Mercado de Opções; Finalidade, benefícios e riscos.
Por: Mateus LippmannMercado de Opções; Finalidade, benefícios e riscos.
Neste artigo, iremos discutir melhor sobre o mercado de opções, apesar de ser um investimento que demande muito conhecimento por parte do investir, traz inúmeros benefícios, que se feito da forma correta, ou com um profissional de mercado, consegue proteger e remunerar a carteira de renda variável e inclusive, gerenciar os riscos oriundos do mesmo, conseguindo gerencia-los através de ferramentas de proteção em caso de queda, ou até remunerar a custódia atual.
Apesar de ser um tema que engloba alguns conceitos técnicos, vamos focar nas finalidades, benefícios e eventuais riscos que envolvem ter uma parcela da sua carteira atrelada as opções.
Quando falamos de opções estamos nos referindo ao mercado de derivativos, que é uma forma de investimento que deriva de alguma ação, índice entre outros.
Esse mercado nos oferece inúmeras oportunidades, desde que feito da forma correta com os devidos conhecimentos.
O Que são Opções?
As opções são contratos financeiros que dão ao titular o direito, no caso de compra, ou a obrigação, no caso de venda, de comprar ou vender um ativo subjacente a um preço pré-estabelecido em uma data específica.
No mercado de opções brasileiro, o ativo subjacente pode ser ações, índices de ações, câmbio, commodities, entre outros.
Quando tratamos de opções, usamos o termo “prêmio” sobre o custo para comprar, ou o valor que o investidor recebe quando vende, de modo que, se você desembolsar R$100,00 para comprar uma opção, tratamos esse valor de prêmio, pois é o que se recebe para assumir os riscos inerentes do mercado de derivativos.
As opções são negociadas na B3 e existem dois tipos de opções:
Opções de compra (calls): as opções de compra dão ao comprador o direito de comprar o ativo a um determinado preço até sua data de vencimento.
Imagine o cenário onde o investidor acredita que uma ação vai se valorizar, mas ele não tem interesse em desembolsar o valor total para comprar no mercado a vista, então ele compra uma opção de compra ao preço de 30 reais, com vencimento para 30 dias, desembolsando 1 real por cada opção.
Segue abaixo uma tabela ilustrando os possíveis cenários em caso de alta ou queda da ação que ele comprou as opções:
Com esse exemplo, em caso de o ativo após os 30 dias estar acima de R$ 31, ele começa a ganhar, pois ele topou comprar a R$ 30 e teve um custo de R$1, totalizando os R$ 31, e em caso de queda, ele tem o prejuízo limitado ao que foi pago para comprar as opções.
Opções de venda (puts): as opções de venda dão ao comprador o direito de vender o ativo subjacente a um determinado preço em seu vencimento, com essas opções temos a finalidade maior de proteger eventuais quedas do ativo, ou até mesmo especular que algum ativo possa ter seu preço deteriorado negativamente durante um período especifico.
Vemos um exemplo aonde um investidor está preocupado com possíveis queda em uma ação que ele possui em carteira.
Digamos que a ação atualmente está em R$ 30,00 e o investidor pretende montar uma proteção para que em caso de queda ele não perca dinheiro com essa desvalorização, para fins de exemplos, digamos que ele também pagou R$ 1,00 em uma opção de venda, teríamos um exemplo conforme imagem abaixo.
Note que em caso de queda abaixo de R$ 30,00, temos um ganho na opção e perda na ação, na qual nosso resultado fica limitado pelo custo da compra da opção, nos protegendo em um cenário de queda.
Pegamos por exemplo o preço da ação em R$ 26,00, nossa opção valorizou 4 reais, porem pagamos 1 real por ela, logo teremos um resultado de R$ 3,00 positivo o que nos protegeu da desvalorização da ação que foi de R$ 4,00 negativo.
Se considerarmos apenas a ação, sem a proteção, teríamos a queda integral na custódia.
Importante observar que como nosso custo fica limitado a compra da opção de venda, caso a ação suba acima de R$31,00 (ação mais o custo da opção) continuamos participando da alta do ativo.
Como por exemplo o cenário de a ação não cair e subir até R$ 33,00, nós teríamos uma diferença de ganhos referente ao preço da opção, porem mesmo com o desembolso, ainda teríamos participado da alta e embolsado R$ 2,00 com a alta.
Existe também a possibilidade de realizar uma venda de opções na qual o vendedor de uma opção de compra (call) tem a obrigação de entregar o ativo a determinado preço, e o vendedor de uma opção de venda (put) tem a obrigação de comprar determinado ativo a determinado preço.
No cenário de venda de opções, temos um risco ilimitado, você assume uma obrigação e não um direito que ocorre no caso de compra, ou seja, uma pessoa que compra uma opção o risco está limitado pelo gasto feito no momento da compra, já o vendedor, caso o papel subir, continua perdendo.
Lembrando que não existe um valor máximo que a ação possa subir ou caso a ação quebre, ele terá a obrigação de comprar a ação pelo preço estipulado no caso de uma venda de opção de compra.
As estratégias mais básicas envolvem apenas a compra, pois nela, temos risco controlado e são uma forma efetiva de proteger a carteira.
Em uma operação de remuneração, realizamos uma venda, porém na mesma quantidade de ações que temos em custódia, sendo feito de forma que no pior cenário, entregamos as ações, sem termos um risco ilimitado.
Agora, vamos abordar alguns conceitos básicos e suas finalidades na carteira de um investidor que não conhece muito sobre o tema, em um outro momento abordaremos sobre temas mais técnicos.
Com as informações descritas acima, podemos dividir o mercado de opções em 3 grandes finalidades para o investidor.
Proteção (hedge)
Uma das finalidades do uso das opções é para a proteção da carteira contra oscilações de preços, semelhante ao que foi mostrado na tabela de opção de venda (Put) na qual o investidor compra uma espécie de seguro para seus investimentos em renda variável, principalmente ações.
Um exemplo seria um investidor que está com receio de queda de alguma ação em carteira, comprar opções de venda (Put) para se proteger contra a queda do preço, de forma que caso a ação caia, ele ganha nas opções, compensando a perda que o mesmo tem no papel em carteira.
Remuneração.
De forma distinta a proteção, uma pratica muito comum por investidores mais experientes no mercado seria remunerar sua custódia em ações, através das opções, você já deve ter ouvido falar no lançamento coberto, ou dividendo sintético.
É uma possibilidade, na qual o investidor assume a parte da venda nas opções, em vez de comprar alguma opção, ele vende a mesma, de forma que ele recebe um prêmio, e assume a obrigação de entregar a ação a um determinado preço.
Lembrando que para evitar riscos maiores e alavancagens, devemos apenas realizar na mesma quantidade que temos em carteira, afim de minimizar os riscos envolvidos na operação.
Pense que um investidor tem em carteira uma ação e gostaria de gerar uma renda extra com o papel, assim, ele poderia vender uma opção de compra, e teria um prêmio que entraria na sua conta, para caso a ação suba, ele ter que entregar o papel ao preço pré-estabelecido.
Imaginamos o exemplo: um investidor tem ações XYZ e gostaria de remunerar sua custódia através da estratégia citada.
Nesse cenário, ele venderia uma opção de compra, assumindo ter que entregar o papel, caso a ação suba, com um vencimento para 30 dias.
Porém para assumir esse risco, ele recebe um prêmio sobre a venda das opções, que pode variar dependendo do ativo, e das condições do mercado.
Especulação ou Alavancagem
Embora o mercado de opções seja frequentemente associado a um maior risco, é possível gerencia-lo com conhecimento e usando estratégias bem planejadas.
Uma das finalidades que trazem maior risco (se feitas de forma incorreta) seria a especulação ou a alavancagem, na qual o investidor quer se beneficiar da alta ou queda de uma determinada ação, sem possuir ela em carteira, ou “apostar” mais em uma ação que ele já tem.
Dessa forma o investidor busca comprar opções para que caso sua previsão se concretize ele ganhe, porem sem os devidos conhecimentos, o valor aportando nessa estratégia pode virar zero se o ativo não for para o lado que o mesmo esperava.
Considerações finais
Conseguimos com o final desse artigo, demonstrar um pouco mais o que são opções, quais seus benefícios para os investidores em bolsa de valores, e também sobre seus riscos.
No entanto, é importante lembrar que as opções não são adequadas para todos os investidores, esse produto se destina a investidores com um perfil agressivo, e que já tem ciência dos riscos de renda variável.
O mercado de opções pode ser complexo e, se não for gerenciado adequadamente, pode levar a perdas significativas. É fundamental que os investidores tenham uma compreensão completa dos riscos e benefícios das opções e estratégias antes de investir e contar com algum profissional de mercado para auxiliar a gerenciar suas operações.
Jamais concentrem todo seu recurso em apenas uma estratégia, seja ações, fundos imobiliários, opções ou até renda fixa, como investidores, devemos ter conhecimento, e de acordo com nossos objetivos, investir de forma que possamos alcança-los.
Além disso, é importante selecionar uma boa corretora para negociar opções, que te forneça estrutura, e ferramentas de alto nível para poder tomar as melhores decisões.