Investimentos em ETFs (Exchange Traded Funds)
Por: Olacir LimaETF: Fundos de índices são uma boa opção para investidores ocupados
Está sem tempo para acompanhar o mercado? Invista com uma gestão passiva!
Com certeza você conhece as ações negociadas na bolsa de valores, mas existem outros ativos que também são negociados na B3. Com uma popularidade cada vez maior, os ETFs (Exchange Traded Funds), também conhecido como fundos de índices, podem ser uma boa opção na hora de montar sua carteira de investimentos.
Neste artigo vou te mostrar tudo que você precisa saber para começar a investir nestes fundos de índices, que podem ser uma ótima alternativa tanto para o investidor iniciante, quanto para o investidor que não tem tempo para ficar acompanhando o mercado.
Tópicos que serão abordados:
O que é um ETF
Como os ETFs são geridos?
Tipos de ETFs
Código de Negociação dos ETFs
Rentabilidade
Impostos e custos
Diferença entre ETFs e fundos de investimento
Vantagens de ter ETF em sua carteira
E as desvantagens?
Como investir em ETFs
Quais são os principais ETFs do mercado?
O que é um ETF
Primeiramente, os fundos de índices são também fundos de investimentos, representando assim, um grupo de investidores investindo juntos. Porém, este tipo de fundo de investimentos tem duas principais diferenças comparado com os fundos em geral:
Espelham índices – Os ETFs estarão sempre ligados a um índice subjacente, ou seja, vão acompanhar a rentabilidade da carteira teórica de um determinado índice. Para isso, o gestor do ETF vai sempre deixar a carteira do fundo igual à carteira do índice, com os mesmos pesos.
Listados em bolsa – Os ETFs são negociados no mercado financeiro através da bolsa de valores. Assim, aumenta a liquidez do ativo e o expõe à uma volatilidade causada pela oferta e demanda do mercado.
Mesmo sendo regulamentado em 2002, os investimentos em ETFs passaram a se popularizar apenas nos últimos anos. Apesar de ter muito campo para crescer aqui no Brasil, já é um ativo bem conhecido e desenvolvido em mercados internacionais.
O pioneiro no mercado de ETFs brasileiros foi aberto em 2004 com o código PIBB11. Este ETF tem como índice de referência o IBrX-50 (índice Brasil 50).
O objetivo do IBrX-50 é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos 50 ativos de maior negociabilidade e representatividade do mercado de ações brasileiro.
O IBrX-50 é administrado pelo Itaú e foi aberto para incentivar que investidores de pequeno porte ingressassem no mercado de ações, podendo assim, comprar 50 ações diferentes investindo em um único ativo.
Com o sucesso do PIBB11, outros vários ETFs foram listados em seguida, referenciados em diversos índices como por exemplo o IBOV, S&P500 (500 maiores empresas dos Estados Unidos), IDIV (Índice de Dividendos), IGC (Índice de Governança Corporativa), ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial) e outros que citarei no final deste artigo.
Com o aumento do número de ETFs, o aumento do número de investidores e a popularização desta categoria de ativos, o volume de negociações em fundos de índices tem aumentado ano após ano.
Analogia com ETFs
Pense em uma ação como uma fruta. Ao investirmos em uma fruta, podemos escolher uma fruta boa ou uma fruta ruim de acordo com a nossa análise.
O ETF então é representado como uma cesta de frutas, na qual quando investimos estamos escolhendo várias frutas juntas, ou seja, ações que compartilham de uma mesma característica. No exemplo abaixo, o setor do ETF seria a fruta maçã.
Mas como investidores, nós podemos escolher investir em uma cesta de laranjas ao invés de maçãs, porque sabemos que as laranjas estão com um preço melhor. Conseguiu me entender?
Como os ETFs são geridos?
Os ETFs são conhecidos por ter uma gestão passiva, ou seja, o gestor não tem o trabalho de analisar oportunidades no mercado para entrar ou sair de uma posição, já que o objetivo do fundo é justamente ter a mesma rentabilidade que seu índice de referência.
Diferente dos fundos de investimentos de gestão ativa, que cobram uma taxa de administração mais elevada para que um profissional do mercado financeiro faça a gestão com objetivo de entregar uma rentabilidade acima da média, ou seja, acima do benchmark do fundo.
Isso quer dizer que o investidor que alocar seu patrimônio em ETFs terá resultados positivos quando o índice subjacente subir e resultados negativos quando o índice subjacente cair. Enquanto o gestor fica responsável apenas por atualizar a carteira do ETF de acordo com a composição atualizada do índice de referência.
Tipos de ETFs
Podemos categorizar os ETFs em dois grandes grupos:
ETF de renda fixa
ETF de renda variável
Dentro de cada um destes grupos, os ETFs são subdivididos por índices amplos, segmentadoss, setoriais, nacionais ou internacionais.
Os mais comuns são ETFs de renda variável, tendo inclusive mais opções de investimento como ETF de criptomoedas, ETF de commodities, ETF de empresas de setores específicos, entre outros.
Novamente, o mercado global de ETFs oferece uma gama de opções muito maior do que o mercado interno, porém o mercado interno de ETFs já conta com mais de 75 fundos de índices diferentes.
Código de Negociação dos ETFs
Como citado, os ETFs são negociados em bolsa de valores. Então, é necessário um ticker (código) para encontrá-los nas negociações.
O ticker de um ETF é formado pelo nome do fundo + 11.
Por exemplo, o BOVA11 é um ETF que representa o Índice Bovespa e o SMAL11 é o ETF que representa o Índice Small Cap brasileiro.
Código de negociação | XXXX11 = 04 letras maiúsculas + o número 11 |
Cotação | Valor em Reais por cota, com 02 casas decimais |
Prazo de liquidação | D+2, a partir da data de negociação |
Lote padrão | Mercado primário: determinado pelo emissor
Mercado secundário: 01 cota. |
Rentabilidade
Como os ETFs têm sempre um índice de referência, a rentabilidade de um fundo que cumpre com a função de espelhar o ativo subjacente vai ser a mesma rentabilidade apresentada por este índice.
Ou seja, para investidores que queiram investir no índice Bovespa, o ETF é a melhor opção. Tenha em mente que um ETF que está referenciado no índice Bovespa tende a subir 5% caso o índice Bovespa suba 5%, da mesma maneira que tende a cair -5% caso o índice recue -5%.
Quando eu digo “tende” é porque existem algumas variáveis que podem dificultar a vida de um gestor quando se trata em replicar a carteira teórica de um índice. Como:
- Redução da liquidez dos ativos para atualização da carteira;
- Volatilidade repentina do mercado.
Assim, a rentabilidade do ETF pode ficar descolada da rentabilidade do índice. Mas comumente essas diferenças são pequenas e passageiras.
Sem contar que o gestor e a equipe administrativa não trabalham de graça, então há uma taxa de administração pelo serviço dos profissionais que pode apresentar um pequeno desconto na rentabilidade de um ETF também.
Impostos e custos
Os custos de negociação de ETFs são bem semelhantes aos dos custos de negociação de uma ação. Haverá uma taxa de corretagem (que pode ser zerada) dependendo da corretora em que for negociado e as taxas de negociação da B3, conhecidas também como emolumentos.
Porém, nas ações não há taxa de administração. Enquanto nos ETFs essa taxa é a remuneração do profissional que está replicando a carteira teórica do índice. Assim como é cobrado em fundos de investimentos comuns, porém normalmente as taxas de administração em ETFs são bem menores comparados com taxas de fundos com gestão ativa.
Também não faria sentido cobrar uma taxa de performance, já que o intuito do fundo é replicar o benchmark e não superar o benchmark.
Em relação à tributação dos ETFs, existem algumas particularidades. Assim como nas ações é cobrado uma alíquota de 20% sobre o lucro em operações de daytrade e 15% sobre o lucro em operações normais.
Porém, os ETFs não contemplam a isenção de impostos em negociações abaixo de R$20 mil em operações normais. Outra questão é que mesmo em operações normais em ETFs de fundos imobiliários a alíquota será de 20% sobre o lucro.
Então, assim como nas ações, nos ETFs de renda variável é de responsabilidade do investidor fazer o recolhimento deste imposto através de DARF (Documento de Arrecadação da Receita Federal) até o último dia útil do mês subsequente da negociação.
Porém, há uma exceção quando se trata de ETF de renda fixa. Neste caso o imposto é retido já na fonte e o investidor não precisa pagar a DARF.
Uma vantagem que os ETFs têm em relação aos fundos de gestão ativa é a ausência da antecipação de imposto de renda conhecida como come-cotas.
ETFs listados atualmente na B3
ETF de renda variável
ETF de renda fixa
Razão Social | Fundo | Código |
---|---|---|
BTG PACTUAL TEVA DEBÊNTURES DI FUNDO DE ÍNDICE | BTG DEB DI | DEBB11 |
ETF BRADESCO IMA-B FUNDO DE ÍNDICE | BRAD IMA-B | IMBB11 |
ETF BRADESCO IMA-B5+ FUNDO DE ÍNDICE | BRAD IMA-B5M | B5MB11 |
IT NOW ID ETF IMA-B | IT NOW IMA-B | IMAB11 |
IT NOW IMA-B5 P2 FUNDO DE ÍNDICE | IT NOW B5P2 | B5P211 |
IT NOW IMA-B5+ FUNDO DE ÍNDICE | IT NOW IB5M | IB5M11 |
IT NOW IRF-M P2 FUNDO DE ÍNDICE | IT NOW IRF-M | IRFM11 |
MIRAE ASSET RENDA FIXA PRE FUNDO DE INDICE | MIRAE FIXA | FIXA11 |
Como investir em ETFs
Como todos os investimentos, primeiramente você deve ter uma conta em uma corretora. Caso você não tenha ainda uma conta aberta, para facilitar este passo vou deixar um link abaixo onde você pode criar a sua conta facilmente:
https://www.xpi.com.br/aai/#/passo/1?assessor=A70108
Quando estiver já com a conta aberta, é necessário fazer a transferência do patrimônio que deseja investir. Esta transferência pode ser feita por meio de TED de mesma titularidade, ou seja, de uma conta bancária de seu CPF para a conta na corretora que está no seu CPF.
Depois de aberta a sua conta na corretora e saldo transferido para investir, basta fazer acesso em sua conta e localizar a plataforma de negociação em bolsa de valores, chamada de homebroker.
No homebroker, abra a janela de negociação e vá na opção de COMPRA. Escreva o código do ETF desejado e a quantidade que deseja investir.
Para confirmar a negociação, insira a sua assinatura eletrônica e uma ordem será enviada para a bolsa de valores. Uma vez que haja uma contraparte para esta ordem ela será executada e fechada na íntegra.
Lembrando que é muito importante fazer uma análise do investimento para verificar se adequa-se ao seu perfil de investidor em relação aos riscos que oferece e se está alinhado com os objetivos que você deseja alcançar.
Como citado anteriormente, existem diferentes tipos de ETFs de diferentes setores e características. Por isso vale a pena estudar a melhor opção antes de investir.
Afinal, vale a pena investir em ETF?
Sim! Claro que observando o seu objetivo como investidor. É uma opção fácil, rápida e barata para alocar seus investimentos em diferentes setores do mercado financeiro.
São simples de acompanhar, pois a rentabilidade do ETF seguirá a rentabilidade do índice referenciado.
São mais baratas pois cobram uma menor taxa de administração e não cobram taxa de performance.
São fáceis pois são negociadas na bolsa de valores, através do homebroker de qualquer corretora.
Agora basta traçar uma estratégia de investimentos seguindo o seu perfil de investidor e alocar em um ETF dentre os diversos setores que estão disponíveis no mercado. Consulte o seu assessor de investimentos para tomar as decisões mais assertivas.