Protestos na China perdem força e mercados asiáticos encerram sessão em alta; Futuros em Wall Street operam no positivo

Por: Filipe Teixeira

 

As ações asiáticas encerraram a terça-feira em alta (exceção ao índice Nikkei, no Japão), com os futuros em Wall Street operando igualmente no terreno positivo, liderados por uma recuperação nas ações chinesas à medida que a agitação nacional sobre as restrições da Covid diminuiu.

As ações subiram em Hong Kong e na China continental, enquanto alguns investidores especulavam se os recentes protestos podem acelerar uma mudança nas políticas Covid-Zero. Por enquanto, não é o que se verifica: a Comissão Nacional de Saúde da China emitiu um comunicado dizendo que as vacinações seriam aceleradas para pessoas com mais de 80 anos.

Na tarde de ontem, o presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, alertou que os investidores podem estar subestimando as chances de taxas mais altas. Seu colega de Nova York, John Williams, observou que os formuladores de políticas têm mais trabalho a fazer para conter a inflação, e a vice-presidente do Fed, Lael Brainard, disse que a série de choques de oferta está mantendo os riscos de inflação elevados.

Os títulos globais juntaram-se aos pares dos EUA ao sinalizar uma recessão, com um indicador que mede a curva de rendimento mundial invertendo pela primeira vez em pelo menos duas décadas.

Entre as commodities, o petróleo ensaia uma recuperação de suas mínimas, com especulações de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados aprofundarão os cortes na oferta para responder ao enfraquecimento da demanda global.

Por aqui, o tão aguardado texto da PEC da Transição foi finalmente protocolado no Senado nesta segunda-feira, sem surpresas em relação à minuta já apresentada pela equipe de transição. A principal novidade é o prazo de retirada do programa Bolsa Família do teto de gastos, que deixa de ser permanente e passa a ser de quatro anos no texto protocolado.

Como adiantado neste espaço, a PEC pretende abrir espaço de R$ 198 bilhões (R$ 175 bilhões para o Bolsa Família, incluindo benefício extra de R$ 150 por criança) além do teto de gastos, a regra que atrela o crescimento das despesas à inflação. O valor não estará no texto da proposta, mas constará no Orçamento de 2023.

O governo eleito tenta agora evitar a “desidratação”, aceitando possivelmente um patamar de R$ 150 bilhões, embora exista intensa pressão no Congresso para reduzir esse valor ainda mais.

“A ideia era pegar esse texto, discutir, formar um texto de consenso para ser apresentado. Como demorou muito essa negociação e o prazo está expirando, porque, para fazer o relatório do Orçamento, eu preciso da PEC aprovada, nós combinamos com os líderes partidários que nós daríamos entrada na PEC e que, à medida que a PEC for tramitando na Comissão de Constituição e Justiça, nós vamos buscar um texto comum”, disse o senador Marcelo Castro (MDB-PI), relator do Orçamento.

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