Morning Call 17/02

Por: Filipe Teixeira

Ações asiáticas fecham na 3ª semana no negativo; Futuros em Wall Street operam em queda

As ações asiáticas encerraram a semana em queda generalizada, mesma direção apontada pelos futuros em Wall Street, com expectativas de aumentos mais acentuados nas taxas dos EUA após comentários de dois funcionários do Federal Reserve.

O principal indicador do dólar da Bloomberg subiu até 0,5%, apagando suas perdas no ano, enquanto os rendimentos da dívida americana subiram pelo quarto dia. Os rendimentos dos títulos do Tesouro de dois e 10 anos atingiram as máximas de 2023 nesta semana. Dados divulgados na quinta-feira mostraram que os preços ao produtor dos EUA em janeiro, apontaram para a maior alta desde junho.

Um índice de referência da MSCI para ações asiáticas se encaminha para a terceira queda semanal consecutiva, a pior série de perdas desde outubro.

A presidente do Federal Reserve Bank de Cleveland, Loretta Mester, disse que viu um “caso econômico convincente” para lançar outro aumento de 50 pontos-base , e o presidente de St. Louis, James Bullard, disse que não descartaria apoiar um aumento de meio ponto percentual na próxima reunião de março. Embora Mester e Bullard participem das deliberações, eles não votam nas decisões de política monetária este ano.

Os investidores têm aumentado suas apostas sobre até que ponto o Fed aumentará as taxas neste ciclo de aperto. Eles agora veem a taxa dos fundos federais subindo acima de 5,2% em julho, de acordo com as negociações nos mercados monetários dos EUA. Isso se compara a uma taxa de pico projetada de 4,9% há apenas duas semanas.

Na China, o banco central adicionou a maior quantia de dinheiro já registrada ao sistema bancário para evitar um aperto de liquidez.

A China Renaissance Holdings caiu até 50% em Hong Kong, a maior queda de todos os tempos, depois de dizer que não conseguiu entrar em contato com Bao Fan, presidente do conselho, diretor executivo e acionista controlador do banco de investimento chinês.

Entre as commodities, o petróleo se encaminha para uma queda semanal , com o aumento dos estoques dos EUA e a perspectiva de maior aperto do Federal Reserve, superando o aumento de mais sinais de que a demanda chinesa por energia está melhorando.

Por aqui, apesar do objetivo de conquistar o apoio da iniciativa privada à reforma tributária, em um jantar que juntou na última quarta-feira o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, com empresários representando o “PIB brasileiro”, a tônica do encontro foram os entraves causados pelos juros altos nos negócios – em linha com as críticas recentes que o governo vem fazendo à condução da política monetária do Banco Central.

Organizado pelo Grupo Esfera, o encontro contou com 50 comandantes de grandes empresas e bancos. Entre eles, José Carlos Trabuco (Bradesco), Jean Jereissati (Ambev), Eduardo Bartolomeo (Vale), Rubens Menin (MRV), Rafael Sales (Aliansce BrMalls) e Isaac Sidney (Febraban).

Pelo lado do governo, Gabriel Galípolo, secretário-executivo do ministério da Fazenda, também esteve presente.

De acordo com o Estadão, os empresários juntaram-se ao coro, com depoimentos sobre a situação que vivem: juros altos têm travado os negócios e inibido investimentos. “A maior parte de nós paga juros e não recebe juros”, disse o comandante de um grande grupo ligado, entre outros setores, ao varejo. De acordo com ele, as corporações estão sendo obrigadas a revisar investimento porque o juro hoje é muito maior por causa de um problema estrutural.

Rubens Menin(MRV), falou sobre o impacto dos juros no investimento: “nas empresas os budgets (orçamentos) são plurianuais. Em 2020 e 2021, as empresas tinham feito planos de investimento de dois, três ou quatro anos e alguns deles, não conseguimos parar. Fica muito caro parar e o remédio fica muito pesado. O remédio no Brasil está muito mais amargo do que se pode imaginar. Não dá. Se durar mais dois anos o remédio vai corrigir um pequeno defeito, mas vai ser mais nocivo”.

 

 

 

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