Morning Call 23/12

Por: Filipe Teixeira

As ações asiáticas encerraram a semana com baixas em todo o continente, enquanto os futuros em Wall Street operam levemente em alta, antes dos dados de inflação dos EUA divulgados nesta sexta-feira, onde também teremos a leitura do IPCA-15 aqui no Brasil.

Os rendimentos da dívida americana avançam timidamente, somando-se a um movimento que elevou o rendimento de dois anos (mais sensível à política monetária) nesta quinta-feira. Os rendimentos dos títulos do governo da Austrália e da Nova Zelândia subiram. O rendimento de referência de 10 anos do Japão caiu para 0,37%, abaixo do novo limite superior do BOJ de 0,5%.

O sentimento nas ações asiáticas foi negativo, com quedas lideradas pelas ações de tecnologia listadas em Hong Kong. A fraqueza também ficou evidente nos índices de referência do Japão, Austrália e Coreia do Sul.

Os índices asiáticos seguiram o fluxo das negociações em Wall Street na véspera, quando uma queda nas ações de tecnologia dos EUA, somaram-se aos dados econômicos que até o momento validam o discurso do Federal Reserve em manter a alta nas taxas de juros em patamares elevados ao longo do próximo ano.

Os dados dos EUA pintaram um quadro de uma economia resiliente, alimentando a preocupação de que o Fed tenha um longo caminho a percorrer para conter a inflação. Os pedidos iniciais de auxílio-desemprego subiram menos do que o previsto na semana encerrada em 17 de dezembro, ressaltando a força do mercado de trabalho. O produto interno bruto do terceiro trimestre foi revisado para 3,2% – em comparação com um avanço de 2,9% relatado anteriormente.

Entre as commodities, o petróleo caminha para um substancial ganho semanal, já que a Rússia disse que pode cortar sua produção de petróleo em resposta ao teto de preço imposto pelo G7 em suas exportações, destacando os riscos para a oferta global no novo ano.

Por aqui, o Congresso Nacional recolocou as verbas do orçamento secreto nas mesmas despesas de interesse do Centrão comandado por Arthur Lira, indicando que a prática, que foi declarada inconstitucional pelo STF na segunda-feira, deve permanecer ao longo de 2023. O remanejamento desses recursos foi chancelado no Orçamento de 2023, aprovado nesta quinta-feira, 22, pelo Congresso. O texto vai agora para a sanção presidencial.

Em troca da aprovação da PEC da Transição, que permitiu a expansão do Orçamento em R$ 169,1 bilhões, o governo eleito fez um acordo com os líderes do Centrão para redistribuir a verba de R$ 19,4 bilhões. Quase metade dos recursos (R$ 9,55 bilhões) foi para o aumento de emendas individuais, aquelas indicadas por cada deputado e senador, e R$ 9,85 bilhões ficaram sob o guarda-chuva dos ministérios.

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