Morning Call 01/03

Por: Filipe Teixeira

Dados de manufatura da China surpreendem e bolsas miram para o terreno positivo

O mês de março inicia com as ações asiáticas em alta, mesma direção apontada pelos futuros em Wall Street, depois que a manufatura da China registrou sua maior melhora em mais de uma década.

Uma referência da MSCI para ações asiáticas registrou o maior avanço desde meados de janeiro, apoiada por um aumento de 4% no índice de referência de Hong Kong. Os futuros do S&P 500, Nasdaq 100 e Euro Stoxx 50 apagaram as perdas anteriores e subiram após dados mostrando que a segunda maior economia do mundo está se recuperando fortemente depois que as restrições impostas pela Covid foram suspensas.

O índice de gerentes de compras de manufatura da China subiu no mês passado para sua leitura mais alta desde abril de 2012. Os números vêm antes do Congresso Nacional do Povo, que ocorre anualmente, onde os investidores esperam ouvir mais sobre os planos econômicos de Pequim.

A recuperação desta quarta-feira na Ásia marca uma reversão em relação às últimas semanas, quando uma reavaliação das taxas máximas dos EUA levou os investidores a vender os ativos de risco. O Hang Seng China Enterprises Index saltou mais de 4%, ajudado especialmente por ações de tecnologia, recuperando-se após uma perda de 11% em fevereiro.

Os rendimentos dos títulos também avançaram na Europa na terça-feira, depois que os dados mostraram mais uma vez as dificuldades em conter a inflação, causando uma reavaliação das expectativas de taxas, retomando um tema que dominou as negociações em um mês em que o Federal Reserve sinalizou sua intenção de aumentar as taxas mais do que o mercado esperava.

As expectativas do mercado também preveem que o Banco Central Europeu aumente as taxas até fevereiro de 2024, com uma taxa terminal do BCE de 4% , já totalmente precificada .

Por aqui, de acordo com a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), o preço da gasolina deve aumentar cerca de R$ 0,25 por litro com a volta dos impostos federais (PIS/Cofins), anunciada nesta terça-feira pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Já a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico dos Combustíveis (Cide), terceiro imposto cuja volta estava em discussão, deve seguir zerado por decisão do governo, sem pressionar o preço final.

Considerando que a Petrobras anunciou, horas antes, a redução do preço da gasolina em 3,9% (ou R$ 0,13 por litro), o saldo líquido do reajuste ficou em R$ 0,34 por litro nas refinarias. Uma vez que a gasolina do tipo A representa 73% da mistura (os outros 23% são etanol anidro), o aumento carregado para as bombas é menor, de R$ 0,25 por litro de insumo, explica o presidente da Abicom, Sergio Araújo.

Há algumas semanas, a Petrobras tem vendido combustível mais caro que o preço de paridade de importação (PPI), parâmetro que baliza seus preços desde 2016. A companhia tem cálculo próprio de PPI em função de seu próprio volume de vendas e capacidade de armazenamento e, desde 2020, não vinha repassando a volatilidade do preço no mercado internacional, considerando uma média de preços do passado recente e projeções futuras.

Ainda de acordo com a Abicom e a consultoria StoneX, a gasolina era vendida até ontem, 6% (ou R$ 0,20 por litro) acima do preço de importação, o que de fato sugeria espaço técnico para uma redução maior. Assim, a opção pela redução parcial foi definida como “estritamente técnica”, apesar da motivação política que a acompanhou.

 

 

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