Morning Call 13/03

Por: Filipe Teixeira

Mercados avançam com expectativa de manutenção de taxa de juros nos EUA após colapso de mais um banco norte-americano

As ações asiáticas abriram a semana em alta(exceção ao índice Nikkei, no Japão), com os futuros de ações dos EUA avançando de forma consistente, à medida que os investidores vão diminuindo as apostas em um aumento mais agressivo nos juros por parte do Federal Reserve, após o colapso do Silicon Valley Bank.

Os futuros do Nasdaq avançam acima de 1,5%, em uma aposta de que os recentes problemas no setor financeiro americano devem apoiar as apostas em uma política monetária menos agressiva.

A secretária do Tesouro, Janet Yellen, afirmou que o governo deve proteger “todos os depositantes” do Silicon Valley Bank, cuja falência na sexta-feira marcou o maior evento desde a crise de 2008. As ações do governo devem incluir um novo programa de empréstimos que funcionários do Federal Reserve disseram que seria grande o suficiente para proteger depósitos não segurados pelo sistema bancário dos EUA.

Economistas do Goldman Sachs Group não esperam mais um aumento do Fed em sua reunião de 22 de março devido ao estresse no sistema bancário.

As ações em Hong Kong e na China continental subiram com sinais positivos de continuidade política, com o presidente do banco central da China , Yi Gang, e os ministros das finanças e do comércio mantidos em seus cargos. O presidente Xi Jinping prometeu buscar um crescimento razoável na economia e autossuficiência em tecnologia durante seu discurso de encerramento no Congresso Nacional do Povo.

O otimismo verificado nesta segunda-feira nos mercados globais ocorre depois que os ativos de risco foram duramente atingidos na semana passada, com o índice de referência de ações dos EUA sofrendo sua pior semana desde setembro. O chamado “medidor de medo”(VIX) de Wall Street disparou, com o Índice de Volatilidade Cboe atingindo o ponto mais alto este ano.

Por aqui, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado votará nesta terça-feira, um requerimento para convidar o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, a comparecer ao Congresso para dar explicações sobre a manutenção da Selic em 13,75% ao ano.

De acordo com o Estadão, a ida de Campos Neto ao Senado foi acertada ainda no dia 15 de fevereiro, após um jantar entre o Senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO) e o chefe da autoridade monetária. A expectativa era de que o presidente do BC fosse ouvido no Congresso no começo de março, antes da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que ocorre nos dias 21 e 22. No entanto, houve um atraso na instalação das comissões no Senado, que só passaram a funcionar na última semana.

Em entrevista à CNN Brasil, neste sábado, o Senador defendeu que é preciso buscar um consenso sobre a forma de reduzir os juros. Vanderlan afirmou, por outro lado, que declarações de autoridades “prejudicaram bastante” a discussão, numa referência velada a Lula e a integrantes da base aliada no Congresso.

“[O ministro da Fazenda, Fernando] Haddad tem razão quando diz que muitas empresas, não somente no agro, mas na indústria, no comércio, na área de serviços, contrataram empréstimos a juros bem mais baixos que o que está aí hoje”, afirmou o senador, na entrevista.

 

 

 

 

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