Morning Call 14/02

Por: Filipe Teixeira

Futuros em NY operam estáveis antes do CPI; RCN rejeita mudanças para meta de inflação

As ações asiáticas encerraram a sessão em alta, enquanto os futuros em Wall Street operam estáveis, antes dos principais dados de inflação dos EUA (CPI) e depois que uma queda nas expectativas de crescimento dos salários, o que acabou aliviando parte da preocupação com o aumento dos preços.

Na Ásia, o iene avançou após a nomeação formal de Kazuo Ueda como o próximo presidente do Banco do Japão. Os índices de ações subiram de Tóquio a Sydney, com o índice da MSCI para a região da Ásia/Pacífico interrompendo uma sequência de perdas de dois dias.

Os futuros do S&P 500 e do Nasdaq 100 operam levemente no terreno negativo, depois que os índices subiram mais de 1% na segunda-feira, quando uma pesquisa mostrou que os americanos reduziram drasticamente suas expectativas de crescimento da renda familiar em meio a uma política monetária mais rígida.

O iene se fortaleceu contra todas as moedas do G10 depois que o governo fez o anúncio do novo presidente do BOJ. Os investidores aumentaram recentemente as apostas de que o controle da curva de rendimento do BOJ e as políticas de taxa negativa podem ser abolidas em breve sob a liderança de Ueda.

As ações de empresas relacionadas a criptomoedas foram misturadas na Ásia, à medida que os reguladores financeiros dos EUA adotam uma postura cada vez mais agressiva em relação ao setor.

A inflação nos Estados Unidos provavelmente acelerou em janeiro para 0,5%, ante 0,1% em dezembro, enquanto desacelerou na comparação anual para 6,2%, de 6,5%, de acordo com estimativas compiladas pela Bloomberg.

Números de 6,2% e 0,5% ou menos provavelmente levariam as ações dos EUA a estender sua recuperação de janeiro e quebrar as máximas recentes, já uma leitura de 6,5% ou mais em relação ao ano anterior faria, em tese, com que as ações caíssem e o dólar subisse.

Os preços do petróleo, um componente-chave da inflação, caíram com um relatório de que o governo Biden planeja vender mais petróleo bruto da Reserva Estratégica da commoditie.

Por aqui, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou na noite de ontem que uma eventual mudança da meta de inflação teria como “efeito prático a perda de flexibilidade”, em resposta às críticas que tem recebido do novo governo pelo alto patamar da Selic.

Em entrevista ao programa Roda Viva da TV Cultura, Campos Neto defendeu o “aperfeiçoamento” no sistema de metas, mas defendeu que em nenhum momento isso significa revisar o patamar deste e do próximo ano para o controle da inflação.

“Em nenhum momento a gente defende simplesmente aumentar a meta, no sentido de ganhar flexibilidade, mesmo porque não é nossa crença. A gente acredita que, se houver uma mudança de meta no sentido de ganhar mais flexibilidade, o efeito prático vai ser perder flexibilidade”, afirmou.

Lembrando que a meta é de 3,25% para o ano de 2023 e 3% para 2024. O patamar é definido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que, além de Campos Neto, é formado pelos ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Simone Tebet (Planejamento).

A mudança nas metas permitiria uma inflação maior e abriria, em tese, caminho para uma queda mais rápida dos juros.

 

 

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