Morning Call 08/12
Por: Filipe TeixeiraOs mercados asiáticos amargaram outro dia de perdas (exceção ao índice Hang Seng em Hong Kong), enquanto os futuros em Wall Street operam no terreno positivo, tentando interromper uma sequência de 5 dias consecutivos de queda (caso do S&P 500) em um momento de intensa pressão sobre ativos mais arriscados tanto na Ásia como nos EUA.
As ações de Hong Kong subiram com relatos de que os requisitos de uso de máscara podem ser descartados. As ações da China continental no entanto, encerraram estáveis (-0,07). O yuan offshore manteve-se abaixo do nível de 7 yuans por dólar, enquanto os investidores continuam esperançosos em relação ao afrouxamento da política Covi zero, de olho também na sombria perspectiva para a economia global.
O setor manufatureiro chinês recebeu um duro baque após a divulgação de dados fracos de exportação aliado a uma provável recessão nos EUA e na Europa, o que afeta diretamente o otimismo em relação a um potencial crescimento econômico em 2023.
Entre as commodities, o petróleo vai subindo após uma queda de quatro dias consecutivos, com os investidores avaliando o impacto das medidas da China para aliviar as restrições de vírus contra uma desaceleração iminente nos EUA.
Na agenda econômica, os destaques são para o relatório de preços ao produtor dos EUA nesta sexta-feira e o Índice de Preços ao Consumidor dos EUA a ser divulgado na próxima semana.
Por aqui, a principal aposta do governo eleito para cumprir suas promessas de campanha, como a manutenção do Bolsa Família em R$ 600 e a concessão de uma parcela adicional de R$ 150 por cada criança de até seis anos, a PEC da transição, foi aprovada em dois turnos no Senado Federal na noite de ontem.
Em primeiro turno, 64 senadores votaram a favor (eram necessários 49 votos) e 16 foram contrários. No segundo turno, foram 64 votos favoráveis e 13 contra. Agora, a proposta segue para a Câmara dos Deputados, com a expectativa de votação na semana que vem.
A proposta eleva em R$ 145 bilhões o teto de gastos pelo período de dois anos, em 2023 e 2024 para o pagamento do Bolsa Família. O texto abre espaço também para gastos extras de até R$ 23 bilhões em investimentos, condicionado a receitas extraordinárias, o que eleva o impacto fiscal da proposta para R$ 168 bilhões.
Cabe destacar que o texto não sofreu alterações em relação ao que foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado na terça-feira. Durante a sessão, o relator Alexandre Silveira (PSD-MG) rejeitou uma emenda encabeçada pelo senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR) que defendia uma revisão, de R$ 145 bilhões para R$ 100 bilhões, além da redução do prazo de validade da medida, de dois anos para um ano.
Por fim, o novo governo terá de enviar ao Congresso até agosto do ano que vem, um projeto de lei complementar com uma nova proposta de regra fiscal para substituição do teto de gastos.