rentabilidade potencialmente mais alta do que a renda fixa, mas também é mais arriscada, pois está sujeita à volatilidade do mercado.

Ações

São títulos emitidos por empresas que representam uma fração do capital social da companhia. Ao investir em ações, o investidor se torna sócio da empresa e pode ganhar dinheiro com a valorização das ações no mercado e com o recebimento de dividendos.

ETFs

Os ETFs, ou Exchange Traded Funds, são fundos que replicam a performance de um índice de mercado, como o Ibovespa, por exemplo. Ao investir em um ETF, o investidor está comprando uma cesta de ações que representa o índice de mercado escolhido.

Derivativos

 

São contratos financeiros que permitem ao investidor ganhar dinheiro com a oscilação dos preços de outros ativos financeiros, como ações, moedas, commodities, entre outros. Os principais tipos de derivativos são as opções, os contratos a termo e os contratos futuros.

Imóveis

 

Inclui investimentos em imóveis físicos, como casas, apartamentos, terrenos, e fundos imobiliários.

Essa classe de ativos é considerada menos líquida do que as demais, pois pode levar mais tempo para vender um imóvel, ao contratos dos fundos imobiliários que são negociados em bolsa, temos liquidez em 2 dias, após definido a venda, desde que se tenha bom volume de negociação do ativo em questão.

Aqui inclui inclusive imóveis físicos, porem como tratamos de investimentos financeiros, focamos em fundos imobiliários para atender a demanda de alocação por parte de tal demanda, mesmo que o fundos imobiliários são relativamente novos em relação ao mercado de ações no brasil, acabamos incluindo junto com a parte de renda variável quando tratamos de asset allocation.

Commodities

 

Inclui investimentos em commodities como ouro, petróleo, soja, açúcar, entre outros. Essa classe de ativos é volatil e tem suas cotação da mesma forma que ações, porem seus impactos nos preços tem diversos fatores, como demanda, clima, safra, e sazonalidade em alguns caso, mas pode oferecer uma boa rentabilidade principalmente em momentos de alta demanda.

Investimentos Internacionais:

Tratamos como internacional como investimentos fora do brasil na qual estamos vivendo, tal investimento consiste possivelmente em todas as classes acima principalmente quando investida em moeda de outro pais, podendo ser ações internacional ou seja, empresas que não residem no pais.

Como exemplos de investimentos nos estados unidos, Europa, chile méxico e afins, os mais comuns são nos EUA, porem com ETF’s que replicam índice de países, já temos maior abrangência global dentro da bolsa do brasil, B3.

Moedas

 

Inclui investimentos em moedas estrangeiras, como o dólar e o euro. Essa classe de ativos é mais indicada para investidores que desejam diversificar sua carteira ou proteger-se de flutuações cambiais.

Criptomoedas

Inclui investimentos em criptomoedas como o Bitcoin, Ethereum, Litecoin, entre outras. Essa classe de ativos é relativamente nova e ainda mais arriscada do que as demais, pois está sujeita à volatilidade do mercado e a fatores regulatórios, normalmente em um asset allocation, a parte de criptomoedas ficam na parte de investimentos alternativos, devido a ser algo muito recente e sem maiores dados históricos para eventuais analises.

Como realizar o Asset Allocation na carteira.

Para implementar uma estratégia de alocação de ativos, o investidor deve primeiro definir seu perfil de investimento, considerando fatores como idade, objetivos financeiros, tolerância ao risco e horizonte de investimento.

Com base nesse perfil, ele deve determinar uma alocação de ativos que equilibre a rentabilidade e o risco.

Uma forma que temos atualmente, é através de corretoras, como é o caso da XP investimentos, quando preenchemos o perfil de investidor no site, temos uma sugestão de alocação dividida por classe de ativos, conforme foto abaixo.

Fonte: XP Investimentos – Carteira Visionária Abril 2023

Vale lembrar que tais carteiras são apenas algo inicial, que pode ser modificado por conta do investidor, ou algum profissional, mas com tal sugestão temos algo da qual iniciar a parte de diversificação da carteira, no caso da foto, optamos por uma carteira moderada, aonde o investidor já assumi riscos de maiores, na qual temos opções de investir em renda variável, tanto brasileira, quando internacional.

Dentro de cada classe de ativo e porcentagem, entra a parte de conhecimento por parte do investidor, ou algum profissional como o assessor de investimentos para auxiliar e escolher quais ativos vão compor cada parcela e porcentagem em determinada alocação de ativo.

Podendo como exemplo, dentro da parte de renda variável, termos apenas ações, compradas diretamente na bolsa de valores, com o foco de dividendos, e não termos nada em fundos de investimento em ações, conhecidos FIA, então estamos fazendo de tal forma que, conseguimos atingir a alocação sugerida, por conta própria, sem um gestor tomando decisões, e cabendo a nós escolher boas empresas, ou seguir alguma recomendação de analista na qual temos confiança.

O mesmo vale para renda fixa, quando pensamos em rentabilidade na parte de renda fixa, temos exemplos de títulos atrelados a inflação, quando maior o risco do emissor, maior a taxa, exemplo entre Tesouro direto e Crédito privado, o segundo tem taxas maiores, porem existe maiores risco de calote, então o investidor que opta por tal investimento, tem que estar ciente, porem ambos vão suprir a alocação em renda-fixa destinada a inflação na carteira.

Como sabemos o mercado é volátil, e temos diversos fatores que fazem com que as taxas de juros, e as ações e demais classes, oscilem seus valores, de tal forma, estabelecem rebalanceamentos nas carteiras diversificadas entre classes de ativos, de maneira que se a sugestão de uma carteira é 20% em renda variável, e por conta de condições de mercado as ações subiram e atualmente temos 25%, a sugestão pode ser muitas vezes, vender esse excesso de alocação (5%) e redistribuir nas classes que estão com alocação menor de acordo com a carteira sugerida, por exemplo, comodities, moedas ou até títulos públicos isso ocorre para que não ficamos sobre alocados em um determinado ativo, minimizando assim os riscos inerentes do mercado, e realizando lucro, conforme os resultados nos são apresentados.

Sendo assim uma forma de aproveitar oportunidades de investimentos em diferentes classes.

Como realizar o teste do perfil

É importante ressaltar que a alocação de ativos deve levar em consideração o perfil do investidor e seus objetivos financeiros.

Por exemplo, um investidor mais conservador pode optar por uma maior alocação em renda fixa, enquanto um investidor mais agressivo pode ter uma maior alocação em renda variável.

A melhor forma de saber seu perfil de investidor, seria através de alguma corretora, aonde você cria a conta e responde algumas perguntas, dessa forma, teremos um perfil de investidor de acordo com seus objetivos e após concluído, teremos também uma carteira sugerida para que possa começar a investir de forma mais organizada.

Conclusão

Em resumo, o Asset Allocation é uma estratégia de investimento que busca equilibrar o risco e o retorno da carteira, por meio da diversificação em diferentes classes de ativos, tivemos conhecimento que mesmo uma pessoa física é capaz de criar tal estratégia para usufruir dos benefícios de uma diversificação, junto com dados que analistas profissionais de mercado nos trazem, que seriam os pesos em cada classe de ativo.

Uma das vantagens da estratégia é que não precisamos ficar descobrindo qual o ativo que mais vai subir nos proximos anos, pois a carteira tem um pouco de cada ativo disponível, o que vale o investidor realizar são ajustes mensais ou em algum periodo definido para ajustar os pesos em cada classe, buscando assim se adaptar as novas condições de mercado.

Vale ressaltar que o Asset Allocation não elimina os riscos provenientes do mercado de capitais, e não deve ser realizado por uma pessoa sem experiencia, na duvida consulte um profissional de mercado ou seu assessor de investimentos.

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