Morning Call 21/12

Por: Filipe Teixeira

As ações asiáticas encerraram a quarta-feira sem direção única, enquanto os recém abertos mercados europeus e os futuros em Wall Street operam em alta, depois que o S&P 500 fechou em alta pela primeira vez em quatro sessões, proporcionando um momento de alívio em um dos piores anos para ações e títulos em mais de uma década.

O cenário na Ásia foi misto, com as ações japonesas em queda, as ações australianas subindo e os índices de referência chineses oscilando entre perdas e ganhos até fechar em leve queda de 0,17%.

No Japão, o iene reduziu seus ganhos após o maior salto de um dia desde 1998 nesta terça-feira, quando subiu quase 4% em relação ao dólar em um ajuste surpresa de política do Banco Central do Japão. O impacto da decisão surpresa de permitir que os rendimentos dos títulos do governo de 10 anos sejam negociados em até 0,5%, de um teto anterior de 0,25%, continua a reverberar nos mercados de todo o mundo.

O BOJ anunciou uma operação de compra de títulos na quarta-feira, quando o rendimento da dívida de 10 anos se aproximou do novo limite superior, enquanto os rendimentos de dois anos do país subiram acima de zero pela primeira vez desde 2015.

Os investidores estão atentos à perspectiva de que as instituições japonesas repatriarem o dinheiro mantido em ações e títulos no exterior. Os investidores japoneses têm mais de US$ 3 trilhões em ações e dívidas estrangeiras com cerca de metade nos EUA, segundo dados compilados pela Bloomberg.

Depois da surpresa, muitos economistas agora esperam que o BOJ aumente as taxas de juros no próximo ano, juntando-se ao Fed, ao BCE e outros após uma década de estímulos extraordinários.

Enquanto isso, novos dados indicam uma desaceleração no mercado imobiliário dos EUA em um ano marcado pelo rápido aumento das taxas de juros que pesaram sobre ações e títulos. As ações globais caíram 20% em 2022, no ritmo de seu pior ano desde 2008. Um índice Bloomberg de títulos globais caiu 16%, de longe a maior queda anual desde que o índice de referência começou a ser medido em 1990.

Entre as commodities, o petróleo vai mantendo os ganhos dos últimos dias, após um relatório mostrar uma queda nos estoques dos EUA e ameaças ao fornecimento contrabalançando as preocupações sobre uma desaceleração.

O minério de ferro também avança, à medida que a reversão do Covid Zero na China e um fluxo constante de políticas de apoio melhoraram as perspectivas de recuperação no setor imobiliário.

Por aqui, a Câmara aprovou na noite de ontem, em primeiro turno, o texto-base da PEC da Transição: votaram a favor 331 deputados (eram necessários 308) e 168 foram contrários.

Antes da votação, líderes do Congresso firmaram acordo com Lula para reduzir a validade da proposta de dois para um ano. O acerto inclui ainda o rateio das verbas do orçamento secreto, derrubado na segunda-feira pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

PL, Republicanos e Novo votaram contra a aprovação da PEC, demonstrando que, apesar do acordo, Arthur Lira (PP-AL), não conseguiu atrair todos os aliados para a aprovação.

A PEC segue como o “plano A” do governo eleito para acomodar as promessas de campanha de Lula. O texto aumenta o teto de gastos em R$ 145 bilhões para bancar um Auxílio Brasil de R$ 600 e libera da regra fiscal R$ 23 bilhões para investimentos já a partir deste ano, além de permitir outras exceções ao teto.

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