Morning Call 10/02

Por: Filipe Teixeira

Mercados asiáticos fecham em queda e Futuros em NY operam estáveis em dia de visita de Lula a Biden nos EUA

Os mercados asiáticos encerraram a semana em queda (exceção ao índice Nikkei, do Japão), enquanto os futuros em Wall Street operam estáveis, com a perspectiva de taxas de juros mais altas em função da batalha do Federal Reserve contra uma inflação ainda distante da meta.

Os rendimentos da dívida americana seguem subindo depois que os investidores elevaram os rendimentos dos papéis de 2 anos acima dos de 10 anos para o maior nível desde o início dos anos 1980, um sinal de falta de confiança na capacidade da economia de suportar aumentos adicionais do Fed.

Nesse sentido, a atualização do principal indicador da inflação da próxima semana nos EUA (CPI) pode representar um potencial ponto de inflexão na curva de rendimentos do Tesouro.

O presidente do Fed Bank de Richmond, Thomas Barkin, disse que é importante continuar caminhando para conter a inflação. Seus comentários ecoaram o sentimento de quatro autoridades do Fed que falaram ao longo desta semana.

Enquanto isso, o dólar subiu em relação a todas as moedas do G10, encaminhando-se para um ganho semanal, enquanto o yuan offshore se mantém dentro de um mesmo intervalo. Os dados da inflação chinesa mostraram que os preços ao consumidor subiram 2,1% em janeiro em relação ao ano anterior, em linha com as previsões do mercado.

Já o governo do Japão está planejando anunciar um novo presidente para seu Banco Central até o dia 14 de fevereiro, um movimento que será observado de perto pelos mercados. O iene tem flutuado desde que o Nikkei informou no início desta semana que o vice-presidente do BOJ, Masayoshi Amamiya, pode suceder Haruhiko Kuroda no comando do banco central.

Enquanto isso, as ações da Lyft (principal concorrente da Uber nos EUA) caíram cerca de 30% no after market, após uma perspectiva de ganhos que ficou significativamente abaixo das estimativas dos analistas, enquanto se prepara para sacrificar os lucros em uma tentativa de atrair passageiros com preços mais baixos.

Na sessão regular, a Tesla estendeu um rali que elevou o preço das ações da fabricante de veículos elétricos em cerca de dois terços este ano. As ações da Alphabet caíram ainda mais com as preocupações sobre seu chatbot de inteligência artificial revelado no início deste mês.

Entre as commodities, o petróleo vai reduzindo os ganhos da semana, com os investidores pesando a ameaça de uma desaceleração econômica global contra uma perspectiva otimista para a demanda chinesa após o fim do Covid Zero.
Por aqui, empresas de vários setores estão fazendo suas contas em relação aos prejuízos que terão com uma decisão tomada nesta quarta-feira pelo Supremo Tribunal Federal: o tribunal estabeleceu que sentenças outrora consideradas definitivas em disputas sobre o pagamento de impostos podem agora ser alteradas.

Em se confirmando a mudança, sentenças favoráveis à empresa (contrárias ao governo) poderão ser revistas, e a mesma terá de fazer pagamentos retroativos referentes ao período em que ainda discutia a matéria na Justiça.

O julgamento discutiu especificamente a manutenção de sentenças que livraram empresas da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). Só nesse caso, advogados ouvidos pelo Estadão/Broadcast afirmam que a mudança terá impacto direto em pelo menos 30 grandes grupos, incluindo nomes como Embraer, Pão de Açúcar (GPA), BMG, Zurich Seguros, Banco de Brasília (BRB), Holding Alfa, Samarco e Kaiser.

Na Embraer, o impacto estimado é de, no mínimo, R$ 1,16 bilhão por ano, segundo especialistas do setor. O cálculo tem como base o último balanço trimestral da empresa.

A decisão do STF, porém, deve ir além dessa causa. Afeta também decisões vinculadas a outros tributos, como o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) na revenda de mercadorias importadas, a contribuição patronal sobre o terço de férias e a exigência de Cofins para as sociedades uniprofissionais.

 

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