Morning Call 05-01

Por: Filipe Teixeira

As ações asiáticas encerraram a quinta-feira com ganhos generalizados, na contramão dos futuros em Wall Street, que operam com leves perdas à medida que os investidores vão digerindo a reabertura da atividade econômica da China e os comentários cautelosos da última ata da reunião do Federal Reserve.
Os indicadores de ações da China continental e de Hong Kong subiram em um rali ajudado pelas notícias de que a China reabrirá gradualmente sua fronteira com Hong Kong. O índice Hang Seng subiu para o nível mais alto desde julho, sinalizando um novo apetite por ações de tecnologia no continente. As ações da Coreia do Sul, Japão e Austrália também subiram.
A ata da reunião de dezembro do Fed divulgada nesta quarta-feira mostrou que muitas autoridades destacaram a necessidade de conter a inflação sem desacelerar muito a economia, animando os mercados. Enquanto isso, os investidores estão voltando às ações chinesas em meio a uma convicção crescente de que o relaxamento das restrições ao vírus estimulará uma retomada do consumo e dos gastos.
Os dados dos EUA divulgados na quarta-feira mostraram melhora nas condições da cadeia de suprimentos, queda nos preços de insumos e demanda mais lenta. Ainda assim, a Amazon.com disse que está demitindo mais de 18.000 trabalhadores – um número significativamente maior do que o planejado anteriormente – no mais recente sinal de que a crise tecnológica está se aprofundando.

Nesse sentido, o payroll desta sexta-feira deve fornecer uma imagem mais clara do mercado de trabalho nos EUA.

Entre as commodities, o petróleo avança levemente após cair 9,5% nos últimos dois dias, a maior queda diária desde setembro. A complicada reabertura da China é um fator que impulsionou este movimento.

Por aqui, o presidente Lula deve dar um “puxão de orelha” em sua equipe na primeira reunião ministerial do novo governo agendada para amanhã. Lula pretende alinhar o discurso do executivo federal e reorganizar o fluxo de decisão do governo, após declarações atrapalhadas e divergentes de seus recém empossados ministros, que causaram ruídos intensos no mercado.
“O presidente já marcou a primeira reunião ministerial, para, inclusive, organizar e reafirmar, e ele acabou de me dizer, qualquer proposta só será encaminhada, evidente, depois da aprovação do presidente da República”, afirmou Rui Costa, ministro da Casa Civil. “E qualquer proposta, ele vai dizer isso na reunião, passará necessariamente pela Casa Civil antes de sua análise.”

Neste início de mandato, foram ao menos três episódios. O mais emblemático, a afirmação do novo ministro da Previdência, Carlos Lupi, de que pretende rediscutir o que chamou de “antirreforma da Previdência”, em referência às mudanças aprovadas em 2019. Rui Costa, afirmou nesta quarta-feira que “não há nenhuma proposta sendo analisada ou pensada” em relação a mudanças nas exigências de aposentadorias e pensões.

Inscreva-se na newsletter

Fique por dentro das novidades



    Acompanhe nossas redes