IPO, a estreia das empresas na bolsa
Por: jessicaAtualmente, existem mais de 400 empresas listadas na bolsa de valores brasileira, a B3. Todas têm algo em comum: elas tiveram sua estreia oficial na bolsa de valores, o IPO, que no bom português, significa “oferta pública inicial”.
É um momento que atrai grande atenção do mercado financeiro, já que nesta data, novas pessoas (físicas e jurídicas) farão parte do quadro societário da companhia, já que a partir da estreia, a empresa passa a ter seu capital aberto e consequentemente, suas ações passam a ser negociadas dentro da bolsa.
Mas afinal, como esse processo acontece?
Quais são as principais mudanças ?
São estas respostas que o artigo de hoje vai responder, vamos embarcar no universo das etapas e conceitos importantes da inicialização de uma companhia aberta.
A empresa decidiu abrir seu capital
Este é o primeiro passo, a tomada de decisão, a qual nem sempre é a mais fácil. Quando se decide abrir o capital algumas mudanças irão acontecer, uma delas é de posição e visão dentro da sociedade, pois muitas coisas serão alteradas.
Podemos destacar de momento que a estrutura organizacional terá uma nova forma, as estratégias devem ser reavaliadas e transformadas, de acordo com a nova posição da instituição. Além disso, a transparência é um dos pontos cruciais nessa transição.
Segundo o Guia de IPO da B3 :
“é importante que os acionistas realizem uma avaliação criteriosa das vantagens e façam as devidas ponderações antes de realizar esse relevante passo da abertura de capital”.
Vantagens
A empresa que está listada na bolsa consegue gerar mais capital, recursos por meio das emissões dos seus papéis no pregão, sem ter a necessidade de desembolsar algum valor para pagar taxas. Com esse benefício, as companhias conseguem equilibrar a sua estrutura de capital.
Facilidade de aquisição ou fusão com outras companhias, ao tornar-se uma empresa de capital aberto, ela pode adquirir outras companhias com suas próprias ações e outra facilidade gerada pelo do referencial de avaliação do negócio, um indicador de valor que favorece ainda mais essas fusões.
Outra vantagem é a liquidez, já que os investidores estratégicos, sócios e empreendedores podem vender suas ações no mercado viabilizando o desinvestimento de fundos de Private Equitiy e Venture Capital, segundo o Guia de IPO da B3.
Desvantagens:
Como falamos no início do texto, mudanças acontecem nesse processo. A partir do momento que a torna-se uma companhia de capital aberto a visibilidade da empresa toma outra proporção, o que traz a necessidade de uma transformação organizacional. A cultura muda, os controles internos mudam, exigindo total transparência, dados e informações devem ser divulgados e estes são esperados pela população e mídia.
Pontuando de forma básica seriam:
- Divulgação de dados com a imprensa e exposição na mídia;
- As decisões são tomadas de forma compartilhada companhia e acionistas;
- Falta de controle no preço das ações, já que o valor é influenciado por fatores externos.
O que se precisa para abrir capital?
A Lei 6.404, de 15.12.76 (Lei das S.A.), define como Companhia Aberta como:
“A companhia ou sociedade anônima terá o capital dividido em ações, e a responsabilidade dos sócios ou acionistas será limitada ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas.”
A Lei exige que a companhia esteja registrada na CVM – Comissão de Valores Mobiliários para poder ser negociada na bolsa.
Resumindo as Exigências que a Lei 6.404 faz:
- Registro no CVM;
- Ser uma sociedade na forma de SA – Sociedade Anônima;
- Possuir um Conselho Administrativo;
- Designar um diretor de relações internacionais
- Preparar informações trimestrais auditadas dos últimos 3 anos registrados no CVM;
- Solicitar uma eventual adesão a algum segmento de listagem da bolsa.
Após, a empresa preencher todos esses requisitos exigidos pela legislação, a mesma estará apta para realizar a sua estreia na bolsa na captação de recursos por meio de uma oferta pública de suas ações.
As empresas que irão realizar o IPO, contratam profissionais do mercado financeiro, como assessores, bancos e até um painel jurídico para auxiliarem na elaboração e organização do lançamento.