Tipos de Ordens na bolsa de valores!

Por: Mateus Lippmann

Após ter estudado sobre os investimentos em Renda variável ou bolsa de Valores, e ter tomado a decisão de efetivar algum investimento seja em ações, ou em qualquer outro ativo, em algum momento para que possa efetivar seu investimento, ele vai precisar enviar uma ordem de compra, para definitivamente possuir tal investimento.

Essa negociação ocorre na Bolsa de valores que é o ambiente de negociação de títulos e valores mobiliários.

As ordens nada mais são que a vontade de compra, de algum participante de mercado, seja ele pessoa física, fundos, clubes ou até mesmo alguma tesouraria de banco.

Como no ambiente de bolsa de valores, os participantes tem o livre arbítrio para enviar compra ou venda de qualquer investimento que deseje, essas ordens acabam criando as ofertas e demanda de determinado ativo, iremos explorar um pouco mais sobre as formas de efetivar tais ordens.

Para efetivar tal investimento, precisamos atender as demandas das corretoras possuindo o valor financeiro referente a tal compra, ou alguma garantia para que seja possível concretizar tal operação

Através das ordens de compra e venda, conseguimos presumir que o preço de determinado ativo está no seu preço ‘justo’ pois naquele preço quando você abre seu homebroker é o preço naquele exato dia, temos alguém querendo comprar e alguém querendo vender, indiferente dos motivos que os fizeram topar aceitar pagar ou vender a determinado preço.

Quando entramos no papel que tais ordens exercem nas negociações, podemos presumir que quando algo esta ‘barato’ teremos compradores dispostos a comprar determinado ativo, e o contrário também é verdadeiro, se determinada ação esta sobrevalorizada, podemos ter uma pressão de venda, o que seria necessário o envio de ordens para o ambiente de negociação da B3.

Existem outros fatores que motivam os investidores a comprar ou vender que seriam fatores mais emocionais, como ganancia, medo e euforia, mas deixaremos esse assunto para outro artigo.

Quem participa das negociações da bolsa?

São inúmeros participantes na bolsa de valores, que variam entre investidores individuais, institucionais, (fundos, corretoras, financeiras) investidor estrangeiro entre outros, as pessoas físicas tendem a comprar valores financeiros menores do que fundos de investimento, que podem chegar a gerir milhões de reais de diversos investidores.

Dessa forma as possibilidades e necessidades para executar tais ordens de compra ou venda são distintas de uma pessoa física.

Apesar do crescimento na quantidade de investidores na B3, se compararmos a bolsa de valores do Brasil como a dos Estados Unidos, o nosso mercado tem menor volume financeiro, que significa quanto dinheiro está sendo negociado diariamente, também conhecido como liquidez, de forma que para algum participante que precise comprar um valor financeiro muito grande de alguma ativo, necessite cuidar a forma que ele executa sua ordem de compra, pois pode impactar a cotação do ativo, e inclusive pagar um preço mais caro do que gostaria por não haver vendedor suficientes dispostos a vender no preço que ele estaria disposto a pagar.

No decorrer do artigo iremos tratar sobre os tipos de ordens, seja de compra ou venda, e algumas estratégias para conseguimos ser mais eficientes quando decidimos comprar alguma ação, FII’s ou qualquer que seja o investimento.

Como funcionam as ordens de compra e venda?

Quando o investidor decide comprar determinado ativo, ele precisa enviar uma ordem, para que isso seja possível o investidor precisa enviar essa ordem através de uma corretora, que faz a intermediação de tal negociação, de modo que a B3 faça a contraparte da negociação, saindo assim algum negócio de determinado ativo, aonde obrigatoriamente haverá um comprador e um vendedor.

Os tipos mais comuns de ordens são:

Ordem a Mercado: Quando um investidor envia uma ordem de compra a mercado, ele está disposto a comprar o ativo pelo melhor preço disponível por algum vendedor em bolsa imediatamente, de forma que a ordem será executada no mesmo instante.

Normalmente utilizamos de tal ordem quando temos urgência em comprar ou vender um ativo, independente do motivo, não temos intenção em definir o preço que iremos pagar, mas sim garantir que vamos realizar a operação.

Ordem Limitada: Nesse tipo de ordem, o investidor define um preço máximo que está disposto a pagar pelo ativo. A corretora enviará a ordem para a B3, e ela ficará no livro de ofertas aguardando até que alguém aceite vender as ações por aquele preço ou um valor melhor.

Caso não haja oferta no momento, a ordem fica pendente até que o preço desejado seja atingido.

Diferente da ordem a mercado, quando colocamos uma ordem para ser executado indiferente o preço, neste caso temos prioridade em pagar um valor pré estabelecido, se a ação estiver a um preço mais caro do que estamos dispostos a pagar, ficamos sem executar a ordem.

Ambas as ordens acima podem ser realizadas tanto para comprar quanto para vender, fazendo com que o investidor adquira algo, ou realize algum lucro ou prejuízo

Quando aprofundamos um pouco mais nos tipos de ordens, temos a disposição estratégias na qual temos algumas condições que precisam acontecer para que efetivamente a ordem seja concretizada.

Alguns exemplos de ordens seriam:

Ordem Stop: A ordem stop, também conhecida como stop loss ou stop gain, é utilizada para proteger o investidor contra perdas excessivas ou garantir lucros em uma operação, ela se assemelha com a ordem a mercado, pois temos como prioridade executar a operação quando ela atinge determinado preço, limitando que perdemos acima do previsto, ou garantimos um lucro mínimo na operação. Sua variáveis de Funcionamento são:

Ordem Stop Loss: O investidor determina um preço limite abaixo do valor atual do ativo. Se o preço cair e atingir esse limite, a ordem é ativada, transformando-se em uma ordem de mercado, e a ação é vendida automaticamente.

Isso ajuda a limitar as perdas em momentos de queda brusca no mercado. Exemplo seria você comprar uma ação a 20 reais, e definir uma perda máxima de 2 reais, de modo que a ação caindo abaixo de 18 reais, a venda ocorreria no mesmo momento, limitando assim que tenha maiores prejuízos.

Ordem Stop Gain: O investidor define um preço limite acima do valor atual do ativo. Se o preço subir e alcançar esse limite, a ordem é ativada, transformando-se em uma ordem de mercado, e a ação é vendida automaticamente.

Isso permite garantir lucros caso o ativo alcance o valor desejado. Nesse caso, essa ordem é adicionada depois da operação em aberto, suponhamos que tenhamos comprado uma ação a 30 reais e hoje ela esta sendo negociada a 40, podemos definir na plataforma ou homebroker da corretora um stop gain no valor de 36 reais, de modo que garantimos os 6 reais de ganho em caso de queda, porem se a ação continuar subindo, participamos da alta do ativo.

Outra ferramenta mais avançada que também é comum entre investidores é o Stop Móvel:

Stop Móvel (trailing stop): havendo como finalidade acompanhar o preço do ativo, essa ordem adiciona uma variável que seria a distância do preço a ordem de stop de modo que se estamos comprados, colocamos a ordem para caso o mercado começar a cair, tenhamos uma proteção e não devolvemos lucros obtidos.

Um exemplo seria o investidor comprar uma ação a 8 reais, e definir 1 real de stop móvel, de modo que inicialmente o stop estaria a 7 reais, porem quando a ação estiver sendo negociada a 9 reais o stop ajustaria automaticamente a 8 reais, protegendo assim o investidor, mesmo que ele não esteja acompanhando o mercado naquele momento, pois a configuração é feita tudo automatizado.

Existem ordens utilizadas principalmente por investidores institucionais que são ordens através de algoritmos ou robôs, que utilizam algumas outras variáveis como volume, tempo e indicadores técnicos, para tentar otimizar seu valor de compra.

Vantagens de entender as ordens de negociação.

Existem diversas formas de efetuar uma ordem de compra ou venda, seja através de plataformas, homebroker ou até algum robô que conseguimos colocar parâmetros mais específicos, mas precisamos entender os benefícios de saber qual ordem utilizar em determinado momento.

Podemos utilizar as estratégias abaixo para conseguir ter mais eficiência da execução de ordens, sendo elas:

Comprar mais barato: utilizar a ordem limitada é uma ferramenta poderosa para tentar comprar com desconto, muitas corretoras deixam você enviar uma ordem mesmo sem disponibilizar o dinheiro em conta parado, você pode deixar o dinheiro rendendo, e colocar uma ordem de compra em um valor abaixo do que está sendo negociado, aguardando o preço cair de forma que consiga comprar mais barato do que o momento que a ordem foi colocado na plataforma.

Sair de uma ação com urgência: Noticias que impactam o mercado são comuns no ambiente de bolsa de valores, apesar de precisarmos saber filtrar as noticias que realmente impactam dos chamados ‘ruídos’ quando estamos com um investimento ruim, que tenha potencial de perca relevante, uma ordem a mercado pode ser uma excelente alternativa, pois pretendemos eliminar determinado investimento no prazo mais rápido possível, ou inclusive deixar uma ordem stop, conforme mencionado acima, para que saímos do investimento no mesmo instante protegendo assim de percas maiores do que o previsto.

Gerenciamento de risco: para investidores que tem maiores apetites a risco, como é o caso do Swing trade, operações que buscamos ganhar em prazo menores seja dias ou semanas, utilizar ordens stop loss, stop gain e stop móvel nos ajuda a não devolver algum lucro, e limitar o risco da operação, sendo altamente eficiente se usado da maneira correta.

Como enviar ordens para o ambiente de bolsa?

Para o investidor realizar tais ordens, será necessário primeiro abertura de uma conta em alguma corretora de investimentos, sendo possível assim, negociar no ambiente da B3 através de intermediação.

A principal ferramenta é o homebroker, nessa plataforma, você consegue escolher os ativos, e definir as informações mencionadas, seja preço, tempo, validade e quantidade do ativo que o investidor pretende adquirir.

Outra possibilidade seria a contratação de uma plataforma de negociação, nela além de conseguir enviar todas as ordens mencionadas, existe também a possibilidade de acompanhar sua carteira através de relatórios, gerenciar ordens de forma mais intuitiva e analisar ações através de gráficos e afins.

Normalmente investidores que tem mais experiencia de mercado acabam optando por alguma plataforma, pois além de ser mais simples, ela acaba sendo mais efetiva para gerenciar e negociar o que for preciso.

Aperfeiçoamento de ordens

Um fato curioso sobre as ordens é que no brasil nós temos o livro de ofertas aberto, aonde conseguimos saber que corretora está enviando determinada ordem para o mercado, coisa que em mercado como os estados unidos, temos a famosa tela cega, só vemos a ordem sendo executada sem saber de qual corretora ela veio.

Outro fato que impactam as negociações são os formadores de mercado, são participantes que colocam ordens tanto de compra quando venda a preços distintos buscando dar liquidez ao mercado, são ordens limitadas fora de preço na qual nós também conseguimos realizar, fazendo com que aumente a quantidade de negócios disponíveis para os investidores, contribuindo para a formação de mercado e preço justo de determinado ativo.

Outro ponto é que conforme o investidor vai demandando investimentos mais sofisticados, as ordens também vão se aperfeiçoando, atualmente já existem robôs para efetivar ordens simultâneas como é o caso de operações Long & Short que consiste em comprar uma ação e vender outra ação no mesmo momento através de uma razão de divisão entre os dois preços.

Apesar de ser algo complexo a ordem consiste em ordens a mercado, porem o monitoramento para executar no preço exato, é algo que requer muito tempo, e a utilização de um robô nos proporciona maiores segurança e menos tempo acompanhando as cotações.

Sabendo dos diversos tipos de ordens, o investidor já consegue notar os benefícios que cada um dos tipos nos proporciona, essas foram apenas algumas das possibilidades.

Apesar de não eliminar os riscos, com um gerenciamento de risco junto com a ordem de compra ou venda corretamente montada, conseguimos proteger os investimentos de modo que garantimos um lucro mínimo ou não tenhamos prejuízos maiores do que o esperado, pois uma executada de forma errada pode trazer prejuízos elevados, principalmente se o valor da ordem não for condizente com a realizada de investimento desejada.

É comum vermos casos aonde o investidor gostaria de comprar ação e acaba errando, realizando assim uma venda, ou até mesmo quer comprar 100 ações e acaba digitando 10.000 ações, são erros que podem acontecer com qualquer investidor, e causar prejuízos financeiros consideráveis.

Espero que com as informações neste artigo consiga trazer bons proveitos nas estratégias de bolsa de valores, busque sempre um profissional de investimentos para te auxiliar na execução de alguma operação que você desconheça, e também te auxiliar com estudos e estratégias, seja em renda variável ou qualquer outro investimento que pretenda iniciar sua jornada.

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