As ações asiáticas encerraram a quinta-feira em alta generalizada, enquanto os futuros em Wall Street operam levemente no terreno negativo, com os investidores renovando as apostas de que a inflação nos EUA está diminuindo, reduzindo a pressão por aumentos mais agressivos dos juros por parte do Federal Reserve.

O índice da MSCI para ações asiáticas subiu pela nona vez em 10 dias, se encaminhando para o nível mais alto em cerca de cinco meses. Por outro lado, a queda nas empresas de tecnologia listadas especialmente em Hong Kong puxou o indicador para baixo na sessão desta quinta-feira.

No Japão, os títulos da dívida do governo japonês caíram para o nível mais baixo desde 2014, enquanto o rendimento da dívida para 10 anos permaneceu estável em relação ao teto de 0,5% indicado pelo BOJ.

Os dados de inflação da China (CPI) mostraram que os preços no “chão de fábrica” caíram mais do que o esperado em dezembro e os preços ao consumidor aumentaram à medida que o fim do Covid Zero prejudicou as operações de manufatura, mas eliminou as restrições de mobilidade das pessoas.

Embora os ativos chineses tenham apresentado o melhor desempenho globalmente nos últimos meses, muitos grandes investidores estrangeiros têm receio de confiar no governo devido aos choques regulatórios de 2022 e os números imprecisos em relação à atual realidade da Covid no país.

Nos EUA, os investidores seguem vislumbrando um cenário recessivo para a maior economia do mundo em 2023, concentrando-se agora em seu relatório de preços ao consumidor americano, que será divulgado nesta quinta-feira.

Todos os aspectos do CPI serão examinados, com atenção extra ao núcleo da inflação , que exclui alimentos e energia e é visto como um indicador melhor do que a medida principal. O aumento projetado de 5,7% estaria bem acima da meta do Fed, ajudando a explicar sua intenção de manter as taxas mais altas ao longo de todo o ano.

Entre as commodities, o petróleo Brent se estabilizou na região dos US$ 82 após cinco dias de ganhos, antecipando os números da inflação nos EUA e projetando o aumento da compra de petróleo da China antes do feriado do Ano Novo Lunar que deve iniciar no próximo dia 22.

Por aqui, uma verdadeira bomba foi anunciada após o encerramento da sessão desta quarta-feira: em fato relevante, a Americanas (#AMER3) informou ter detectado “inconsistências em lançamentos contábeis na conta fornecedores, realizados em exercícios anteriores, incluindo o exercício de 2022”.

Em uma análise preliminar, a companhia prevê que os valores das “inconsistências” seriam da ordem de R$ 20 bilhões, considerando a data-base de 30/09/2022.

“A companhia estima que o efeito caixa dessas inconsistências seja imaterial. Neste momento, não é possível determinar todos os impactos de tais inconsistências na demonstração de resultado e no balanço patrimonial da companhia”, diz o fato relevante.

Diante dos graves fatos, o presidente da empresa, Sergio Rial, e o diretor de Relações com Investidores, André Covre, que assumiram os cargos há poucos dias (2 de janeiro), solicitaram desligamento imediato. Além disso, o Conselho decidiu criar um comitê independente para apurar as circunstâncias que levaram às inconsistências contábeis.