Morning Call 08/02

Por: Filipe Teixeira

Ações asiáticas fecham no terreno negativo; futuros em NY operam estáveis após fala de Powell

As ações asiáticas tiveram uma quarta-feira de perdas (com exceção ao índice Kospi, na Coréia do Sul), enquanto os futuros em Wall Street operam estáveis, depois que Jerome Powell, reforçou a mensagem de que o Federal Reserve ainda deve ter muito trabalho a fazer para trazer a inflação para próximo à meta estabelecida pela entidade.

No Japão, o iene se estabilizou depois de subir mais de 1% na terça-feira, enquanto o dólar australiano subiu, com ganhos também superiores a 1% após a decisão do Reserve Bank of Australia de aumentar as taxas de juros nesta terça-feira. Os rendimentos dos títulos do governo indiano e da rupia subiram depois que o banco central do país elevou as taxas de juros em 25 pontos base nesta madrugada, em linha com as expectativas do mercado.

Os comentários de Powell vieram alinhados com o discurso realizado na semana passada, após a reunião do FOMC e antes da divulgação do payroll, acalmando os investidores que esperavam que o chefe do Fed recuasse no afrouxamento das condições financeiras, minimizando a criação de vagas de trabalho muito além do projetado.

Powell destacou que a desinflação começou e que novos aumentos provavelmente serão necessários se o mercado de trabalho continuar forte.

Na mesma direção, o presidente do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari, afirmou que o Fed provavelmente teria que aumentar as taxas de juros para 5,4% no topo de sua meta, dada a força do mercado de trabalho dos EUA. Lembrando que o Fed aumentou as taxas em 25 pontos base na semana passada, para uma faixa de 4,5% a 4,75%.

Na Índia, as ações da Adani Enterprises subiram pelo segundo dia, à medida que os investidores reavaliam o impacto do relatório da Hindenburg Research publicado há duas semanas. A agência de classificação Moody’s, disse em um relatório que a exposição dos bancos indianos ao Adani Group não é grande o suficiente para afetar sua qualidade de crédito .

Entre as commodities, o preço do petróleo Brent vai ampliando os ganhos (US $ 83,84) após um aumento expressivo na terça-feira, seu maior em um dia desde novembro, ajudado por uma recuperação na demanda da China.

Por aqui, de acordo com o Estadão, o presidente Lula está sendo aconselhado por ministros de seu governo a baixar a temperatura no confronto contra Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central.

Os interlocutores alertaram Lula que suas falas recentes só contribuem para aumentar o prêmio de risco pedido por quem compra papéis do Tesouro Nacional e financia a dívida do governo, impactando também a curva de juros e pressionando o câmbio: o dólar mais alto, por óbvio, retroalimenta a inflação, podendo inclusive retardar a queda de juros.

De acordo com um interlocutor do presidente que preferiu não ser identificado, o caminho é diminuir a tensão para evitar que os dois lados – Lula e BC – fiquem sem saída mais adiante, reconhecendo que Lula pode não atender aos conselhos se houver uma escalada do conflito.

Em seus dois mandatos anteriores, Lula terceirizava os ataques – ora na figura do então vice-presidente José Alencar, ora com Guido Mantega, ministro da Fazenda. Dessa vez, Lula vem ele mesmo atirando os torpedos na direção do BC.

 

 

 

 

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