Investir em renda fixa valoriza seu patrimônio

Por: Ana Luisa Borsatto

Quer saber como a Renda Fixa pode valorizar seu patrimônio? Aqui é onde a mágica dos juros compostos acontece.

É claro que, você vai precisar compreender alguns indicadores econômicos e a regra dos juros compostos.

A renda fixa valoriza seu patrimônio, mas é necessário estar atento aos indicadores econômicos.

Este artigo vai lhe ajudar a compreender um pouco melhor esse tema e consequentemente ajudar nos seus investimentos. E para isso, abordamos os seguintes tópicos:

  • Como funciona a Renda Fixa
  • Tipos de rentabilidade
  • Produtos de Renda Fixa que você irá encontrar
  • A mágica dos juros compostos
  • Considerações finais

É importante que você saiba, que tão importante quanto a escolha dos seus investimentos, você precisa compreender  como acompanhar seus investimentos.

Como funciona a Renda Fixa?

O primeiro passo, é entender como a renda fixa funciona.

Vamos lá!

Quando você investe em renda fixa, está emprestando seu dinheiro para um emissor, que poderá ser um banco, uma empresa ou o governo. 

Em contrapartida, você como investidor receberá uma remuneração numa data futura, acrescida de juros. Estes juros podem ser pré-fixados, pós-fixados e híbridos.

A renda fixa, é denominada assim, não por ser um investimento de rendimento constante ou sem variações – pode variar, e até muito – mas por ter suas condições determinadas no momento da negociação. 

Ou seja, quando você investe em um título de renda fixa, sabe exatamente qual será a taxa, a data do vencimento, índice de referência, e demais detalhes referente ao título. 

Essas informações são fixas até o final do investimento. 

Tipos de rentabilidade

A rentabilidade dos títulos dependerá do tipo de taxa que for contratada.

Os títulos pré-fixados, como o nome já diz, possuem juros fixos. Desse modo, o investidor sabe no momento da contratação do investimento, qual a remuneração exata que irá receber no final do período.

Vale destacar, que a rentabilidade contratada, só será efetiva, se você manter o título até o vencimento.

Caso o investidor opte por liquidar a posição (vender o título) antes do vencimento, a rentabilidade poderá ser maior ou menor do que o acordado, em função das variações das taxas de referência do título.

Nos títulos pós-fixados o investimento possui uma remuneração atrelada a um indexador de referência, como CDI ou Selic.

Neste investimento não é possível saber o rendimento no período de aplicação, no momento da contratação, porque a taxa indexador pode variar ao longo do tempo. Portanto, o rendimento exato, você só saberá quando ocorrer a liquidação do investimento.

Outro tipo de título, é o Híbrido, onde mescla as duas rentabilidades já mencionadas. É a soma de uma taxa pós-fixada a uma taxa pré-fixada.

Assim, o investidor recebe uma taxa fixa mais a variação de um indexador, sendo mais comum o IPCA.

Produtos de Renda Fixa que você irá encontrar

Lembra que lá no início desse artigo expliquei que ao investir em renda fixa, você está emprestando seu dinheiro para um emissor, que poderá ser um banco, empresa ou governo?

Cada um destes emissores, disponibilizam ao mercado títulos diferentes.

Os bancos realizam a emissão de títulos como CDB, LCI e LCA. 

CDB

O Certificado de Depósito Bancário (CDB) é um título emitido pelos bancos, onde os recursos financiados são destinados para o financiamento das atividades, em troca, o investidor recebe a remuneração acordada.

Algumas características dos CDBs:

  • Possuem cobertura pelo Fundo Garantidor de Crédito
  • Rentabilidade maior que a poupança
  • Destinado a investidor geral, qualificado e profissional
  • Liquidez – dependerá do título
  • Tributação: Regressiva

Alguns títulos de renda fixa possuem tributação e seguem uma tabela regressiva para o imposto de renda, e a alíquota diminui conforme o prazo dos investimentos.

Essa alíquota incide sobre a rentabilidade da aplicação, segue abaixo a tabela:

LCI e LCA

As Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) e Letras de Crédito Imobiliário (LCI) são títulos emitidos também pelas instituições financeiras, públicas e privadas, onde os recursos captados são destinados para fomentar o mercado do agronegócio e o mercado imobiliário.

Características da LCA e da LCI:

  • Isento de IR para pessoa física,
  • IR para pessoa jurídica segue tabela regressiva
  • Possui cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC)

Os títulos emitidos pelas empresas são conhecidos como Debêntures, CRI’s e CRA’s. 

As Debêntures são emissões que representam a dívida de médio e longo prazos de empresas não financeiras. 

Diferente dos títulos mencionados anteriormente (CDB, LCI, LCA) as debêntures, assim como CRI e CRA, não possuem cobertura do FGC, isso porque não são títulos emitidos por bancos ou instituições financeiras.

Devido ao risco que o investidor corre neste tipo de investimento, as debêntures, os CRIs e CRAs, geralmente oferecem taxas mais atrativas.

Estes títulos possuem ainda algumas características diferenciadas. As debêntures incentivas, assim como CRI e CRA, possuem isenção de imposto de renda, oferecem maior rentabilidade, e ainda possibilidade de juros semestrais.

As emissões de Títulos Públicos, realizadas pelo Governo, por meio do Tesouro Nacional, possuem a finalidade de captar recursos para financiar as contas públicas.

Esses títulos possuem a maior garantia no mercado financeiro, pois ao comprar um destes títulos, estamos emprestando dinheiro ao Tesouro Nacional. 

O governo emite os títulos como Letra do Tesouro Nacional (LTN), Letra Financeira do Tesouro (LFT), Nota do Tesouro Nacional Série B (NTN-B) e Nota do Tesouro Nacional Série F (NTN-F).

O que diferencia estes títulos do tesouro, uns dos outros, são as taxas de rentabilidade oferecidas. Veja as taxas de cada título:

  • LTN: Pré-fixado
  • LFT: Pós Fixado ou SELIC
  • NTN-B: Inflação (IPCA) + Taxa pré-fixada (podendo ser com ou sem cupom semestral)
  • NTN-F: Pré fixado, com pagamento de juros semestrais

Assim como os CDB’s e as Debêntures, os Títulos Públicos possuem tributação sobre os rendimentos, e seguem a mesma tabela apresentada anteriormente.

Agora que você já compreendeu um pouco mais sobre as opções de renda fixa, vamos compreender como você pode fazer seu patrimônio crescer investindo nestes títulos.

Uma das premissas para os seus investimentos, é optar por ativos que apresentam rendimentos superiores à inflação. 

Então para acelerar o trabalho dos juros compostos, é necessário que os seus investimentos ganhem deste indicador, até porque, a inflação deteriora o seu poder de compra, e seu dinheiro passa a valer menos no mercado.

Todo e qualquer investimento, está sujeito a rentabilidade, risco e liquidez. 

Rentabilidade: Percentual que você pode obter a mais sobre o valor que aplicou.

Risco: Mede a facilidade ou dificuldade que um investimento oferece para que você perca seu dinheiro.

Liquidez: Tempo necessário para tornar um investimento/ ativo, em dinheiro líquido.

A má notícia é que não existe nenhum investimento que ofereça as três variáveis ao mesmo tempo.

Como assim?

Investimentos que oferecem maior rentabilidade, tendem a oferecer maior risco, o que acarreta na maior possibilidade de você perder dinheiro, consequentemente, menor liquidez.

Neste caso, você abre mão da segurança e da liquidez, para buscar um retorno acima da inflação, por exemplo.

A questão aqui, é você entender, que existem inúmeras opções de investimentos, com diversos graus de rentabilidade, risco e liquidez, e na hora de escolher precisa conhecer seu perfil, seus comportamentos, e principalmente seus objetivos e prazos.

A mágica dos juros compostos

Se você está pesquisando sobre investimentos, certamente já ouviu falar da “mágica dos juros compostos” ou “uma grande bola de neve”.

Os juros compostos, nada mais é do que, juros sobre juros. Por isso, o fator tempo é determinante para o aumento do patrimônio.

Vamos entender os juros compostos? 

Suponha que você realizou uma aplicação em que a taxa de juros mensais seja de 1%, seu aporte foi de R$10.000,00, para o prazo de 10 meses.

No próximo mês, o seu dinheiro irá render R$ $100, chegando ao valor de R$ 10.100,00. Assim, no outro mês, resultará no valor de R$ 10.201,00 e assim por diante. No final do período de 10 meses seu resultado será de R$ 11.046,22.

Agora vamos imaginar, que você realize um investimento inicial de R$10.000,00 e ainda faça aportes mensais no valor de R $100,00, com taxa de 1% ao mês, no período de 10 anos. Veja a bola de neve na imagem abaixo:

investir em renda fixa valoriza patrimonio

Observe que, neste período, o valor total que você investiu foi de R$ 22.000,00 e os juros foram de R$ 34.0007,74. Ou seja, seu patrimônio cresceu mais que o dobro, e ele é composto pela maior parte de juros, do que de aportes que você realizou.

Esta é a mágica dos juros compostos. 

Na hora de escolher seus investimentos, fique atento à taxa de juros atual e ao cenário econômico.

Tenha ativos que te protejam da inflação e que você possa ganhar dela.

Ativos indexados à inflação podem ser uma opção. Além de corrigir seu valor, lhe garantem um ganho real através da taxa pré-fixada.

Considerações finais

No atual momento, a taxa básica de juros no Brasil, SELIC, é de 13,75%, estando em um dos seus maiores patamares historicamente.

Neste cenário encontramos títulos com taxas pré fixadas de 11,20% ao ano, para o prazo de 12 meses.

Já para o prazo de 5 anos, encontramos títulos que estão rentabilizando 15% ao ano.

Lembra que anteriormente, mencionei que não podemos ter as três variáveis – rentabilidade, risco e liquidez – ao mesmo tempo?

Quando optamos por um investimento de longo prazo,  – mostrando novamente que o tempo é elemento chave nos investimentos – conseguimos encontrar taxas mais atrativas de rentabilidade.

Aumentamos nosso risco, pois durante o período que este dinheiro estiver investido “não podemos mexer” (ressalvo algumas exceções em que se pode trabalhar com a marcação à mercado, sugiro a leitura do artigo O poder dos TPF’s. Retorno de renda variável em ativos de renda fixa), e durante este período podem haver mudanças na economia e estamos com o dinheiro travado a uma taxa contratada.

Espero que este artigo possa ter contribuído para suas decisões de investimentos e assim, conseguir aumentar seu patrimônio.

Se você ainda possui duvidas na hora de investir, fale com um especialista da Experato Investimentos, escritório de Assessores de Investimento, credenciados à Corretora XP Investimentos.

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