Morning Call 27/02

Por: Filipe Teixeira

Impostos sobre combustíveis e isenções de IR são destaques da semana

As ações asiáticas abriram a semana em queda, com os futuros de ações em Wall Street operando muito próximos da estabilidade, com os investidores aumentando as previsões de aumentos de juros do Federal Reserve após os dados quentes da inflação nos EUA.

O tom nervoso nos mercados de ativos de risco vêm na esteira da queda superior a 1% para os principais índices em Wall Street na sexta-feira, encerrando a pior semana desde dezembro.

As ações da Austrália, Coreia do Sul e China pesaram para o indicador da MSCI para a região. O índice Hang Seng de Hong Kong se aproximou de níveis que praticamente eliminam os ganhos acumulados em 2023.

A preocupação dos investidores com ativos mais arriscados ocorre após uma aceleração inesperada em janeiro do índice de preços de gastos de consumo pessoal (PCE), o indicador de inflação preferido do Fed. Os dados do PCE na sexta-feira levaram a uma rápida reavaliação das previsões das taxas de juros, com os investidores agora precificando que as taxas dos EUA atinjam um pico de 5,4% este ano.

O iene se fortaleceu ligeiramente em relação ao dólar após uma forte queda na sexta-feira. O candidato a presidente do Banco do Japão, Kazuo Ueda, falou novamente no parlamento japonês sem grande repercussão nos mercados. Os dados de inflação divulgados na semana passada mostraram que os preços no país estavam subindo no ritmo mais rápido em quatro décadas , pressionando o banco central a reavaliar sua política expansionista.

Entre as commodities, o petróleo opera em queda, com as preocupações de que o Fed continuará aumentando as taxas equilibrando a mais recente interrupção na oferta na Europa e o otimismo sobre a recuperação da demanda na China. O minério de ferro também opera em baixa, após uma ordem das autoridades chinesas para cortar a produção em seu principal centro siderúrgico em uma tentativa de conter a poluição.

Por aqui, o governo segue expondo divergências quanto à reoneração da gasolina e álcool: nos últimos dias, o PT e líderes da legenda no Congresso fizeram coro contra a retomada da cobrança de impostos federais nos combustíveis, além de uma nova política de preços para a Petrobras.

A pressão partidária atinge em cheio o titular da Fazenda, Fernando Haddad, que defende a reoneração, além do presidente da Petrobras, o também petista Jean Paul Prates.

O certo é que uma decisão tem de ser tomada até amanhã, quando se encerra o prazo da isenção do PIS/Cofins para gasolina e álcool. A equipe econômica de Haddad defende não haver espaço fiscal para a manutenção da desoneração, que custaria R$ 28,8 bilhões aos cofres públicos até o fim do ano.

Setores da chamada ala política do PT, temem que a alta de preços no primeiro ano de mandato possa respingar na popularidade de Lula, reacendendo a polarização e o radicalismo nas ruas e no Congresso.

 

Inscreva-se na newsletter

Fique por dentro das novidades



    Acompanhe nossas redes