Migrando da poupança para a Renda Fixa

Por: Eliseu Manica


Ainda há investidores que relutam em trocar a poupança por outros investimentos mais rentáveis usando como alegação a segurança e a liquidez. Trata-se de um grave equívoco já que há investimentos que também oferecem segurança e liquidez. Seja por total desconhecimento ou falta de orientação adequada, o investidor acaba perdendo grandes oportunidades de obter uma melhor remuneração sem expor seu patrimônio a grandes riscos.
Investimentos em renda fixa são uma ótima alternativa a poupança. Alguns investimentos contam com garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que oferece uma cobertura de até R$ 250.000,00 por CPF e por instituição financeira em caso de insolvência do emissor do título. É a mesma cobertura oferecida aos investimentos em poupança.
Além disso, o rendimento da poupança é sempre o mais baixo quando comparado com qualquer investimento em renda fixa, só é mais rentável do que deixar o dinheiro parado na conta corrente. O rendimento da poupança é simples de ser calculado: se a Selic (taxa base de juros) for menor ou igual 8,5% ao ano, a poupança rende 70% da Selic mais a TR (Taxa Referencial); se a Selic for superior a 8,5% ao ano, a rentabilidade será fixa: 0,5% mais a TR. Quanto a TR, em 2017 o acumulado ficou em torno de 0,6% e no primeiro semestre de 2018 foi de 0,0%!

PREFIXADO

Quem escolhe investir em renda fixa prefixada tem a vantagem de saber de antemão o quanto terá de rendimento no vencimento do título. Isto porque, como o nome sugere, a taxa de remuneração é definida no momento da contratação. Com isso, o investidor tem total segurança porque não fica exposto as oscilações do mercado.
Há opções de prefixado em títulos como LCI (Letra de Crédito Imobiliário), LCA (Letra de Crédito do Agronegócio) e CDB (Certificado de Depósito Bancário). Todos estes investimentos contam com cobertura do FGC. Quem investe em LCI e LCA fica isento de IR (assim como na poupança), enquanto que investimentos em CDB estão sujeitos a retenção de IR pela tabela progressiva, mas somente sobre os rendimentos.
Para quem utiliza a poupança para aplicações superiores a 1 ano, com a perspectiva de utilizar os recursos no futuro, investir em renda fixa é uma opção mais rentável, tão segura quanto e com a mesma liquidez. Não há motivos para deixar o dinheiro na poupança, correndo o risco de ter o rendimento corroído pela inflação. Procure um assessor da Central de Investimentos e verifique quais as melhores opões em renda fixa para você.

PÓS-FIXADO

Os títulos de renda fixa pós-fixados têm seus rendimentos atrelados a um indexador e estão sujeitos as oscilações de mercado. Há título atrelados a taxa Selic ou a indexadores como IPCA e IGP-M. É o caso dos títulos da dívida pública, do Tesouro Direto, que tem investimentos como o NTN-B (corrigido pelo IPCA) e o NTN-C (corrigido pelo IGP-M).
Uma opção muito comum são os CDB pós-fixados, que são atrelados a CDI. Estes investimentos costumam ser remunerados com base na taxa do CDI (Certificado de Depósito Interbancário) que é a taxa utilizada pelos bancos nas operações realizadas entre si. Para se ter uma ideia, um CDB com liquidez diária do banco Fibra, com rendimento de “apenas” 100% do CDI, proporcionava – em 17/07/2018 – um rendimento 10,71% maior que a poupança. Vale observar que há CDB com rendimento superior a 120% do CDI.
Assim como nos prefixados, verifique as retenções para resgates antecipados. Há cobertura do FGC. Os títulos do Tesouro Direto não têm esta cobertura, seu garantidor é o próprio governo federal. Vale a mesma dica que demos para os prefixados: muito gerentes oferecem títulos, especialmente CDB, pouco rentáveis. Em alguns casos o rendimento não passa de 80% do CDI (ou até menos!). Procure um assessor de investimentos da Central do Investidor e verifique as melhores opções.

IPCA+

O Tesouro IPCA+ é um título da dívida pública emitido através do Tesouro Direto. É a nova denominação do NTN-B Principal. O IPCA+ paga, além dos juros, o rendimento da inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor – Amplo) que é o índice de preço calculado pelo IBGE e utilizado pelo Banco Central para definir as metas de inflação.
Há ainda a opção de CDB com correção pelo IPCA mais um percentual preestabelecido, é o CDB IPCA+. Nesta opção, você será remunerado pelo índice IPCA mais uma taxa anual. É um investimento hibrido onde há uma remuneração fixa mais uma variável (IPCA). Segue-se as demais regras de qualquer investimento em CDB.
Quem opta por investimentos com IPCA, busca juros reais, sempre acima da inflação. Lembrando que juros reais correspondem aos juros nominal menos a inflação do período. É uma opção conservadora e melhor do que a poupança, onde os rendimentos podem ser corroídos pela inflação acumulada.

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