O que são as Letras Hipotecárias (LHs)? E quando investir nelas?

Por: Kim Zogby

Você já ouviu falar sobre esse investimento? Vale a pena? Quando é o melhor momento para investir?

Letras Hipotecárias são títulos de renda fixa emitidos por instituições financeiras, como bancos, para captar recursos destinados a financiar operações do setor imobiliário.

Essas letras funcionam como uma forma de empréstimo que o investidor faz à instituição financeira em troca de uma remuneração.

Mas como funciona?

O processo funciona da seguinte maneira: a instituição financeira emite as letras hipotecárias e as coloca à venda no mercado, oferecendo aos investidores a oportunidade de adquiri-las.

O dinheiro captado com a venda desses títulos é utilizado para conceder empréstimos no setor imobiliário, como financiamentos de imóveis, construções ou outras operações ligadas ao mercado de propriedades.

Qual é a garantia?

As letras hipotecárias são consideradas investimentos de baixo risco, pois estão lastreadas por garantias reais, geralmente hipotecas de imóveis, o que confere maior segurança ao investidor.

Além disso, esses títulos normalmente oferecem uma remuneração interessante, podendo estar atrelada a uma taxa de juros fixa ou variável, ou ainda indexada a um índice de inflação.

É importante ressaltar que as letras hipotecárias podem ter prazos variados, desde alguns meses até alguns anos, permitindo que o investidor escolha o título que melhor se adeque ao seu perfil e aos seus objetivos financeiros.

As letras hipotecárias são comuns em diversos países e costumam ser regulamentadas pelas autoridades financeiras locais para garantir a segurança e a transparência desse tipo de investimento.

Quem regulamenta esse investimento?

A regulamentação das Letras Hipotecárias pode variar de acordo com o país em que são emitidas. Em geral, a regulamentação é feita pelas autoridades financeiras  competentes, que estabelecem normas e diretrizes para a emissão e negociação desses títulos, visando garantir a segurança e a transparência do mercado financeiro.

No Brasil as Letras Hipotecárias são regulamentadas pelo Banco Central do Brasil (BACEN) e pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Para a emissão desses títulos, os bancos precisam seguir normas específicas e atender a requisitos de garantias para lastrear os valores captados.

A regulamentação geralmente aborda questões relacionadas à emissão, garantias, prazos, taxas de juros, transparência das informações, regras para resgate antecipado, entre outros aspectos importantes para proteger os interesses dos investidores e promover a estabilidade do mercado financeiro.

As LHs são consideradas investimentos de baixo risco, em grande parte, devido à regulamentação e supervisão exercida pelas autoridades financeiras, que buscam garantir a integridade e solidez desse mercado.

No entanto, é sempre recomendado que você, investidor, conheça bem o funcionamento dos títulos e avalie os riscos antes de investir em qualquer produto financeiro.

As letras hipotecárias possuem FGC?

No Brasil, as Letras Hipotecárias não contam com a proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC).

Aproveitando, é importante explicar que:  FGC é uma entidade privada, sem fins lucrativos, que tem o objetivo de garantir a segurança dos depositantes e investidores em caso de insolvência da instituição financeira em que tenham aplicado seus recursos.

Entretanto, é importante destacar que mesmo sem a cobertura do FGC, as Letras Hipotecárias são consideradas investimentos de baixo risco, pois estão lastreadas por garantias reais, como as hipotecas de imóveis.

Essa garantia torna a inadimplência menos provável e confere maior segurança ao investidor.

Além disso, as Letras Hipotecárias são emitidas por instituições financeiras sólidas e regulamentadas, geralmente bancos de grande porte, o que também contribui para a redução dos riscos associados a esse tipo de investimento.

Qual é o prazo das letras hipotecárias? Dá para sacar antecipado?

O prazo das Letras Hipotecárias pode variar de acordo com a emissão feita pelas instituições financeiras. Em geral, esses títulos têm prazos mais longos, podendo variar de alguns meses a vários anos. Os prazos mais comuns costumam ser de 2, 3, 5, ou até 10 anos.

Quanto à possibilidade de resgate antecipado, é importante verificar as condições específicas de cada emissão de Letra Hipotecária, pois as regras podem variar entre os títulos e as instituições financeiras emissores.

Alguns títulos podem permitir o resgate antes do vencimento, enquanto outros podem estabelecer carências, ou seja, um período mínimo em que o investidor deve manter o investimento antes de solicitar o resgate.

Em muitos casos, as LHs oferecem certa liquidez ao investidor, o que significa que é possível vendê-las no mercado secundário antes do vencimento, embora isso possa estar sujeito a taxas e variações no preço do título devido a fatores como mudanças nas taxas de juros e condições do mercado.

Para obter informações precisas sobre o prazo e a possibilidade de resgate antecipado de uma Letra Hipotecária específica, é recomendado consultar o prospecto ou a documentação disponibilizada pela instituição financeira emissora ou entrar em contato com o setor de investimentos do banco.

Além disso, é importante contar com o auxílio de um profissional de investimentos qualificado para tomar decisões financeiras adequadas ao seu perfil e objetivos

Quais os tipos de Letras Hipotecárias?

As Letras Hipotecárias podem ser classificadas em dois tipos principais, de acordo com suas características e forma de remuneração:

Letra Hipotecária de Taxa Prefixada: Nesse tipo de título, a taxa de juros é definida no momento da emissão, e o investidor sabe exatamente qual será o rendimento ao final do prazo estabelecido. Por exemplo: 6% ao ano, 10% ao ano.

Essa taxa pode ser fixa durante todo o período de investimento ou pode ser reajustada em determinados intervalos, conforme definido no prospecto da emissão.

Letra Hipotecária de Taxa Referenciada (pós-fixada): Nesse caso, a remuneração do título está atrelada a algum indicador de mercado, como a taxa SELIC ou algum índice de inflação (por exemplo, o IPCA).

A rentabilidade final da Letra Hipotecária de Taxa Referenciada dependerá do desempenho do indicador escolhido durante o período de investimento. Por exemplo: 100% do CDI ou ainda IPCA + 5%

É importante que o investidor analise bem as características e riscos associados a cada tipo de Letra Hipotecária antes de investir, levando em conta seu perfil e objetivos financeiros.

Por isso, a importância da assessoria em sua conta, onde esse profissional qualificado na área de investimentos auxilia a tomar decisões informadas e adequadas às suas necessidades.

Qual a importância das letras hipotecárias no mercado financeiro?

As Letras Hipotecárias desempenham um papel importante no mercado financeiro por diversos motivos, por exemplo:

Financiamento Imobiliário: As Letras Hipotecárias são uma fonte essencial de financiamento para o setor imobiliário.

Ao emitir esses títulos, os bancos captam recursos dos investidores e utilizam esse dinheiro para conceder empréstimos a mutuários interessados em adquirir ou construir imóveis.

Isso contribui para o crescimento do mercado imobiliário e fomenta a economia como um todo.

Diversificação de Investimentos: Para os investidores, as Letras Hipotecárias oferecem uma alternativa de investimento de baixo risco e com rentabilidade atrativa.

Ao incluírem esse tipo de título em suas carteiras, os investidores podem diversificar suas aplicações, reduzindo a exposição a outros ativos de maior risco, como ações ou títulos de crédito privado.

Segurança e Garantias: As Letras Hipotecárias são consideradas investimentos seguros, pois estão lastreadas por garantias reais, como hipotecas de imóveis.

Isso confere maior segurança ao investidor, uma vez que, em caso de inadimplência, os ativos reais podem ser utilizados para honrar os pagamentos aos detentores dos títulos.

Renda Fixa: As Letras Hipotecárias são títulos de renda fixa, o que significa que o investidor tem uma previsibilidade maior sobre os rendimentos a serem recebidos.

As taxas de juros ou indexadores são definidos no momento da emissão, proporcionando ao investidor maior previsibilidade em relação ao retorno.

No geral, as Letras Hipotecárias desempenham um papel fundamental na economia, conectando investidores em busca de segurança e rentabilidade com o setor imobiliário que necessita de financiamento para prosperar.

Essa relação simbiótica beneficia o mercado financeiro e a economia como um todo, proporcionando opções de investimento e impulsionando o crescimento do setor imobiliário.

As letras hipotecarias tem imposto de renda no resgate?

No Brasil, as Letras Hipotecárias (LH) estão sujeitas à incidência de Imposto de Renda (IR) sobre os rendimentos no momento do resgate ou do vencimento do título.

A alíquota do IR varia conforme o prazo de investimento, seguindo a tabela regressiva:

Até 180 dias: 22,5% de IR sobre o rendimento

De 181 a 360 dias: 20% de IR sobre o rendimento

De 361 a 720 dias: 17,5% de IR sobre o rendimento

Acima de 720 dias: 15% de IR sobre o rendimento

Os rendimentos das Letras Hipotecárias são tributados pelo chamado “come-cotas”, ou seja, a cobrança é realizada de forma antecipada na data de aniversário de cada semestre (em maio e novembro) e acontece de forma automática. Na prática, o valor do resgate ou do rendimento ao final do prazo já estará líquido do IR retido na fonte.

Vale destacar que as regras tributárias podem sofrer alterações ao longo do tempo, portanto, é fundamental consultar a legislação vigente e buscar o auxílio de um profissional de contabilidade ou de investimentos para esclarecer dúvidas específicas sobre a tributação das LHs e demais investimentos.

Qual a diferença das Letras Hipotecárias para as Letras de Crédito Imobiliário (LCI)?

As Letras Hipotecárias (LH) e as Letras de Crédito Imobiliário (LCI) são dois tipos de investimentos em renda fixa emitidos por instituições financeiras para captar recursos destinados ao setor imobiliário, mas possuem algumas diferenças importantes, como por exemplo:

Lastro:

Letras Hipotecárias (LH): São lastreadas por créditos imobiliários específicos, ou seja, as instituições financeiras oferecem como garantia os financiamentos imobiliários concedidos a mutuários (pessoas que adquiriram imóveis).

Letras de Crédito Imobiliário (LCI): São lastreadas por créditos imobiliários em geral, mas sem identificação específica. A instituição financeira utiliza uma carteira de créditos imobiliários para lastrear as LCI, o que oferece menor risco de inadimplência.

Emissor:

Letras Hipotecárias (LH): Normalmente são emitidas por bancos múltiplos ou bancos comerciais.

Letras de Crédito Imobiliário (LCI): São emitidas por instituições financeiras, como bancos, e por cooperativas de crédito.

Garantia:

Letras Hipotecárias (LH): São garantidas por hipotecas de imóveis, ou seja, os imóveis financiados são dados como garantia para os investidores.

Letras de Crédito Imobiliário (LCI): Possuem a garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) para pessoas físicas, até um limite de R$ 250 mil por CPF e por instituição financeira. Para pessoas jurídicas, não contam com a garantia do FGC.

Liquidez:

Letras Hipotecárias (LH) e Letras de Crédito Imobiliário (LCI): Ambas podem ter liquidez diária ou serem resgatadas apenas no vencimento, dependendo das condições e prazos estabelecidos pelo emissor.

Tributação:

A tributação sobre os rendimentos das LHs e das LCI é a mesma e segue a tabela regressiva de Imposto de Renda, conforme mencionado anteriormente.

Em resumo, tanto as LHs quanto as LCI são investimentos de renda fixa que direcionam recursos para o setor imobiliário, mas possuem algumas diferenças em termos de lastro, garantia e emissor.

Antes de investir em qualquer um desses títulos, é essencial verificar as condições específicas de cada emissão e avaliar como se encaixam em seus objetivos financeiros e perfil de investidor.

Para concluir, é fundamental ressaltar que os investimentos em LHs, assim como em qualquer outro ativo financeiro, envolvem riscos, e o investidor deve estar ciente das condições específicas de cada título antes de realizar a aplicação.

Para tomar decisões financeiras informadas, é recomendado buscar o auxílio de um profissional de investimentos qualificado. O assessor de investimento pode lhe auxiliar a ser esse “GPS” para os investimentos.

Fico a disposição para tirar qualquer outra dúvida que possa surgir.

Grato, Kim Zogby- Assessor de Investimentos: A33191

Inscreva-se na newsletter

Fique por dentro das novidades



    Acompanhe nossas redes