ETFs: o que é e como funcionam os fundos de índice

Por: Willian Porner

Os Exchange-Traded Funds (ETFs) têm ganhado crescente popularidade nos últimos anos, transformando o panorama dos investimentos globais.

Esses veículos de investimento oferecem uma alternativa eficaz para investidores que buscam diversificação, liquidez e flexibilidade. Neste artigo, exploraremos os ETFs em detalhes, desde o conceito fundamental até as nuances de diferentes tipos de ETFs disponíveis no mercado.

O que são ETFs

Os ETFs, ou Exchange-Traded Funds, são fundos de investimento que são negociados em bolsas de valores, assim como ações. Aqui no Brasil, eles são também chamados de Fundos de Índice.

Eles foram introduzidos pela primeira vez nos Estados Unidos em 1993 com o lançamento do “SPDR S&P 500 ETF” ou Standard & Poor’s Depositary Receipt, também conhecido como “SPY.” O objetivo do SPY é replicar o índice acionário americano S&P 500.

Quando você investe em um ETF, normalmente você está investindo em um fundo que replica um determinado índice do mercado. Cada índice possui uma caraterística, a qual o investidor pode escolher de acordo com seu perfil ou sua estratégia.

Conforme o artigo 2º da instrução CVM 359:

“O fundo é uma comunhão de recursos destinado à aplicação em carteira de ativos financeiros que vise refletir as variações e rentabilidade de um índice de referência, por prazo indeterminado.”

O conceito principal por trás dos ETFs é proporcionar aos investidores uma maneira fácil e acessível de acessar uma carteira diversificada de ativos financeiros, como ações, títulos, commodities e até mesmo criptomoedas, de forma que o investidor pode se expor a um determinado mercado reduzindo o risco e sem a necessidade de avaliar ativo por ativo.

Como funcionam os ETFs

Os ETFs são criados e gerenciados por Gestoras, assim como os Fundos de Investimentos tradicionais. A criação dos ETF ocorre a partir do momento em que as gestoras compram os ativos subjacentes que compõem o ETF e, em seguida, emitem ações do ETF no mercado de ações. Essas ações são negociadas entre investidores, e o preço das ações reflete o valor dos ativos subjacentes. O número de ações de um ETF pode aumentar ou diminuir com base na demanda do mercado.

 Gestão dos ETFs

Como você viu até agora, o ETF é basicamente um fundo que replica um determinado índice. Nesse sentido, como é que ocorre a gestão dos ETFs?

É importante que fique claro que a massiva parte dos ETFs disponíveis no mercado possuem uma gestão passiva, que é justamente o fato do gestor apenas replicar um determinado Índice.

Aqui, diferente do que ocorre em diversos fundos de investimentos tradicionais, não há análise e estudos constantes em busca de diferentes oportunidades para atingir melhores performances. Portanto, o gestor do ETF segue de maneira estrita o proposto, que é replicar o índice escolhido.

Negociação no mercado secundário

No mercado secundário, os investidores compram e vendem cotas de ETFs assim como ocorre em ações. A negociação ocorre em bolsas de valores durante o horário de negociação normal. O preço das cotas de ETFs é determinado pela oferta e demanda, e geralmente espelha o valor líquido dos ativos (NAV) do ETF.

Liquidez e formação de preço dos ETFs

Os ETFs são negociados em bolsas de valores, tornando-os ativos mais líquidos e permitindo que os investidores comprem e vendam a qualquer momento durante o horário de negociação.

Tipos de ETFs

Existem vários tipos de ETFs, cada um com suas próprias características e estratégias de investimento. Dentro os principais, estão:

ETF de Ações

Os ETFs de ações são aqueles que seguem um determinado índice que possua ações em sua composição. No Brasil, atualmente, esse tipo de ETF são os mais comuns de se encontrar, onde o objetivo é possuir participação acionária seguindo uma determinada estratégia proposta por um índice de mercado.

ETFs de setores

Estes ETFs concentram-se em setores específicos da economia, como tecnologia, saúde ou energia. Eles permitem que os investidores ajustem sua exposição a áreas específicas do mercado. Como exemplo, poderíamos citar o ETF que replica o mercado de construção civil ou que replica o desempenho de ações do setor elétrico.

ETFs de commodities

Esses ETFs rastreiam o desempenho de commodities físicas, como ouro, petróleo ou metais preciosos. Eles oferecem exposição a mercados de commodities sem a necessidade de armazenamento físico.

ETFs de renda fixa

Os ETFs de Renda Fixa, são ativos de Renda Variável, pois são ETFs e sabemos que esses ativos são negociados em bolsa e estão sujeitos a precificação de acordo com as negociações diárias. Entretanto, estes ETFs investem em títulos de renda fixa, como títulos do governo ou corporativos. São uma opção para investidores em busca de menor volatilidade.

Importância dos ETFs no mercado financeiro

Diversificação de portfólio

Um dos principais atrativos dos ETFs é o potencial de diversificação que ele possui. Na maioria dos casos, os índices utilizados refletem o desempenho de uma cesta de ativos, o que naturalmente oferece uma diversificação dentro do proposto.

Entretanto, é importante ficar atento. Há ETFs que possuem diversificação dentro de um setor específico, portanto, você estaria reduzindo riscos de uma empresa em específico, por exemplo, mas se ocorre algo com o setor inteiro, essa diversificação não será suficiente.

Acesso a diferentes segmentos do mercado

A possibilidade de acesso a diferentes segmentos de mercado via ETF também podemos entender como mais um dos benefícios. Você consegue montar uma carteira diversificada em diferentes segmentos. O investidor possui maior praticidade.

 Custos

Os custos dos ETFs podem ser considerados como atrativo, principalmente quando comparados com Fundos de Investimentos. Há ETFs com custos em torno de 0,3% ao ano, enquanto fundo de investimentos podem apresentar taxas próximas a 2% ao ano. É claro que aqui tem um fator que pode justificar essa diferença, a Gestão. Pelo fato da maioria dos ETFs possuir uma gestão mais passiva, acaba possuindo um custo menor de taxa de administração para o investidor.

Flexibilidade de negociação

A facilidade na negociação também conta como fator positivo para essa classe de ativos. Comprar e vender um ETF é prático, pois são ativos negociados abertamente em bolsa, assim é possível investir ou sair do fundo quando desejar. É claro, sempre é bom ficar atento ao volume financeiro negociado diariamente, assim, é possível saber o nível de liquidez de cada fundo.

ETF no Brasil

O mercado de capitais no Brasil, vem se desenvolvendo cada vez mais. Há um crescimento exponencial nos últimos anos. E claro, esse crescimento impacta o mercado de ETFs, dado que há cada vez mais opções de ETFs disponíveis.

Abaixo você pode conferir a lista de ETFs disponíveis na B3:

https://www.b3.com.br/pt_br/produtos-e-servicos/negociacao/renda-variavel/etf/renda-variavel/etfs-listados/

Riscos: risco de mercado e risco de liquidez

Como qualquer investimento, os ETFs têm seus próprios riscos que os investidores devem estar cientes. Alguns dos principais riscos associados aos ETFs incluem:

Risco de mercado: Os preços dos ETFs podem flutuar de acordo com os movimentos do mercado subjacente. Se o mercado cair, o valor do ETF pode cair também, independentemente dos ativos subjacentes que ele representa.

Risco de liquidez: A liquidez dos ETFs pode variar, e alguns ETFs podem ser menos líquidos do que outros. Isso pode tornar difícil a compra ou venda de ações de ETF a preços desejados, especialmente em mercados voláteis.

Esses dois são os principais riscos e que afetam os ETFs de forma geral.

Há outros riscos como os Riscos de Concentração e Riscos de Exposição Cambial que podem afetar determinados ETFs em virtude das características específicas do portfólio.

Considerações finais

Os ETF oferecem diversificação, liquidez, alé de outras praticidades para o investirdor, tornando-os uma opção interessante de alocação. No entanto, é essencial compreender os diferentes tipos de ETFs e suas estratégias antes de investir, pois cada um atende a necessidades e objetivos diferentes.

Sem dúvida, os ETFs continuarão a desempenhar um papel significativo na construção de portfólios diversificados e eficientes no futuro. No Brasil esse mercado tende a evoluir cada vez mais, ao mesmo tempo que devemos ver cada vez mais opções nessa classe de ativos disponíveis no mercado.

Ademais, é importante que os investidores compreendam os riscos e avaliem como os ETFs se encaixam em seus objetivos de investimento e tolerância ao risco. A diversificação, a pesquisa adequada e a compreensão dos custos associados a um ETF são essenciais para tomar decisões de investimento informadas. Além disso, considerar o horizonte de investimento e os objetivos de longo prazo é fundamental para mitigar os riscos associados aos ETFs.

É aconselhável consultar um consultor financeiro ou profissional de investimentos antes de tomar decisões de investimento importantes.

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