o que são e para que servem os CDBs?

Você investidor que está começando a investir ou já investe a algum tempo, provavelmente já ouvir falar ou até mesmo investir nos CDBs, mas por fim o que são esses investimentos que se popularizam tanto nos últimos anos?

Para quem está iniciando provavelmente já ouvir sobre os CDB, existem inúmeras oportunidades nesse produto, como campanhas por parte de corretoras oferecendo CDBs promocionais de 200% do CDI ou até mais, sendo um investimento atrativo, e de fácil acesso, conseguindo aplicar a partir de mil reais.

O que significa CDB?

Os CDBs vêm da sigla Certificado de Deposito Bancário, ou seja, você empresta seu dinheiro para algum banco, para que ele consiga financiar suas operações bancarias, que na maioria se destina para a concessão de crédito.

Muito similar ao Tesouro Direto, aonde você empresta dinheiro para o governo, quando investimentos nos CDBs, estamos emprestando esse valor para os bancos e estamos sendo remunerados, ou seja, recebemos juros por deixar o dinheiro com a instituição.

Está é a principal forma do banco conseguir financiar suas atividades, com esse recurso captado, ele utiliza para suas operações que tendem a gerar rendimentos maiores do que os pagos aos investidores que deixaram seu dinheiro rendendo com a instituição.

Principais formas de pagamento dos juros dos títulos são:

CDI: certificado de deposito interbancário, seria a taxa de juros com base na taxa básica de juros do brasil, a Selic, normalmente diminuída em 0,10% da taxa Selic, temos a taxa do CDI.

IPC-A: esse indicie refere-se à inflação, sendo normalmente encontrados CDB que pagam IPC-A + x% sendo x uma taxa paga acima da inflação no período investido.

Pré-fixado: são taxa exatas definidas no momento da contratação como 10%, sendo normalmente negociada ao ano.

Normalmente todos os CDBs tem sua taxa anunciada ao ano, em 252 dias uteis.

Como Funcionam os CDBs?

Os Certificados de deposito bancários são semelhantes com ou outros produtos de renda fixa, como o tesouro direto, debentures entre outros.

Basicamente é necessário realizar a escolha de algum investimento com base em algumas informações básicas, e aguardar até o prazo de vencimento do mesmo para que tenha o valor investido, mais os juros do período pago na sua conta.

Sendo necessário avaliar:

Emissor: quem emitiu o produto, se é um emissor confiável.

Prazo de vencimento: é a data que a aplicação vence, sendo pago na data o valor investido mais os juros do período, a escolha de um prazo de acordo com sua necessidade tem uma grande importância, pois resgates antes do vencimento podem ter um retorno totalmente diferente do esperado.

Rendimentos: Os CDBs podem render de acordo com a vontade do investidor, apesar do mais comum e praticado no mercado ser os CDBs atrelado ao CDI, é possível também investir em inflação ou taxas pré-fixada, que você sabe exatamente quanto vai ter disponível no vencimento da aplicação, tal escolha se deve com o objetivo do investidor ou a finalidade que tenha para o recurso, seja aposentadoria, compra futura, ou até reserva de emergência.

Observações: Detalhe importante seria a liquidez do investimento, existem alguns CDBs que apesar de terem vencimentos, eles proporcionam a conhecida liquidez diária, que seria a possibilidade de resgatar o título antes do vencimento sem ter nenhum tipo de perda, sendo algo similar a poupança, que você tem acesso ao recurso a qualquer momento.

Apesar desse produto não ter o maior retorno, nele você consegue acessar com facilidade em caso de necessidade ou emergência.

Outro ponto positivo é que esses produtos contam com o fundo garantidor de crédito, ou FGC.

O FGC, ou Fundo Garantidor de Créditos, é uma entidade privada brasileira que atua como um mecanismo de proteção aos investidores e poupadores em instituições financeiras.

Ele foi criado para garantir a segurança dos recursos aplicados em determinadas instituições financeiras, em caso de problemas financeiros, como falência ou liquidação dessas instituições.

Sendo destinado apenas a pessoa física ou jurídica, ele tem a finalidade de proteger o sistema financeiro, o FGC garante até 4 instituições ou conglomerado financeiro, e o valor máximo de 1 milhão de reais por CPF ou CNPJ em um prazo de 4 anos.

O que tange a custos, os CDBs em corretoras atualmente não há nenhum custo em manter em custódia tais investimentos, o investidor recebe os juros conforme contratado no vencimento da aplicação.

Tributação

Um aspecto importante de mencionar é sobre a tributação dos CDBs, tais produtos tem imposto de renda conforme tabela regressiva, aonde os rendimentos devem obedecer a tal regra, começando em 22,5% sobre o lucro, chegando até a 15% após 2 anos aplicados.

Tal cobrança de imposto é retido na fonte, na qual o investidor não tem a necessidade de realizar o pagamento após o vencimento.

Tabela regressiva de Imposto de Renda

Essa informação é extremamente importante, pois o imposto pode corroer uma parte relevante dos lucros.

Tipos de CDBs e seus benefícios

Quando decidimos investir em algum CDB, temos que tomar a decisão em qual rendimento optar, apesar de parecer confuso, irei demonstrar os benefícios de cada para que o investidor consiga optar o melhor de acordo com sua necessidade.

CDBs prefixados:

São compostos por taxa fixa, nesse produto, sabemos o valor exato que teremos no momento de vencimento, normalmente utilizado para garantir uma taxa por um prazo certo, ou planejar o recurso para a compra de algum bem, sem surpresas no caminho.

Investidores mais experientes também utilizam esses investimentos em momentos de queda de juros, para garantir uma taxa acima da SELIC quando existe a perspectiva de queda da mesma, apesar de haver risco, se feito de maneira coerente podem trazer bons retornos.

Um exemplo seria comprar um CDB com taxa de 10% a.a, nesse produto, o investidor que investir 10mil no prazo de 1 ano terá 11mil, apesar de bruto, é um retorno garantido no prazo de 1 ano, conseguindo calcular com bastante facilidade.

CDBs pós-fixados

Sendo praticamente a renda fixa mais comum entre os investidores, os CDBs são na sua maioria pagos em CDI, que tem relação direta com a taxa básica de juros, sendo mais conservador do que os demais pois o rendimento vai acompanhar a taxa de juros do brasil, de forma que você consiga ter um rendimento de acordo com a Selic

Havendo a possibilidade de terem liquidez diária, seria uma das melhores opções para manter seu dinheiro de emergência, ou quando você acredita que as taxas de juros vão ser elevadas, por questões macroeconômicas.

Apesar de serem conservadores, tais títulos são um pouco mais subjetivo sua rentabilidade, pois em prazos maiores, a Selic pode alterar, de forma que o rendimento também altere.

CDBs pós-fixados também podem adotar uma forma de remuneração conhecida como “CDI mais spread” – do tipo, CDB +2% ao ano.

Afins de exemplo, investimentos mais comuns pós fixados são negociados em % do CDI ou 110% do CDI, na qual se no período de 1 ano o CDI ser 10%, teremos 11% de rentabilidade.

Mas atenção: se o CDI subir ou cair ao longo do tempo da aplicação, a rentabilidade em reais poderá ser maior ou menor.

CDBs atrelado a Inflação:

Este investimento seria um compilado dos mencionados acima a remuneração destes papéis mescla as duas estruturas. Ou seja, eles oferecerem como retorno uma parcela prefixada (5% ao ano, digamos) e outra pós fixada atrelada a inflação, normalmente utilizado o índice IPC-A.

Esse CDB nos proporciona um ganho real acima da inflação, pois se no período nós tivermos 6% de inflação, teremos tal retorno acredito do spread de 5%.

Utilizado para preservar o poder de compra do investidor, tal investimento tem como maior objetivo proteger o poder de consumo em prazos mais longos, garantindo que ele não fique com um rendimento abaixo da inflação brasileira.

Como investir em CDBs

Os CDBs podem ser investidos diretamente pelos bancos, ou através de uma corretora de valores imobiliários, de forma que em corretoras, você tem uma gama maior de opções de inúmeros emissores e com as mais diversas taxas possíveis.

Outro ponto importante é definir as necessidades e perfil de investidor, conforme mencionado, prazos maiores há riscos maiores, tanto quanto optar por CDI ou pré fixado tem seus prós e contra.

Visto que as corretoras não incidem em custos adicionais, muitas vezes sendo mais competitivo que banco pois ela consegue negociar a taxa mais efetiva para o investidor, sendo muito simples o procedimento de investimento, necessitando apenas a abertura de conta, cadastro das informações e criação do perfil de investidor, através das perguntas de perfil.

Você consegue acessar as mais diversas opções para definir qual se encaixa melhor com suas demandas.

CDB vale a pena?

Sem sombra de dúvidas, o CDB tem inúmeros atrativo, rentabilidade com uma segurança relativamente alta em comparação com outros produtos, principalmente por conta do FGC.

Sendo seus benefícios:

Rentabilidade: eles rendem muito mais que a poupança sendo mais seguro que a mesma, e havendo a possibilidade de diversificar entre outros indexadores como Inflação e CDI.

Segurança: apesar de existir a possiblidade do banco emissor quebrar, quando bem planejado o investimento, nós temos a proteção do FGC conforme mencionado, conseguindo mitigar esse que seria um dos maiores riscos do produto.

Liquidez: Outro ponto são seus prazos, existem opções de apenas alguns meses, ou até de 1, 2 ou até maiores que 5 anos, conseguindo investidor de acordo com a necessidade.

Vale lembrar dos Riscos, conforme menciona existe o risco de crédito, que seria a quebra do banco, mas conseguimos mitigar tal risco, porem temos o risco de liquidez, um investimento de 2 anos, se for resgatado em 6 meses, pode incorrer perdas consideráveis do capital aplicado, resgatando um valor menor do que foi investido, ou até mesmo ficar impossibilitado de acessar o recurso.

Considerações finais

Após termos entrado em diversos aspectos dos CDBs, conseguimos ressaltar sua importância para quem está iniciando os investimentos.

A renda fixa tem diversas oportunidades e os CDB nos conseguem trazer um bom retorno com uma segurança considerável, desde que feito da forma correta, com esse investimento, conseguimos diversificar a carteira do investidor, proteger da inflação ou acumular capital para uma eventual viagem ou necessidade especifica.

Como existem questões pontuais e cada investidor pode ter uma necessidade diferente é aconselhável consultar algum profissional de mercado, ou seu assessor de investimentos para que consigam juntos, optarem pelas melhores opções que se adequem a sua realidade de investimento atual.