Morning Call 13/01

Por: Filipe Teixeira

Ações asiáticas engatam nova alta, futuros em Wall Street operam próximos da estabilidade

As ações asiáticas encerraram a sexta-feira em alta (exceção ao índice Nikkei, no Japão), com os futuros em Wall Street operando levemente no terreno negativo, enquanto o índice de referência global (MSCI All Country World) caminha para um ganho semanal em meio à redução da pressão inflacionária nos EUA e às expectativas de aumentos menores em suas taxas de juros. 

As ações subiram na Ásia, apesar das negociações instáveis no importante mercado japonês, colocando um indicador de ações da região em curso para o nível mais alto desde junho de 2022. 

As empresas de tecnologia listadas em Hong Kong oscilaram entre ganhos e perdas enquanto os investidores digeriam um relatório de que a China planeja adquirir as chamadas “ golden shares ” nas unidades locais da Alibaba e da Tencent Holdings, um movimento que pode dar ao governo mais controle sobre o setor. 

O Topix do Japão (índice que negocia as ações das principais empresas domésticas japonesas) caiu após as perspectivas para os exportadores diminuírem com a recente alta do iene. O rendimento dos títulos de 10 anos do país subiu acima do teto de 0,5% do Banco do Japão em meio a especulações de que o BOJ (Banco Central do Japão) revisará os efeitos colaterais de sua política monetária, depois que a entidade anunciou uma segunda rodada de compras de dívida não programadas.

Nos EUA, o mercado de swap está mostrando menos de 50 pontos-base de aperto precificado para as próximas duas reuniões do Fed: uma pequena chance de nenhum movimento em março .

Os números do CPI em geral mostram que as coisas parecem estar indo na direção certa, abrindo caminho para o Fed reduzir a marcha para uma alta de 25pb em sua próxima reunião, ao mesmo tempo em que enfatizam que o Fed ainda tem mais trabalho a fazer para domar os preços – e não antecipar nenhum corte nas taxas este ano. 

Entre as commodities, o petróleo caminha para um ganho semanal e o ouro avança para seu quarto avanço semanal depois de ultrapassar a marca de US$ 1.900 após a divulgação dos dados de inflação dos EUA.

Por aqui, a sinalização de que o novo governo buscará uma redução no déficit primário para algo abaixo de 1% do Produto Interno Bruto (PIB), é considerada positiva pelo mercado, ainda que seja difícil estimar o real impacto para as contas públicas das medidas anunciadas ontem pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

No pacote, a equipe econômica notificou o plano de reduzir o rombo de R$ 231,5 bilhões previstos no Orçamento para 2023, o equivalente a 2,1% do PIB, para algo em torno de 0,5% a 1% – como prevê boa parte dos analistas de bancos e consultorias.

O Ministério da Fazenda fez uma nova estimativa de receitas na ordem de R$ 36,4 bilhões, prevendo um ganho de R$ 28,8 bilhões com a volta de PIS/Cofins sobre combustíveis.

Num cenário otimista, em que todas as medidas anunciadas sejam alcançadas, o governo estima que pode até entregar um superávit primário de 0,10% do PIB.

 

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