O ano da Renda Fixa

Por: Marcia Dornelles

Com certeza você já ouviu falar muito sobre Renda Fixa.

A Renda Fixa é o investimento que ganhou destaque neste ano de 2022, e provavelmente, já deve ter se perguntado o porquê desta afirmação.

Quer entender o porquê este ser o ano da Renda Fixa?

Leia este artigo e você irá compreender como tudo aconteceu.

  • O que você verá nesse artigo:1. Por quê investir em Renda Fixa com Selic em alta?
    2. Tipos de Renda Fixa.
    3. Como diversificar investimentos em Renda Fixa?

Caro leitor (a),

Espero que sua leitura seja proveitosa, e que meu conhecimento do mercado financeiro sirva para agregar e ajudar a você, investidor ou estudantes do mercado, a estarem antenados nesse ativo financeiro.

Com a sequência de altas na taxa de juros básica, ultrapassando os dois dígitos, algo que não ocorria há mais de cinco anos, reflexo do cenário econômico atual do país, é importante ressaltar que isso ocorre em escala global.

A população sente a inflação no bolso ao consumir produtos e serviços no seu dia a dia, além de conviver com as incertezas do contexto político, a instabilidade econômica, pandemia e conflitos geopolíticos.

Foto: Banco de imagens

 

Frente a esse cenário e o ciclo de altas da Taxa Selic qual é o tipo de investimento que mais se favorece?

A Renda Fixa.

Títulos atrelados à taxa de juros básica e ao CDI, que dispõe de um percentual muito próximo ao da Selic, são os mais beneficiados, porém é importante saber qual é o perfil de investidor, juntamente com uma assessoria especializada para realizar o melhor investimento de acordo com o objetivo.

Não é novidade pra ninguém que 2022 será um ano excelente para investidores mais conservadores, adeptos à renda fixa.

Já para investidores mais agressivos, acostumados com as altas volatilidades em busca de maior retorno, esse será sem dúvida um ano de desafios e de muitas oportunidades.

Hoje a nossa taxa básica de juros, a Selic, está subindo com altas galopantes e não é preciso ir tão longe para entender o que está acontecendo.

No início de 2020, quando começamos a nos recolher em casa, devido à pandemia do COVID19, nossa taxa era de 4,25% a.a.. Em agosto de 2020, cinco meses após o começo do isolamento social, caiu para 2% em agosto de 2020 e ficou assim até março de 2021.

No ano de 2021 tivemos um aumento considerável, chegando em dezembro a 9,25%, o “boom” foi em 2022 , chegando a 2 dígitos.

Nesse ponto, percebemos uma inflação já em descontrole e com a economia ensaiando um retorno ao cotidiano “normal”. Desde então tivemos algumas altas consecutivas e hoje temos uma taxa Selic de dois dígitos, 13,75 % (data deste artigo 18/08/2022)

Em abril de 2020, um título de renda fixa que pagasse ao investidor 100% do CDI, estaria rendendo ao ano algo próximo a 1,90%. Na mesma época, algumas ações na bolsa faziam a mesma performance em apenas 1 dia. Claro que com maior risco.

O momento definitivamente não era para renda fixa, que estava com uma performance indigna e isso piorava quando descontada a inflação e o temido imposto de renda. Pobre renda fixa. Falar de poupança era palavrão.

Mudança de cenário…

Mas esse cenário mudou, e se inverteram os papéis a partir de junho de 2021, quando nossa gloriosa Bolsa de Valores iniciou uma queda livre de seis meses, até dezembro.

Assim, iniciamos 2022 com um cenário propício para a renda fixa, a taxa Selic subindo e a bolsa caindo. O grande temor de 2022 era a eleição, que já elevaria a volatilidade do mercado brasileiro e traria um ambiente mais desafiador. Com o conflito entre Rússia e Ucrânia, as eleições brasileiras ficaram em segundo plano.

Os dois países são grandes exportadores de commodities e estão fazendo um estrago na economia mundial, derrubando bolsas, petróleo chegando a níveis inimagináveis, soja e milho batendo recordes de preços.

Com todo esse cenário, somado a alta de juros, a renda fixa virou a queridinha do mercado em uma velocidade avassaladora.

Podemos dizer sim que este é o ano da renda fixa, mas também devemos fazer algumas recomendações, como por exemplo a famosa diversificação.

Sim, dá pra diversificar a renda fixa:

Diversificando os emissores dos títulos e a modalidade da taxa paga se é :

  • pré-fixada,
  • pós fixada,
  • indexada a algum índice, por exemplo o IPCA +.

Como diversificar os investimentos em renda fixa?

Fonte: Banco de imagens

 

Na diversificação do emissor, é importante lembrar que os títulos como CDB e LCI são emitidos por entidades financeiras, como bancos e, portanto, recebem a cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que cobre até R$ 250 mil por CPF e por Instituição. Por isso, se o investidor possui mais de 250 mil reais para investir, deve pensar em não colocar no mesmo banco, para diminuir o risco de crédito.

Além disso, é importante observar o prazo de cada ativo. O chamado “duration” é um ponto que deve ser observado e pode interferir e muito em cada estratégia de alocação.

Outra dica importante é fugir da poupança, porque ela perde para a inflação. Por mais que você ache que está ganhando dinheiro, está, na verdade, perdendo poder de compra. O que você compraria hoje com 100 reais, não compra daqui a um ano.

Tesouro Direto

Criado em 2002, é o sistema mais democrático para ações em renda fixa, pois permite investimentos a partir de R$ 30 reais. Basicamente, ao comprar títulos do Tesouro Direto, estamos emprestando esse dinheiro para o Governo Federal. Na emissão o investidor já sabe qual a remuneração que o título receberá, sendo, pré, pós ou indexada.

O CDB é um Certificado de Depósito Bancário:

Emitido por instituições financeiras para captar dinheiro para que possa financiar e emprestar para pessoas físicas ou jurídicas. É como no tesouro, mas ao invés de emprestarmos para o Governo estamos emprestando para os bancos. O CDB também possui taxas pré, pós ou indexada.

A LCI Letras de Crédito Imobiliário:

Onde o dinheiro captado é destinado a financiamentos imobiliários nas quais as letras de crédito são lastreadas. Além de excelente opção ao investidor, a LCI possui isenção de Imposto de Renda.

A opinião, que é compartilhada por economistas, preveem que a taxa seguirá em alta até dezembro de 2022. O recuo da inflação e a estabilização do câmbio devem abrir espaço para o Copom iniciar um ciclo de cortes na taxa no primeiro trimestre de 2023.

Há fatores que poderiam antecipar ou acelerar o ciclo de corte na taxa Selic, entre eles, está a normalização das cadeias de produção industrial, principalmente com a reabertura mais ampla da China, que passa por um intenso Lockdown.

Tenderia a reduzir as pressões inflacionárias na indústria, principalmente na cadeia de semicondutores, a normalização dos preços de commodities, especialmente as ligadas à energia, também poderia acelerar a redução da inflação e, consequentemente, da Selic. As commodities estão em alta desde o início do conflito entre Rússia e Ucrânia.

No final do ano, caso os indicadores de inflação deem sinais de desaceleração, a partir de 2023 o Banco Central poderá cortar juros.

Com a expectativa de que a redução da taxa Selic aconteça apenas no ano que vem, tudo indica que a renda fixa continuará retornando mais de 1% ao mês pelo menos até o final deste ano.

Agora, cabe a você investidor decidir qual tipo de ativo é mais atrativo para o seu objetivo.

Destacamos  que a última vez que essa classe de ativos trouxe essa rentabilidade foi nos anos de 2016 e 2017.

Eu, Marcia Dornelles, especialista em investimentos, estou aqui para esclarecer e tirar dúvidas para que você, investidor ou estudante do mercado financeiro, possa fazer as melhores escolhas e assim usufruir das diversas informações e oportunidades do mundo dos investimentos.

 

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