Morning Call 27/01

Por: Filipe Teixeira

Ações asiáticas fecham em alta pela 5ª semana; futuros em NY operam no negativo

As ações asiáticas encerraram a sexta-feira em alta, enquanto os futuros em Wall Street operam na direção contrária, após uma quinta-feira de ganhos para as ações de tecnologia dos EUA e a perspectiva de reabertura da China surgindo como triggers importantes, além de dados mistos sobre a economia americana.

Os negócios devem estender a quinta série semanal de ganhos do índice MSCI Asia Pacific, que se dirige para o fechamento mais alto desde abril. As ações de tecnologia listadas em Hong Kong seguem como destaque no continente.

A notícia de que o Japão e a Holanda estão prestes a se juntar aos EUA para limitar o acesso da China a máquinas avançadas de semicondutores moderou a alta no continente, puxando as ações de suas máximas intradiárias, enquanto a China continental permanece fechada para o feriado do Ano Novo Lunar.

Os investidores também estão de olho nas ações ligadas ao bilionário indiano Gautam Adani, e espera-se que as empresas forneçam uma resposta detalhada ao relatório da Hindenburg Research que acusa as companhias ligadas a Adani de fraude contábil.

Nesse ínterim, as ações das empresas do Grupo Adani despencaram , estendendo uma liquidação que começou quando o relatório foi publicado na terça-feira. A principal empresa, Adani Enterprises, caiu até 10%, enquanto Adani Green Energy e Adani Total Gas caíram 20%. As perdas levaram o índice NSE Nifty 50 da Índia a cair mais de 1%, a caminho da mínima desde outubro.

No Japão, o iene subiu depois que a inflação no país superou as estimativas e subiu para o nível mais alto desde 1981. A alta nos preços deve aumentar a pressão sobre o Banco do Japão para reduzir seu estímulo depois de redobrar seus esforços para reduzir os rendimentos dos títulos no início deste mês.

Os desenvolvimentos da Ásia seguiram dados econômicos mistos dos EUA na quinta-feira, com o produto interno bruto crescendo a um ritmo mais rápido do que o previsto no trimestre de dezembro, acompanhado por sinais de desaceleração da demanda subjacente à medida que os aumentos das taxas de juros prejudicam o crescimento. Uma queda surpreendente nos pedidos iniciais de auxílio-desemprego também indicou a resiliência no mercado de trabalho.

O S&P 500 conseguiu fechar no nível mais alto em mais de um mês nesta quinta-feira, refletindo o salto nas ações de tecnologia. O Nasdaq 100 subiu 2% para o nível mais alto desde setembro, liderado por um ganho de 11% para a Tesla, depois que Elon Musk confirmou que a montadora deve produzir 2 milhões de veículos este ano.

Os contratos futuros dos EUA seguiram uma direção diferente durante as negociações asiáticas, em parte refletindo os resultados da Intel, que apresentou as previsões trimestrais mais modestas de sua história, depois que uma queda na venda de computadores pessoais devastou seus negócios.

Por aqui, o Banco Central informou nesta quinta-feira, uma “revisão extraordinária” de suas estatísticas do mercado de câmbio devido a um “erro” da autoridade monetária na apuração dos dados desde outubro de 2021.

Segundo o chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, o problema se concentrou nos dados referentes às importações. Com isso, o fluxo cambial total de 2022 passou de uma entrada de US$ 9,574 bilhões para saída de US$ 3,233 bilhões – um erro que supera US$ 1 bilhão por mês.

“Pedimos desculpas por essa falha na compilação das estatísticas. Identificamos esse erro, levantamos as causas, revimos os procedimentos e agora fizemos essa revisão”, afirmou. “Para 2021, o erro foi menor, concentrado nos últimos três meses, mas em 2022 atingiu todo o ano”, disse.

De acordo com Rocha, o erro em 2021 no fluxo cambial fez o total de importações passar de US$ 215,4 bilhões para US$ 217,2 bilhões. Para 2022, a revisão no fluxo de importações foi de US$ 238,1 bilhões para US$ 250,9 bilhões. “Praticamente US$ 1 bilhão por mês”, destacou.

 

 

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