Compromissadas, como funciona esse tipo de operação.

Por: Ana Larre

Neste artigo você vai aprender o que são, como funcionam e para que servem as operações compromissadas. 

Quando falamos em investimentos de renda fixa existem diversas opções de produtos, como por exemplo CDB, LCI e LCA e ao falarmos em diversificação de carteira dentro da renda fixa as operações compromissadas podem ser uma boa alternativa.

O que são operações compromissadas?

As operações compromissadas são basicamente operações de compra e recompra de ativos, que oferecem baixo risco e possuem garantia. Elas funcionam como um empréstimo que tem como garantia títulos de renda fixa.

Esses títulos são adquiridos pelo investidor já com um prazo determinado para a devolução ao “dono” do título, que realiza a recompra do papel em troca de uma remuneração, também já acordada.

Quais as vantagens de investir em compromissadas?

A maior vantagem em investir nesse tipo de títulos é a possibilidade de diversificação da carteira de investimentos.

Outro ponto importante é que por existir um prazo determinado e envolver um título de renda fixa como garantia, as compromissadas acabam sendo um investimento de baixo risco.

Além de baixo risco e diversificação, elas também dão ao investidor a possibilidade de isenção de IOF (Imposto sobre operações financeiras).

Tipos de títulos disponíveis nas compromissadas

Nessa operação os ativos disponíveis para servirem de garantia, ou lastro, como costumamos usar no mercado financeiro, são ativos de renda fixa. 

alguns exemplos são:

  • CDB – Certificado de Depósito Bancário
  • Debêntures
  • LCI – Letras de Crédito Imobiliário
  • LCA – Letras de Crédito do Agronegócio
  • CRI – Certificados de Recebíveis Imobiliários
  • CRA – Certificados de Recebíveis do Agronegócio
  • LH – Letra Hipotecária
  • Títulos Públicos

Até o ano de 2016, todas as compromissadas eram isentas de IOF, aquele imposto que comentamos no início do artigo.

Inclusive as emitidas por instituições pertencentes a um mesmo grupo econômico.

Os bancos utilizavam esse tipo de operação para fechamento de caixa de curtíssimo prazo ao invés de realizar o resgate de um ativo de renda fixa diretamente, visto que a isenção levava a um custo menor. 

Nessa mesma época, o lastro mais comum eram títulos públicos (por exemplo, LFTs – título pós fixado atrelado à Selic), que não são isentos de IOF.

Ou seja, o banco captava recursos via compromissadas, usando como garantia uma LFT, recomprando-a no dia seguinte.

Com a Resolução 3.389 do CMN, de 2016, as operações compromissadas de emissores do mesmo grupo econômico e inferiores a 30 dias, passaram a ser tributadas pelo IOF.

Com isso o produto encareceu e ficou mais similar a um CDB, fazendo com que as instituições financeiras reduzissem seu uso visando liquidez.

Em contrapartida, com a evolução do mercado financeiro, as operações compromissadas com garantia em títulos corporativos ganharam força no Brasil devido à isenção de IOF, O o que já era comum no mercado norte-americano.

Riscos

Agora que você já sabe as vantagens das compromissadas é hora de falarmos dos riscos existentes neste tipo de investimento. 

Você já deve ter ouvido falar em FGC, é a sigla de Fundo Garantidor de Crédito, ele é uma cobertura aplicada a fundos de renda fixa, mas diferentemente desses fundos as compromissadas não possuem tal cobertura.

Sendo assim, não há o reembolso de até R$ 250 mil reais pelo FGC, no caso de descumprimento de compromissos pelo emissor.

Porém títulos de compromissadas  de um CDB, por exemplo, não terá a cobertura do FGC, mas o próprio CDB trará indiretamente segurança ao seu dinheiro.

Passos para investir em uma compromissada

1- Checar seu perfil de investidor

Como falamos neste artigo, as compromissadas são investimentos de baixo risco, ideal para investidores mais conservadores, sendo assim verificar as características do seu perfil é o primeiro passo antes de apostar em qualquer tipo de investimento.

2-Verificar tipos de operações disponíveis

O segundo passo é verificar as opções de operações compromissadas disponíveis na sua corretora. Um exemplo é operações compromissadas para pessoa física ou jurídica.

3- Fazer a transferência para sua corretora

Após verificar seu perfil e escolher a operação ideal é hora de fazer a transferência bancária para sua corretora e investir na operação escolhida.

E na prática, como funcionam as operações compromissadas?

As operações compromissadas têm como característica:

Operação de ida: consiste no  momento da compra do título, com o compromisso de recompra pelo vendedor.

Operação de volta:  é o momento de recompra do título, onde o comprador tem o compromisso de revenda do mesmo. 

O prazo dessa operação é previamente estabelecido, e pode estar ou não de acordo com o vencimento do título de renda fixa que foi dado como garantia.

Dessa forma a recompra do título pode ser feita na data do vencimento do título, na data posterior ao vencimento ou no dia seguinte e nesse caso elas são chamadas de compromissadas over.

A remuneração desse título pode ser pré ou pós-fixada, apresentando um rendimento igual a outros títulos de renda fixa, como um CDB, por exemplo, ou ainda diferente, de acordo com o acordado entre as partes.

 

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