Dólar, Selic à 11% ao ano e bolha imobiliária

Por: Eliseu Manica

Dólar
Com a queda do dólar, o número de brasileiros que viaja para o exterior aumentou exponencialmente entre 2013 e 2014. A partir disso, muitos me perguntam acerca do melhor momento e qual o melhor procedimento para a compra de dólares em viagens. Por experiência própria, acredito que a melhor maneira e a menos onerosa é o travel card. Travel card é um cartão de similar a cartão de crédito, em que se aloca o valor em real, visando adquirir dólares ou outra moeda. Esse é um meio barato, fácil e acessível de ter disponibilidade em dólar no exterior. Além disso, o custo é menor, paga-se entre 2% a 3% de ágio perante o dólar comercial do dia, o que é baixo, comparado com alternativas diferentes.

Para o final do ano a tendência do dólar é de ficar entre R$ 2,45 a R$ 2,55, segundo o Boletim Focus, que compila a opinião e perspectivas econômicas das 30 maiores instituições nacionais. Sendo assim, o momento é propício para a aquisição de dólares e viagens, pois a tendência é a desvalorização do real e valorização do dólar, incluindo se Dilma vencer, o que é o mais provável dado o cenário político atual, assim como levando em conta as perspectivas de baixa poupança (em termos de poupar e não fazer a conhecida Poupança, investimento tradicional) e baixa taxa de investimento que vigora em nosso País atualmente.
Selic mantem-se a 11% ao ano
Tivemos na última quarta-feira reunião do Comitê de Política Monetária (COPOM) em que ocorreu a decisão de manter a taxa de juros em 11% ao ano. Essa foi uma reunião em que foram mantidos os juros, ao contrário das reuniões anteriores em que ocorreu uma decisão de elevação da taxa, visando o controle da inflação. Nos últimos dias tivemos setores como o de varejo, que auxiliaram na queda da inflação, servindo como balizador da tomada de decisão.
Essa manutenção da Selic a 11%, favorece os investimentos em Fundos Imobiliários, pois demonstra que em 2014, a Taxa Selic no máximo chegará a 11,25% ao ano, favorecendo essa modalidade de investimento que tem correlação negativa com a Selic, ou seja, quando Selic cai, Fundos Imobiliários sobem.
Cabe salientar que escrevi em março na coluna, reproduzindo um comunicado enviado para pessoas conhecidas em fevereiro, sobre a oportunidade dos últimos 5 anos em Fundos Imobiliários. Naquele momento, foi possível adquirir empreendimentos que pagavam em torno de 1,1% ao mês de aluguel e contratos longos, de até 10 anos, como o caso de um imóvel alugado para a Petrobrás, em Macaé no Rio de Janeiro. Desde fevereiro alguns Fundos Imobiliários tiveram elevação de mais de 20% no valor de suas cotas.
Bolha imobiliária?
Outra indagação que me fazem é sobre bolha imobiliária. Tenha certeza, ISSO NÃO IRÁ ACONTECER no Brasil! O peso do crédito imobiliário perante o Produto Interno Bruto (PIB) no Brasil é de apenas 7%. Há cinco anos atrás era de 4%! Nos Estados Unidos, quando ocorreu a bolha imobiliária em 2008, o peso era de 60% do PIB Americano!! Temos uma diferença de quase 10 vezes comparando com o Brasil! O que há de fato são os preços que estão muito altos. Inclusive, estou no momento estudando e procurando saber mais sobre a compra de imóveis nos Estados Unidos, dada a recuperação dos preços nos últimos 6 meses principalmente, além do financiamento muito mais baixo que no Brasil (taxas de juros entre 4 a 6% ao ano, diminuindo com o transcorrer do tempo!).
Minha opinião sobre o mercado de imóveis brasileiro e da Região das Missões: como investimento não é o melhor momento, a não ser que a compra seja realizada em leilão ou uma oportunidade similar, diferenciada. Para verificar se é vantajoso, compare o rendimento da poupança (há investimentos que rendem até 50% mais com a mesma garantia e segurança e na mesma renda fixa) perante o investimento total do imóvel. Se o rendimento do aluguel for menor que o rendimento da poupança, não é vantajoso o investimento. Lembre-se nem sempre tudo que sobe irá continuar assim, assim como tudo que cai!
Um bom final de semana para todos!
Consultor de Investimentos e CEO da Experato Ag. Aut. Investimentos (www.experato.com.br);
Empreendedorismo na Babson College – Babson International Program for Development of Entrepreneurs, Executives and Shareholders-EUA-2013
POS-MBA/MASTER em Governança Corporativa e Valuation, pela BI International (São Paulo-SP);
MBA em Mercado de Capitais pela FGV;
Aprovado pela Associação Nacional de Corretoras (ANCOR), Certificado de Especialista de Ativos – Anbima (CEA); CPA-20, Conteúdo Brasil (CB) e Conteúdo Técnico (CT) do Certificado Nacional dos Profissionais de Investimento (CNPI-T) e Membro da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais.

Inscreva-se na newsletter

Fique por dentro das novidades



    Acompanhe nossas redes