Selic em queda? como investir com perspectivas de queda dos juros.

Por: Mateus Lippmann

Você investidor que acompanha noticias e está por dentro dos investimentos, deve estar ouvindo falar sobre as possíveis queda na taxa de juros do brasil, tivemos nos últimos anos, um dos maiores aperto monetários, nossa taxa de juros veio de 2% a até 13,75% ao ano.

Investimentos de renda fixa que não rendiam nada, começam o ano de 2023, a render alguns, até mais de 1% ao mês.

Com a possibilidade dessa realidade em breve poder não ser mais verdade, preparei esse artigo para explicar melhor sobre como funciona a decisão da taxa de juros, e o que pode impactar, seja na economia, consumo ou até investimentos.

Como funciona a definição da Selic

A Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira. Sua definição é de responsabilidade do Comitê de Política Monetária (Copom), que é um órgão do Banco Central do Brasil.

O Copom se reúne a cada 45 dias (ou em períodos extraordinários, se necessário) para avaliar as condições econômicas do país e tomar decisões sobre a Selic.

Durante essas reuniões, os membros do comitê analisam uma variedade de indicadores econômicos, como inflação, atividade econômica, emprego, política fiscal, entre outros.

O principal objetivo do Copom é manter a estabilidade de preços, ou seja, controlar a inflação dentro de uma meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

A meta de inflação é definida para um determinado ano, com uma margem de tolerância. Por exemplo, a meta de inflação para 2023 é de 3,75%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

Com base na análise dos indicadores econômicos e considerando a meta de inflação, o Copom decide se deve elevar, reduzir ou manter a Selic inalterada. A alteração na Selic tem impacto direto sobre as taxas de juros praticadas no mercado financeiro, afetando o custo do crédito, os investimentos, a poupança, entre outros aspectos da economia.

Quando o Copom decide elevar a Selic, significa que a taxa de juros está sendo aumentada, o que tem o objetivo de desacelerar a economia e controlar a inflação. Por outro lado, quando o Copom decide reduzir a Selic, significa que a taxa de juros está sendo diminuída, o que visa estimular a atividade econômica.

Poupança e Queda da Selic

Primeiro vale ressaltar que a poupança não consideramos investimento, pois o rendimento é muito inferior, inclusive a investimentos mais seguros, como o tesouro Selic, oferecido pelo Tesouro Nacional.

O rendimento da poupança no Brasil é determinado por uma regra estabelecida pelo Banco Central, que leva em consideração a taxa Selic e a Taxa Referencial (TR). Atualmente, a regra de cálculo do rendimento da poupança é a seguinte:

Quando a taxa Selic for igual ou inferior a 8,5% ao ano:

  • A poupança rende 70% da taxa Selic ao ano, mais a TR.
  • A TR é uma taxa que costuma ser próxima a zero na prática, o que significa que a maior parte do rendimento da poupança nesse cenário será determinada pelos 70% da taxa Selic.

Quando a taxa Selic for superior a 8,5% ao ano:

  • A poupança rende 0,5% ao mês, mais a TR.
  • Nesse caso, o rendimento da poupança será fixo em 0,5% ao mês mais a variação da TR.

Apesar de isenta, a poupança rende no melhor cenário algo por volta de 70% da Selic, hoje em dia, com a ampla distribuição de investimentos por parte de corretora conseguimos facilmente encontrar produtos isentos de imposto, que nos pagam 80%, 90% ou inclusive 100% do CDI isento, que equivale praticamente a taxa Selic, com a mesma segurança desde que respeitado os prazos do investimento em questão.

Caso tenha duvidas a cerca, procure um assessor de investimento que ele conseguira esclarecer melhor sobre o tema, e como você pode fazer seu dinheiro render muito mais.

O que muda com a queda da Selic?

A queda das Selic, impacta todo o Brasil, quando estamos com uma taxa de juros elevada, estamos de certa forma, freando a economia e o consuma das famílias, pois como mencionado acima, estamos contendo um dos maiores vilões da economia que é a inflação, que nos fazer perder o poder de compra do dinheiro.

De modo que, Selic em baixo, o crédito bancário fica mais barato, de forma que estimula os investimentos em empresas, compras de imóveis, mercado, bens e serviços entre outros.

Porem existe aqui uma espécie de balança entre Selic versus inflação de modo que conseguimos manter o consumo sem termos inflação elevada de preços.

Dessa forma, um investidor precisa ter uma carteira bem diversificada para conseguir aproveitar desse cenário de alta dos juros, e eventuais quedas na taxa Selic.

Impacto nos investimentos.

A taxa básica de juros, Selic, considerada o ativo livre de risco na parte de investimento, pois seu devedor é a união, tem um impacto significativo nos investimentos, afetando diversos aspectos do mercado financeiro. Aqui estão alguns dos principais impactos:

Renda Fixa

A taxa Selic é um importante referencial para os investimentos de renda fixa, como títulos do governo, CDBs, LCIs, LCAs, entre outros.

Quando a Selic sobe, esses investimentos tendem a oferecer rendimentos mais atrativos, o que pode ser favorável para os investidores que buscam segurança e estabilidade. Por outro lado, quando a Selic cai, os rendimentos desses investimentos também tendem a diminuir.

Ações

A taxa Selic pode influenciar o desempenho do mercado de ações. Quando a Selic está alta, os investidores podem preferir direcionar seus recursos para investimentos de renda fixa, que oferecem retornos mais atrativos e considerados menos arriscados.

Isso pode levar a uma diminuição na demanda por ações e, consequentemente, a uma pressão negativa sobre os preços. Por outro lado, quando a Selic está baixa, os investidores podem buscar alternativas de investimento com maior potencial de retorno, incluindo o mercado de ações.

Câmbio

A taxa Selic pode influenciar as taxas de câmbio. Quando a Selic está alta, os investidores estrangeiros podem ser atraídos pelos rendimentos mais altos dos investimentos em renda fixa no Brasil, aumentando a demanda pela moeda local.

Isso pode fortalecer a moeda em relação a outras moedas estrangeiras. Por outro lado, quando a Selic está baixa, a atratividade dos investimentos em renda fixa pode diminuir, reduzindo a demanda pela moeda local e potencialmente enfraquecendo-a.

Como proteger os investimentos da queda da Selic

A queda da taxa Selic nos últimos anos tem impactado significativamente o cenário de investimentos no Brasil. Com juros mais baixos, investidores precisam ajustar suas estratégias para obter retornos atrativos.

Neste artigo, exploraremos algumas opções de investimento que podem ser consideradas em um ambiente de Selic em queda.

Apesar de cada investidor ter suas necessidades com os investimentos, podemos levantar alguns investimentos que consigam nos proteger em um cenário aonde se estiver com investimentos apenas na poupança, tesouro Selic ou algum CDB, conforme a taxa de juros reduz, nossos lucros vão ficando menores também.

Vale ressaltar também que temos que levar em consideração o perfil de cada investidor, e seu apetite a risco.

Mas de modo geral precisamos ter uma carteira diversificada pois não sabemos qual o investimento que mais vai render, porem algumas dicas nesse momento seriam:

Renda Fixa: Uma possibilidade seria optar por títulos pré fixados, que são títulos que tem taxas definidas no momento da contratação como exemplo, taxas de 12% ao ano. ou atrelados a inflação, que seriam os títulos IPC-A + alguma taxa exemplo IPC-A + 5% garantindo assim 5% acima da inflação no período.

Se possível optar por vencimento um pouco mais longos, pois dessa forma, garantimos as taxas altas por mais tempo e potencialmente teremos um retorno superior comparado a títulos atrelados a Selic, portanto vale lembrar que investimentos em renda fixa, no vencimento teremos a taxa conforme contratado, caso necessite resgatar antes do vencimento, podemos ter um resultado divergente do que foi contratado.

Então sempre busca alinhar o prazo de investimento desejado com as eventuais aplicações que forem realizadas, ou esteja ciente dos riscos acerca de investimentos mais longos com resgates antecipados.

Renda Variável: Com a Selic em baixa, muitos investidores têm buscado oportunidades no mercado de ações. Investir em ações de empresas sólidas e com bons fundamentos pode oferecer um potencial de retorno mais elevado. É importante, no entanto, realizar uma análise cuidadosa e diversificar a carteira para mitigar riscos.

As ações tendem a se beneficiar de Selic mais baixa, pois como comentamos, Selic em baixa, influencia o consumo e os investimentos em empresas, o que eventualmente aumenta os lucros das empresas, e a precificação das ações levam em consideração a taxa básica de juros.

Significa que Selic alta precificava as ações com valor menor, pois a taxa de desconto era maior, com a Selic caindo, naturalmente o calcula das ações fica mais “barato”, isso não é uma ciência exata, e existem diversas outras variáveis, mas com o conhecimento e estratégia adequada pode favorecer o investidor.

Fundos de Investimento: Os fundos de investimento são opções interessantes em um cenário de Selic em queda. Fundos multimercados e de renda fixa podem ser boas alternativas, já que seus gestores possuem expertise em identificar oportunidades e gerenciar riscos.

É fundamental analisar o histórico de desempenho, taxas e estratégias dos fundos antes de investir.

Dessa forma você delega as decisões de investimento a uma gestora que vai fazer a avaliação de melhores opções de acordo com as condições de mercado, potencialmente nos protegendo de termos retornos reduzidos com a queda da Selic.

Investimentos no Exterior: A queda da Selic também abre oportunidades para investimentos no exterior. Diversificar parte da carteira em ativos internacionais, como fundos de índice (ETFs) ou ações de empresas estrangeiras, pode oferecer exposição a mercados com taxas de juros mais atrativas e maior potencial de crescimento.

Existem também períodos aonde estamos com Selic baixa, e por algum motivo precisamos aumentar essa taxa de juros, são nesses momentos que devemos ter atenção aos investimentos, pois de modo que alguns investimentos vão bem quando a Selic cai, outros não entregam bons retornos quando a Selic sobe.

Apesar de não ser uma ciência exata, temos que levar esse ponto em questão quando criamos uma carteira de investimento, uma forma de se proteger sem ter que se aprofundar nos estudos seria manter os investimentos em títulos pós-fixados em Selic, pois conforme a taxa de juros aumenta, você acompanha o rendimento e ganha cada vez mais.

Conclusão

Investir em um ambiente de Selic em queda requer ajustes nas estratégias de investimento, a busca por ativos com maior potencial de retorno se torna ainda mais importante.

Diversificar a carteira, avaliar riscos e analisar cuidadosamente as opções disponíveis são passos fundamentais para aproveitar as oportunidades nesse cenário.

Mesmo em um cenário de queda da Selic, ainda devemos manter uma parte da carteira em Selic, talvez reduzir a proporção em relação ao todo seja um momento oportuno, pois apesar de termos perspectivas de queda, no longo prazo o cenário muda com frequência.

Então podemos ter novas altas nos próximos anos, não temos como saber com exatidão, e uma carteira de longo prazo, bem equilibrada, precisa ter uma boa diversificação de acordo com seus objetivos e perfil de investidor.

Consultar um profissional de investimentos seria uma boa escolha, pois o mesmo teria a capacidade de auxiliar o investidor a adaptar sua estratégia às condições do mercado. Lembre-se de que cada investidor tem objetivos e tolerância ao risco diferentes, portanto, é importante adequar as escolhas de investimento às suas necessidades individuais.

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