Morning Call 16/02
Por: Filipe TeixeiraMercados operam no terreno positivo após dados robustos da economia dos EUA
As ações asiáticas encerraram a quinta-feira em alta (exceção ao índice Shangai, na China), com os futuros dos EUA operando estáveis, indicando que os investidores estão aparentemente descartando a perspectiva de taxas de juros mais altas após os fortes dados econômicos dos EUA.
Os ganhos no mercado de ações de Hong Kong interromperam uma série de quedas de quatro dias, com JD.com, Tencent Holdings e o Alibaba Group Holding como destaques de alta.
Já o dólar caiu em relação a todas as moedas do G-10, enquanto o iene se fortaleceu. O dólar australiano subiu apesar de um aumento surpreendente na taxa de desemprego que reduziu um avanço nos rendimentos dos títulos do país. Os rendimentos do Tesouro dos EUA para 10 anos foram moderadamente mais baixos depois de subirem seis pontos base na quarta-feira.
Os ganhos das ações dos EUA na quarta-feira ocorreram após a divulgação de dados econômicos robustos que provavelmente levarão a uma resposta dura do Fed. As vendas no varejo dos EUA em janeiro tiveram o maior salto em quase dois anos e o sentimento das construtoras residenciais aumentou em fevereiro para o maior nível desde meados de 2020.
Os dados seguem a divulgação de uma inflação ainda persistente, mostrada na terça-feira e vêm antes dos dados de emprego nos EUA a serem divulgados nesta quinta-feira, que devem mostrar um aumento nas reivindicações por seguro desemprego.
Os contratos futuros de petróleo subiram após um declínio nas últimas sessões, depois que o departamento de energia dos EUA informou que os estoques de petróleo subiram mais de 16 milhões de barris na semana passada.
Por aqui, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a criticar o patamar dos juros no País. Em jantar com empresários organizado pelo grupo Esfera Brasil, Haddad afirmou que a “taxa de juro real de 8% no Brasil não tem explicação”.
“Todo mundo tá com meta de inflação de 2% a 3%, mas com juros negativos. Quem tem juros positivos, tem juros que são metade do Brasil. 8% de taxa de juro real não tem explicação. Tínhamos que fortalecer mais o CMN (Conselho Monetário Nacional)”, disse. Mais cedo, em evento do BTG Pactual, o ministro disse que “com taxa real de 8%, é difícil navegar”, e que era necessário reduzir juros para destravar investimentos no Brasil.
“O fiscal tem que ajudar o monetário, e o monetário ajudar o fiscal. A reforma tributária é fundamental e a geopolítica favorece o Brasil. Não precisamos de espaço orçamentário para coisas que setor privado vai fazer. Eu gosto de PPP (Parceria Público-Privada), eu e Galípolo somos ‘PPPistas’. Temos que usar vantagens competitivas em energia sem a necessidade de subsídios”, disse.