Ações asiáticas e Futuros em Wall Street abrem semana em queda

As ações asiáticas abriram a semana com quedas generalizadas (exceção ao índice Nikkei, no Japão), mesma direção apontada pelos futuros em Wall Street, depois que o surpreendente relatório de empregos nos EUA (payroll) mostrou um forte aumento na criação de novas vagas de trabalho, aumentando a perspectiva de mais aumentos de juros por parte do Federal Reserve. A preocupação com as tensões geopolíticas EUA-China também pesou no sentimento dos mercados.

O dólar vai subindo pelo terceiro dia, depois que os números mostraram um aumento nas folhas de pagamento e o desemprego atingindo a mínima em 53 anos. Os números apontados pelo payroll apontam para uma inflação persistente e reforça a necessidade de mais aumentos de juros.

As ações caíram em Hong Kong e na China continental, com o índice Hang Seng a caminho do fechamento mais baixo em um mês. As ações chinesas listadas nos EUA caíram na sexta-feira depois que o governo Biden decidiu adiar a próxima viagem do secretário de Estado Antony Blinken à China devido a um suposto balão espião chinês, abatido no sábado.

No Japão, as ações subiram e o iene enfraqueceu depois que o Nikkei informou que o governo havia abordado o vice-presidente do Banco do Japão, Masayoshi Amamiya, sobre a sucessão de Haruhiko Kuroda como chefe do banco central, o que aumentaria a probabilidade da atual política monetária perdurar, se um de seus arquitetos suceder Kuroda.

Entre as commodities, o petróleo Brent se estabilizou na região dos US $80,00 o barril à medida que os investidores avaliam as perspectivas para a demanda na China e as últimas sanções aos fluxos de energia da Rússia.

Por aqui, o presidente Lula avalia iniciar a ampliação da faixa de isenção da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) ainda este ano para quem ganha dois salários mínimos (R$ 2.604). A faixa de isenção está atualmente em R$ 1.903, o que faz com que o trabalhador que ganha menos do que um salário mínimo e meio já tenha que pagar o imposto.

Esse ponto tem incomodado o presidente, que vem sendo muito criticado nas redes sociais por não dar o início à correção da tabela do IR, mesmo que de forma gradual. Cabe lembrar que na campanha, Lula prometeu isentar quem ganha até R$ 5 mil caso ganhasse a eleição. Parlamentares aliados também cobram a correção. Na quinta-feira, 2, ele voltou a dizer que fará ajuste na tabela e que vai aprovar a reforma tributária.

Se o salário mínimo subir para R$ 1.320 no Dia do Trabalhador, em maio, como o governo avalia anunciar a depender da evolução dos gastos da Previdência, o problema aumenta, já que a cobrança do imposto passará a ser feita em cima do contracheque de mais empregados.